
Foto: Diego Vara / Agencia RBS
Contratado em maio, Edílson fez muito mais do que solucionar o problema da lateral direita, até então ocupada por Wallace Oliveira, Wesley e mesmo o improvisado Ramiro. Considerado uma das lideranças do vestiário do Corinthians, transpôs esse mesmo espírito para a Arena e ganhou de vez a admiração da torcida ao arrancar uma das bandeirinhas do Beira-Rio depois do último Gre-Nal e transformá-la em estandarte da vitória.
O jogador dispensado por problemas disciplinares em 2013 voltou amadurecido e disposto a contribuir para que chegue ao fim o longo ciclo sem conquistas. Uma de suas receitas está nesta entrevista concedida a Zero Hora: é proibido perder pontos para equipes mais fracas. Em outras palavras, derrotar neste domingo o penúltimo colocado Sport é obrigação para o time de Roger Machado.
Seu desempenho já está aprovado pelos torcedores. Esperava dar esta resposta tão rápido?
Estou muito feliz com o momento que vivo. Me preparei muito nesses anos, depois que saí daqui, para chegar ao nível em que estou hoje.
Como foi essa preparação?
Você sempre ambicionou voltar para cá? Preparou-se em qual sentido?
Eu tinha uma vontade muito grande de voltar para o Grêmio. Mas não acreditava que isso pudesse acontecer, porque tinha contrato longo no Corinthians. Mas, mentalmente, me preparei com a experiência que ganhei fora daqui nesse tempo, tanto no Botafogo como no Corinthians. Isso me fez crescer. E, quando cheguei, tinha a certeza de que poderia, rapidamente, ser um dos líderes do grupo e ajudar dentro de campo. Minha vontade é de vencer aqui.
Essa vontade tem a ver com a saída anterior? Você acredita que aquela situação foi mal resolvida?
Achei que não era a hora de sair. E também por escolher Porto Alegre como a minha cidade depois de parar de jogar. Por querer criar meus filhos aqui. Tenho certeza de que eles serão gremistas. Minha família é toda gremista. Eu acho que por isso tinha essa vontade de voltar para casa. Eu não deveria ter saído.
Você conheceu sua mulher aqui?
Sim. A família toda dela é daqui. E tenho amigos. Minha responsabilidade é muito grande. Eles me cobram resultados, eu sei o sofrimento deles pela falta de títulos. Uma das coisas que eles sempre me falam é que, ganhando um título, eu vou ficar para a história. E isso me motiva a cada dia para que eu consiga ganhar.
Levando em conta toda essa vinculação com Porto Alegre e o Grêmio, como ficou sua cabeça quando surgiu a chance de voltar?
A primeira coisa que pensei quando chegou a proposta concreta foi falar com Tite. Ele sempre foi muito honesto comigo. Joguei aberto: professor, estou tendo a chance de voltar para Porto Alegre, perto da minha família. Eu quero ir. Ele disse que, se fosse egoísta, não permitiria, por eu ser um dos líderes do vestiário. Mas, pelo lado da família, entenderia. E pediu que eu viesse falar no outro dia. Nem consegui dormir.
E como foi o encontro no dia seguinte?
Ele falou que não tinha como me liberar porque o Fágner poderia ir embora no meio do ano. Quando Edu (Gaspar, gerente de futebol) garantiu que Fágner ficaria, ele me liberou. E ainda teve o segundo passo: como me despedir do homem (Tite)? Ele estava na academia, me deu um abraço e eu vi as lágrimas no rosto dele. Aí, comecei a chorar também.

Foto: Diego Vara / Agencia RBS
Quando você saiu, em 2013, se disse que estava na noite. Isso tem fundo de verdade? Você se excedia mesmo ou acha que foi injustiçado?
Eu não digo que fui injustiçado. Foram as duas coisas. Na minha primeira passagem aqui, nunca fiz uma partida muito abaixo. Sempre mantive a regularidade. E quando Vanderlei (Luxemburgo) me tirou do time, em 2012, no jogo em que ganhamos de 4 a 0 do Figueirense, eu estava vivendo um grande momento. E ele me sacou do time do nada.
Aquilo me deixou chateado. Se fosse hoje, talvez eu agisse diferente, iria treinar e esqueceria. Mas, naquele momento, pensei: pô, o treinador me sacou, vou curtir, vou sair. E foi isso que aconteceu. Talvez tenha me excedido.
Ele não deu explicações sobre a decisão de tirá-lo do time?
Com minha cabeça de hoje, sei que cada treinador tem as suas escolhas (no Grêmio, Edílson perdeu a posição para Pará). Há jogadores que eles gostam e jogadores que eles gostam menos. Só não achei certo do jeito que foi por eu estar em um momento bom. Mas é passado, não guardo mágoa nenhuma.
Vocês conversaram depois disso?
Não tive oportunidade de falar com ele. Eu queria ter essa oportunidade e, de repente, até pedir desculpas, porque talvez meu comportamento não tenha sido legal. As coisas acontecem. Não me culpo. Tudo isso aconteceu para que eu amadurecesse, quebrasse a cabeça, saísse do Grêmio e estar de volta. Serviu de aprendizado para mim.
Quando cheguei ao Botafogo, resolvi me cuidar mais. Fui muito focado para jogar em alto nível de novo.
No Botafogo, em 2013 e 2014, a campanha foi boa, apesar dos salários atrasados
Os funcionários não tinham dinheiro para nada. Nós, jogadores, nos reuníamos e fazíamos rachão para dar cesta básica para eles. Jogadores mais jovens não tinham dinheiro para a gasolina para treinar.
Jogadores mais velhos, como Bolívar, davam dinheiro. O presidente (Maurício Assunção) ficou uns quatro meses sem ir ao clube. Devia uns oito meses de imagem.
Como você foi parar no Corinthians?
Sofri uma lesão e fui me tratar no Corinthians. Me mandaram embora machucado do Botafogo. Ali, me abriram as portas. Sou grato até hoje. Durante dois, três meses, tratei do púbis lá. Depois, já assinei contrato para 2015. Aí, tudo se abriu.
Depois do Gre-Nal, em que você arrancou a bandeirinha de escanteio do Beira-Rio, aumentou sua identificação com a torcida.
Você se vê como um símbolo dos torcedores?
É difícil eu falar isso. Eu não penso nisso quando entro em campo. Mas, minha personalidade, meu jeito e minha vontade de querer ganhar se sobressaem e por isso os torcedores acabam vendo como um símbolo. É mais pela vontade de vencer, de querer conquistar algo, pelos meus amigos, pela minha família e por mim. Estou numa idade em que não penso mais em Europa. Hoje, tento botar na cabeça dos jovens o quanto é importante ser campeão. Aí é que você será valorizado.
Como foi a repercussão daquele gesto de retirar a bandeirinha?
Recebi bastante mensagens de amigos meus, dizendo que a gente estava precisando disso.
Mas, para mim, aconteceu ali, foi um momento de vibração, de êxtase, de ganhar a partida de um rival, de um concorrente direto. Ganhamos dos caras dentro da casa deles.
Foi muito espontâneo de minha parte. Aquele jogo marcou. Foi bom pra caramba.
Você vê todo o grupo focado em ser campeão?
O pensamento conjunto dos jogadores, comissão técnica e diretoria é muito importante. Não adianta só uma parte querer, os três têm que querer. E eu vejo esse pensamento em todos. A Libertadores tem que ser uma consequência. Nosso pensamento tem que ser o título. Com o elenco que temos, o pensamento tem que ser esse. Os mais velhos vão passando para quem chegou há pouco tempo a importância de ganhar um título e entrar para a história do Grêmio.
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O jogador dispensado por problemas disciplinares em 2013 voltou amadurecido e disposto a contribuir para que chegue ao fim o longo ciclo sem conquistas. Uma de suas receitas está nesta entrevista concedida a Zero Hora: é proibido perder pontos para equipes mais fracas. Em outras palavras, derrotar neste domingo o penúltimo colocado Sport é obrigação para o time de Roger Machado.
Seu desempenho já está aprovado pelos torcedores. Esperava dar esta resposta tão rápido?
Estou muito feliz com o momento que vivo. Me preparei muito nesses anos, depois que saí daqui, para chegar ao nível em que estou hoje.
Como foi essa preparação?
Você sempre ambicionou voltar para cá? Preparou-se em qual sentido?
Eu tinha uma vontade muito grande de voltar para o Grêmio. Mas não acreditava que isso pudesse acontecer, porque tinha contrato longo no Corinthians. Mas, mentalmente, me preparei com a experiência que ganhei fora daqui nesse tempo, tanto no Botafogo como no Corinthians. Isso me fez crescer. E, quando cheguei, tinha a certeza de que poderia, rapidamente, ser um dos líderes do grupo e ajudar dentro de campo. Minha vontade é de vencer aqui.
Essa vontade tem a ver com a saída anterior? Você acredita que aquela situação foi mal resolvida?
Achei que não era a hora de sair. E também por escolher Porto Alegre como a minha cidade depois de parar de jogar. Por querer criar meus filhos aqui. Tenho certeza de que eles serão gremistas. Minha família é toda gremista. Eu acho que por isso tinha essa vontade de voltar para casa. Eu não deveria ter saído.
Você conheceu sua mulher aqui?
Sim. A família toda dela é daqui. E tenho amigos. Minha responsabilidade é muito grande. Eles me cobram resultados, eu sei o sofrimento deles pela falta de títulos. Uma das coisas que eles sempre me falam é que, ganhando um título, eu vou ficar para a história. E isso me motiva a cada dia para que eu consiga ganhar.
Levando em conta toda essa vinculação com Porto Alegre e o Grêmio, como ficou sua cabeça quando surgiu a chance de voltar?
A primeira coisa que pensei quando chegou a proposta concreta foi falar com Tite. Ele sempre foi muito honesto comigo. Joguei aberto: professor, estou tendo a chance de voltar para Porto Alegre, perto da minha família. Eu quero ir. Ele disse que, se fosse egoísta, não permitiria, por eu ser um dos líderes do vestiário. Mas, pelo lado da família, entenderia. E pediu que eu viesse falar no outro dia. Nem consegui dormir.
E como foi o encontro no dia seguinte?
Ele falou que não tinha como me liberar porque o Fágner poderia ir embora no meio do ano. Quando Edu (Gaspar, gerente de futebol) garantiu que Fágner ficaria, ele me liberou. E ainda teve o segundo passo: como me despedir do homem (Tite)? Ele estava na academia, me deu um abraço e eu vi as lágrimas no rosto dele. Aí, comecei a chorar também.

Foto: Diego Vara / Agencia RBS
Quando você saiu, em 2013, se disse que estava na noite. Isso tem fundo de verdade? Você se excedia mesmo ou acha que foi injustiçado?
Eu não digo que fui injustiçado. Foram as duas coisas. Na minha primeira passagem aqui, nunca fiz uma partida muito abaixo. Sempre mantive a regularidade. E quando Vanderlei (Luxemburgo) me tirou do time, em 2012, no jogo em que ganhamos de 4 a 0 do Figueirense, eu estava vivendo um grande momento. E ele me sacou do time do nada.
Aquilo me deixou chateado. Se fosse hoje, talvez eu agisse diferente, iria treinar e esqueceria. Mas, naquele momento, pensei: pô, o treinador me sacou, vou curtir, vou sair. E foi isso que aconteceu. Talvez tenha me excedido.
Ele não deu explicações sobre a decisão de tirá-lo do time?
Com minha cabeça de hoje, sei que cada treinador tem as suas escolhas (no Grêmio, Edílson perdeu a posição para Pará). Há jogadores que eles gostam e jogadores que eles gostam menos. Só não achei certo do jeito que foi por eu estar em um momento bom. Mas é passado, não guardo mágoa nenhuma.
Vocês conversaram depois disso?
Não tive oportunidade de falar com ele. Eu queria ter essa oportunidade e, de repente, até pedir desculpas, porque talvez meu comportamento não tenha sido legal. As coisas acontecem. Não me culpo. Tudo isso aconteceu para que eu amadurecesse, quebrasse a cabeça, saísse do Grêmio e estar de volta. Serviu de aprendizado para mim.
Quando cheguei ao Botafogo, resolvi me cuidar mais. Fui muito focado para jogar em alto nível de novo.
No Botafogo, em 2013 e 2014, a campanha foi boa, apesar dos salários atrasados
Os funcionários não tinham dinheiro para nada. Nós, jogadores, nos reuníamos e fazíamos rachão para dar cesta básica para eles. Jogadores mais jovens não tinham dinheiro para a gasolina para treinar.
Jogadores mais velhos, como Bolívar, davam dinheiro. O presidente (Maurício Assunção) ficou uns quatro meses sem ir ao clube. Devia uns oito meses de imagem.
Como você foi parar no Corinthians?
Sofri uma lesão e fui me tratar no Corinthians. Me mandaram embora machucado do Botafogo. Ali, me abriram as portas. Sou grato até hoje. Durante dois, três meses, tratei do púbis lá. Depois, já assinei contrato para 2015. Aí, tudo se abriu.
Depois do Gre-Nal, em que você arrancou a bandeirinha de escanteio do Beira-Rio, aumentou sua identificação com a torcida.
Você se vê como um símbolo dos torcedores?
É difícil eu falar isso. Eu não penso nisso quando entro em campo. Mas, minha personalidade, meu jeito e minha vontade de querer ganhar se sobressaem e por isso os torcedores acabam vendo como um símbolo. É mais pela vontade de vencer, de querer conquistar algo, pelos meus amigos, pela minha família e por mim. Estou numa idade em que não penso mais em Europa. Hoje, tento botar na cabeça dos jovens o quanto é importante ser campeão. Aí é que você será valorizado.
Como foi a repercussão daquele gesto de retirar a bandeirinha?
Recebi bastante mensagens de amigos meus, dizendo que a gente estava precisando disso.
Mas, para mim, aconteceu ali, foi um momento de vibração, de êxtase, de ganhar a partida de um rival, de um concorrente direto. Ganhamos dos caras dentro da casa deles.
Foi muito espontâneo de minha parte. Aquele jogo marcou. Foi bom pra caramba.
Você vê todo o grupo focado em ser campeão?
O pensamento conjunto dos jogadores, comissão técnica e diretoria é muito importante. Não adianta só uma parte querer, os três têm que querer. E eu vejo esse pensamento em todos. A Libertadores tem que ser uma consequência. Nosso pensamento tem que ser o título. Com o elenco que temos, o pensamento tem que ser esse. Os mais velhos vão passando para quem chegou há pouco tempo a importância de ganhar um título e entrar para a história do Grêmio.
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Comentários
Comentários (9)
eu acho que edilsom tem que ser capitão o gremio precisa dum lider e esse lider é ele
concordo plenamente, o cara e guerreiro tem espirito aguerrido e principalmente veste o manto como um torcedor apaixonado pelo mais poderoso do sul!!!
vamos GRÊMIO, vamos ser campeão!!!
esse cara merece ser titular é um dos líderes tem perfil de líder o cara tá provando que veio pra fica .#vamoTricolorVamosSercampeaõ
Esse ano o brasileiro tem nome. GRÊMIO FUTEBOL PORTO ALEGRENSSE.
palavras de um Capitão!!!
mito
Guerreiro rumo ao tri...
esse cara merece e muito sincero gostei dele vamos lá o grêmio vai ser campeão do brasileirão...
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