Projeto que "potencializa" técnica guia gremistas Luan e Walace à final no Rio

Destaque da seleção olímpica que decide a medalha de ouro neste sábado, no Rio de Janeiro, o atacante Luan é talvez o principal expoente do Projeto Lapidar, realizado pelo Grêmio desde 2013 para trabalhar fundamentos de jovens das categorias do sub-9 ao sub-20. O titular do Brasil na final com a Alemanha passou por um período de adaptação ao campo ainda na base para conseguir brilhar. O volante Walace, também escalado para a final, também participou do mesmo processo.

Luan chegou ao Grêmio oriundo do futebol paulista, após passagens pelo América-SP e pelo Tanabi. Mas havia deixado as quadras de futsal pouco tempo antes. Precisou ser preparado no Tricolor antes de ser utilizado no time júnior. Neste período, passou por um intensivo no Lapidar, onde os professores trabalham 22 fundamentos do futebol especificamente com os jovens (veja na tabela ao final da matéria).

– O Luan é um talento nato, mas têm situações que apresentava dificuldades e ainda apresenta. Se pegarmos os 22 fundamentos e transferirmos para a posição, tem dificuldade no cabeceio, finalização na perna esquerda. Mas evoluiu. Se vira. Já fez gols de cabeça, finalização de média distância com a perna esquerda. Ele era do futsal, então trabalhou os fundamentos da situação de jogo da sua posição. Isso deu ritmo e o adaptou ao futebol de campo – afirma o professor Tiago Rebelo ao GloboEsporte.com.

Não só o atacante. Walace, titular no meio-campo do Brasil desde a vitória sobre a Dinamarca, também passou por ali. Outros atletas do atual elenco principal engrossam a lista: Everton, Pedro Rocha, Rafael Thyere, Guilherme e Lincoln, entre tantos outros.



O trabalho respeita as especificidades de cada categoria. Nas menores, tem um caráter lúdico, para as crianças tomarem gosto pelo futebol e também para que se desenvolvam na melhor época. Os treinos ocorrem três vezes por semana, e todos os jogadores da base participam ao menos em uma das oportunidades.

O objetivo sempre foi o de potencializar ao máximo as capacidades técnicas dos atletas. São cinco professores – dois profissionais e um estagiário no CT Hélio Dourado, na base, e um profissional e um estagiário no CT do Cristal, na formação. Os treinos são filmados para uma avaliação posterior.

– Para nós, é muito gratificante quando os meninos que saem daqui da base conseguem render o esperado no profissional. Conseguimos desenvolver eles muito bem na totalidade do trabalho, para chegar no profissional e ter a condição de crescimento na carreira. Além de jogar, é uma consolidação de quanto cresceram. É mérito do nosso trabalho, mas, principalmente, deles – completa o coordenador geral interino das categorias de base, Francesco Barleta.

Com os dois jovens que fizeram o "estágio" no Projeto Lapidar entre os titulares, a Seleção entra em campo às 17h30 deste sábado para disputar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos diante da Alemanha. No domingo pela manhã, sem Luan e Walace, o time de Roger Machado enfrenta o Flamengo pela 21ª rodada do Brasileirão, às 11h, em Brasília.

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