Bolas aéreas e gols de "baixinhos" viram vilões do Grêmio após a Copa

Derrotas depois do Mundial ocorreram com lances pelo alto na defesa tricolor; dos três gols de cabeça, todos foram marcados por rivais com menos de 1m80cm


Fonte: Globo Esporte

Bolas aéreas e gols de baixinhos viram vilões do Grêmio após a Copa
Felipão aponta o problema: os gols costumam chegar pelo alto na área gremista (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)

Luiz Felipe Scolari revelou uma preocupação para o time do Grêmio assim que assumiu o comando do time: acertar a defesa. Para reforçar o meio-campo, o treinador adotou, desde o confronto contra o Criciúma, a trinca de volantes à frente da grande área. Embora tenha fortalecido o sistema defensivo, o grupo expôs uma fragilidade na derrota contra o Cruzeiro por 1 a 0, nesta quinta-feira. Pela quarta vez, após a pausa da Copa do Mundo, um gol adversário foi criado em lance de bola aérea.

Nas últimas sete partidas do Brasileirão, com Enderson Moreira ou Scolari no comando, o Grêmio sofreu oito gols. Desses, quatro saíram em bolas alçadas para a grande área, sendo três de cabeça. Nas quatro derrotas nesse período, a defesa tricolor sempre levou gols por cima.

O gol de cabeça de Dagoberto, originado aos 40 do segundo tempo, irritou o zagueiro Rhodolfo. Na saída de campo, lamentou o erro “juvenil”. Mesmo assim, tentou compensar ao adotar tom mais moderado na volta da delegação a Porto Alegre.

- A gente fica um pouco nervoso quando acaba o jogo, fala algumas coisas que não deve. Saímos machucados, nos esforçamos ao máximo e merecíamos ter vencido. Corremos, lutamos contra o melhor time do Brasileirão. Temos que focar, já evoluímos bastante - analisa o zagueiro.

Baixinhos atormentam

Um fator chama atenção em todos os gols de cabeça sofridos pela defesa após o Mundial. Nenhum dos atacantes que testaram contra a meta de Marcelo Grohe tinha mais de 1m75cm. Essa é exatamente a altura de Dagoberto. Na derrota para o arquirrival, na estreia de Felipão, outro “baixinho” atormentou a defesa tricolor. Com 1m71cm, o volante Aránguiz venceu Werley, de 1m84cm, no cabeceio e desviou no ângulo.

Já no revés contra o Vitória, sob supervisão do interino André Jardine, outro lance semelhante. Ao aproveitar cruzamento da esquerda, Caio, de 1m75cm, praticamente se apoiou sobre Geromel, de 1m90cm, para desviar com precisão. No tropeço para o Coritiba, que culminou com a queda de Enderson Moreira, houve gol de bola aérea, mas sem golpe de cabeça.

Felipão tem treinado insistentemente lances de cruzamento e bolas paradas para a defesa. Para enfrentar o Inter, por exemplo, o treinador chegou a simular o estilo de cobrança de escanteio colorado, com bolas curtas para D'Alessandro. Na última semana, o técnico também orientou trabalhos de base. Zagueiros exercitaram lances pelo alto em que eram obrigados a afastar bolas de cabeça ou com o pé.

Para domingo, a defesa terá atenção redobrada para enfrentar o terceiro colocado Corinthians. Até porque o time paulista conta com bons cabeceadores, como o centroavante Paolo Guerrero, artilheiro do time, além do zagueiro Gil, autor de dois gols de cabeça no Brasileirão.

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