Após perder quatro volantes em uma semana, Roger deve escalar dupla da base no meio-campo

Em uma semana, o Grêmio perdeu quatro volantes. Walace foi convocado, Ramiro e Maicon, suspensos, e Edinho, envolvido na troca por Negueba, do Coritiba. Restaram os garotos Jaílson e Kaio para guarnecer a área contra a Chapecoense, quarta-feira, na Arena Condá. Roger Machado, que já antecipou sua intenção de escalar os dois, diz não ver a juventude como problema.

Com isso, o técnico descarta deslocar Giuliano ou improvisar o lateral esquerdo Marcelo Oliveira na função, possibilidades especuladas desde sábado, após o empate em 1 a 1 contra o Fluminense.

— A garotada está aí para jogar. Não tenho receio nenhum de colocá-los. Vamos trabalhar para que entrem extremamente confiantes em campo e possam dar a resposta que esperamos — disse o técnico.

Jaílson veio de Bagé em 2013, por recomendação do conselheiro Ben Hur Marchiori. Delegado de polícia aposentado, Marchiori, naquele ano, havia se aventurado como treinador do Guarany, onde encantou-se com o futebol do volante. Como concorria com Walace, Kaio e Araújo, também egressos da base, Jaílson foi emprestado a Chapecoense por dois anos para adquirir experiência. Voltou no começo deste ano. Por coincidência, será em Chapecó que o garoto de 20 anos receberá sua primeira chance de iniciar uma partida no time profissional do Grêmio — contra o Fluminense, entrou no lugar de Bobô aos 18 minutos do segundo tempo.

Kaio, 21 anos, é mais rodado. Chegou a ser inscrito para a Libertadores e participou de cinco jogos do Gauchão.

— Se fosse comparar, diria que Jaílson é mais Walace e Kaio é mais Maicon — resume Júnior Chávare, coordenador da base do Grêmio e executivo de futebol interino.

Roger tem motivos para afirmar que lança os dois garotos sem receio. Desde sua chegada ao Grêmio, o técnico faz uma observação diária do grupo de transição, do qual Jaílson e Kaio faziam parte. Tanto que não hesitou em promovê-los.

— O grupo de transição treina no mesmo campo dos profissionais, só que com uma hora de antecedência. Roger sempre chega mais cedo para observar — diz Chávare.

Ramiro foi expulso sábado por proferir palavrões contra o árbitro goiano André Luiz de Freitas Castro, ao reclamar de falta sobre Edílson. Na súmula, Castro relata que o volante o acusara de "estar nos roubando". Ramiro confirmou as ofensas, mas explicou que jogadores não usam palavras "bonitas e educadas" para reclamar.

A expulsão de Ramiro foi apenas um dos pontos que levaram a direção do Grêmio a despejar sua ira contra a arbitragem. As outras queixas foram contra o toque do zagueiro Henrique, do Fluminense, dentro da área, em que não foi marcado pênalti, e o gol de Marcos Júnior, em que a bola supostamente é ajeitada com o braço pelo atacante.

— A gente investir tanto em um time para ser assaltado. Este vai ser conhecido como o "jogo da mão" — desabafou o vice de futebol Alberto Guerra.

Sem especificar quais serão as medidas, Guerra garantiu que o clube adotará providências para não sofrer novos prejuízos

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