
Rodrigo Fatturi/Grêmio
O sucesso do Grêmio em aproveitar jogadores jovens está diretamente ligado a criação do 'time de transição'. Esta é a avaliação do departamento de futebol e do técnico Roger Machado. A equipe formada por promessas e jogadores sem grande perspectiva no grupo principal é considerada último estágio e fundamental na preparação dos melhores, para que entrem no time em condições de render o esperado.
Exemplos de sucesso não faltam. Luan, Pedro Rocha, Everton, Walace, Jaílson, Ramiro, Iago, Kaio, Guilherme, Batista, Lincoln, todos passaram pela equipe antes de conseguir ocupar espaço no elenco principal. Mas não só de promessas é formada a relação. Jogadores que voltam de empréstimo ou são excluídos do grupo de cima, mas possuem contrato com o Grêmio, também passam por lá. Marcelo Hermes é o caso mais recente dos que vão ao transição por necessidade. Mas a lista já teve Rondinelly, Mateus Magro, Wangler, entre outros.
A ideia foi implantada em julho do ano passado. O projeto contempla a utilização da equipe 'B' nos torneios oficiais da Federação Gaúcha de Futebol no segundo semestre. A exemplo do que ocorre com clubes europeus. Barcelona, Real Madrid e até menores como Villareal e Athletic Bilbao jogam as divisões inferiores por lá. Neste ano a estreia na competição ocorrerá no próximo dia 14, contra o Bagé, no interior do Estado. "É o último estágio de lapidação. Eu considero fundamental para que o jogador chegue pronto ao time principal", avaliou o técnico Felipe Endres, que recebeu a reportagem do UOL Esporte nesta segunda-feira. "Eu reputo ao transição o sucesso dos jovens do Grêmio. Temos a base do elenco formada por jogadores que passaram por ali", concordou o executivo Júnior Chávare.
O comandante falou, ainda, do trabalho com perfis diferentes de jogadores e sua relação com Roger Machado. Com passagens por Benfica, de Portugal, South Melbourne, da Austrália, clubes da Espanha e do interior gaúcho - sempre na formação - o profissional de 35 anos explicou as atividades do elenco, que conta com nomes que despertam curiosidade da torcida.

Como funciona o trabalho com o time de transição, um elenco heterogêneo, com jovens vindos da base e também jogadores que não são aproveitados no principal?
O bom de trabalhar com este grupo, é que independente da idade dos jogadores, todos querem chegar ao profissional. E trabalhamos no mesmo horário deles. Só a tela separa. Os meninos ficam ali e sabem que a qualquer momento o Roger [Machado, técnico do principal] pode chamar. Mais importante do que a idade é ver o profissional treinar e visualizar estar ali. Além disso, a interação de mais velhos e mais jovens ajuda muito. Nessa semana temos alguns treinando com o Roger [Araújo, Arthur e Jean Pyerre] e quando eles voltam, tem outra bagagem. Ouvir um elogio do Douglas, uma crítica do Marcelo, um conselho do Maicon, dá outra mentalidade para a formação deles. A junção com o profissional melhora até a parte extra-campo deles.
Como funciona a escolha do time. O grupo tem prioridade em ceder jogadores ao principal. Você utiliza quem precisa ser mais trabalhado, ou o melhor que possa contribuir mais com o time? Contribuir mais ou ganhar os jogos?
São duas situações. Uma vez eu ouvi uma palestra do Júnior Chávare [diretor executivo de futebol] que ele dizia que para ele o importante é formar vencedores. Temos que ganhar e queremos isso. Estamos buscando as vitórias. Mas é importante também saber que o processo de formação está acontecendo. No caso da Copinha, os jogadores com mais experiência desceram para o time e vão jogar. Justamente para ter uma rodagem maior. Caso o Roger precise de algum, ele está na ativa. É importante que eles joguem. Além disso, é importante os que estavam no Brasileiro Sub-20 ter essa convivência. Mas não adianta colocar só jovens. Precisa de experiência. É bom tê-los, mas respaldados por alguém com uma experiência maior.
Você já foi orientado a não escalar alguém? E te cito o exemplo do Marcelo Hermes que baixou do profissional para o transição porque não aceitou a proposta de renovação de contrato do Grêmio?
A situação do Marcelo é uma situação a parte e não é tratada comigo. É um caso do jogador com a direção. Ele treina comigo, não tenho o que reclamar dele, muito pelo contrário. E o Roger me deixa super à vontade para escalar o time. Bem como o Júnior também. Conversamos para fazer com o que o clube seja favorecido e aconteça tudo em favor do clube.
E quem volta de empréstimo, como vai para o transição? Um jogador que esteve em um clube e voltou, não foi para o principal, como é a relação? Chega com vontade de participar ou de cara feia?
Tudo que eu vivi até agora no clube, de volta de empréstimo ou baixarem do profissional, não tenho queixa para fazer. Todos treinaram e se empenharam, ninguém de cara amarrada. Todos com vontade de trabalhar, justamente em pró de estar próximo ao profissional. Sabem que não estão no profissional mas podem acabar sendo chamados. Um caso é o Guilherme. Começou conosco, voltou com esta intenção, trabalhou, jogou amistosos e agora está no profissional. Iago, Jaílson, são jogadores que estiveram com a gente.
Você tem que utilizar o mesmo sistema tático do principal?
O clube não me pede para que siga a estrutura tática do profissional. O que conversamos, e é uma ideia do Roger, que trabalhemos os mesmos conceitos. Ele sabe como trabalho e penso, e pensamos o futebol de uma maneira muito próxima. Isso facilitou a interação dos trabalhos. Ele pede que tenha princípios similares no time. Posse, pressão, um time agressivo. Ele sempre me deixou bem a vontade sobre a formação. Mas com a mesma ideia de jogo.
Como é a relação do Roger com vocês, como funciona o momento de solicitar um jogador?
Diariamente estamos em contato. Ele chega bem antes do treino e eu também gosto de fazer isso. Nos encontramos, as comissões, e conversamos. Foi o caso do sábado, quando tivemos um jogo-treino. Hoje mesmo falamos sobre quem foi bem, quem não foi tão bem, o que chamou atenção. É um treinador que assiste os vídeos dos nossos jogos e nos questiona. Sobre subir ou descer, ele pede jogador específico ou um jogador de determinada posição deixando para nós escolhermos. Uma conversa e uma interação que ajuda para os meninos subirem e não sentirem a diferença.
Quem são os jogadores mais prontos no transição? Há vários jogadores que a torcida tem muita curiosidade... Raúl, Arthur, Araújo...
Eu acredito que pelo fato de todos estarem no transição estão pré-dispostos a servir o time principal. Sobre mais prontos e menos prontos, temos os que baixaram do principal e subiram da base. Não gosto de citar nomes, porque eu acredito que o jogador vai se sobressair num torneio mediante ao suporte do time. Eu posso dizer que todos são ambiciosos de trabalhar e chegar ao profissional. Independente da condição de ter baixado ou querer subir, é um ponto positivo. Há jogadores com uma bagagem maior. Não só o Arthur ou Araújo, mas o elenco tem jogadores de qualidade para estarem ali ajudando o clube.
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A ideia foi implantada em julho do ano passado. O projeto contempla a utilização da equipe 'B' nos torneios oficiais da Federação Gaúcha de Futebol no segundo semestre. A exemplo do que ocorre com clubes europeus. Barcelona, Real Madrid e até menores como Villareal e Athletic Bilbao jogam as divisões inferiores por lá. Neste ano a estreia na competição ocorrerá no próximo dia 14, contra o Bagé, no interior do Estado. "É o último estágio de lapidação. Eu considero fundamental para que o jogador chegue pronto ao time principal", avaliou o técnico Felipe Endres, que recebeu a reportagem do UOL Esporte nesta segunda-feira. "Eu reputo ao transição o sucesso dos jovens do Grêmio. Temos a base do elenco formada por jogadores que passaram por ali", concordou o executivo Júnior Chávare.
O comandante falou, ainda, do trabalho com perfis diferentes de jogadores e sua relação com Roger Machado. Com passagens por Benfica, de Portugal, South Melbourne, da Austrália, clubes da Espanha e do interior gaúcho - sempre na formação - o profissional de 35 anos explicou as atividades do elenco, que conta com nomes que despertam curiosidade da torcida.

Como funciona o trabalho com o time de transição, um elenco heterogêneo, com jovens vindos da base e também jogadores que não são aproveitados no principal?
O bom de trabalhar com este grupo, é que independente da idade dos jogadores, todos querem chegar ao profissional. E trabalhamos no mesmo horário deles. Só a tela separa. Os meninos ficam ali e sabem que a qualquer momento o Roger [Machado, técnico do principal] pode chamar. Mais importante do que a idade é ver o profissional treinar e visualizar estar ali. Além disso, a interação de mais velhos e mais jovens ajuda muito. Nessa semana temos alguns treinando com o Roger [Araújo, Arthur e Jean Pyerre] e quando eles voltam, tem outra bagagem. Ouvir um elogio do Douglas, uma crítica do Marcelo, um conselho do Maicon, dá outra mentalidade para a formação deles. A junção com o profissional melhora até a parte extra-campo deles.
Como funciona a escolha do time. O grupo tem prioridade em ceder jogadores ao principal. Você utiliza quem precisa ser mais trabalhado, ou o melhor que possa contribuir mais com o time? Contribuir mais ou ganhar os jogos?
São duas situações. Uma vez eu ouvi uma palestra do Júnior Chávare [diretor executivo de futebol] que ele dizia que para ele o importante é formar vencedores. Temos que ganhar e queremos isso. Estamos buscando as vitórias. Mas é importante também saber que o processo de formação está acontecendo. No caso da Copinha, os jogadores com mais experiência desceram para o time e vão jogar. Justamente para ter uma rodagem maior. Caso o Roger precise de algum, ele está na ativa. É importante que eles joguem. Além disso, é importante os que estavam no Brasileiro Sub-20 ter essa convivência. Mas não adianta colocar só jovens. Precisa de experiência. É bom tê-los, mas respaldados por alguém com uma experiência maior.
Você já foi orientado a não escalar alguém? E te cito o exemplo do Marcelo Hermes que baixou do profissional para o transição porque não aceitou a proposta de renovação de contrato do Grêmio?
A situação do Marcelo é uma situação a parte e não é tratada comigo. É um caso do jogador com a direção. Ele treina comigo, não tenho o que reclamar dele, muito pelo contrário. E o Roger me deixa super à vontade para escalar o time. Bem como o Júnior também. Conversamos para fazer com o que o clube seja favorecido e aconteça tudo em favor do clube.
E quem volta de empréstimo, como vai para o transição? Um jogador que esteve em um clube e voltou, não foi para o principal, como é a relação? Chega com vontade de participar ou de cara feia?
Tudo que eu vivi até agora no clube, de volta de empréstimo ou baixarem do profissional, não tenho queixa para fazer. Todos treinaram e se empenharam, ninguém de cara amarrada. Todos com vontade de trabalhar, justamente em pró de estar próximo ao profissional. Sabem que não estão no profissional mas podem acabar sendo chamados. Um caso é o Guilherme. Começou conosco, voltou com esta intenção, trabalhou, jogou amistosos e agora está no profissional. Iago, Jaílson, são jogadores que estiveram com a gente.
Você tem que utilizar o mesmo sistema tático do principal?
O clube não me pede para que siga a estrutura tática do profissional. O que conversamos, e é uma ideia do Roger, que trabalhemos os mesmos conceitos. Ele sabe como trabalho e penso, e pensamos o futebol de uma maneira muito próxima. Isso facilitou a interação dos trabalhos. Ele pede que tenha princípios similares no time. Posse, pressão, um time agressivo. Ele sempre me deixou bem a vontade sobre a formação. Mas com a mesma ideia de jogo.
Como é a relação do Roger com vocês, como funciona o momento de solicitar um jogador?
Diariamente estamos em contato. Ele chega bem antes do treino e eu também gosto de fazer isso. Nos encontramos, as comissões, e conversamos. Foi o caso do sábado, quando tivemos um jogo-treino. Hoje mesmo falamos sobre quem foi bem, quem não foi tão bem, o que chamou atenção. É um treinador que assiste os vídeos dos nossos jogos e nos questiona. Sobre subir ou descer, ele pede jogador específico ou um jogador de determinada posição deixando para nós escolhermos. Uma conversa e uma interação que ajuda para os meninos subirem e não sentirem a diferença.
Quem são os jogadores mais prontos no transição? Há vários jogadores que a torcida tem muita curiosidade... Raúl, Arthur, Araújo...
Eu acredito que pelo fato de todos estarem no transição estão pré-dispostos a servir o time principal. Sobre mais prontos e menos prontos, temos os que baixaram do principal e subiram da base. Não gosto de citar nomes, porque eu acredito que o jogador vai se sobressair num torneio mediante ao suporte do time. Eu posso dizer que todos são ambiciosos de trabalhar e chegar ao profissional. Independente da condição de ter baixado ou querer subir, é um ponto positivo. Há jogadores com uma bagagem maior. Não só o Arthur ou Araújo, mas o elenco tem jogadores de qualidade para estarem ali ajudando o clube.
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