Michel de Freitas: dois pontos a menos

O empate com o San Lorenzo pode dificultar a vida do Grêmio.


Fonte: Grêmio Avalanche

Michel de Freitas: dois pontos a menos
Foto: Lucas Uebel

Nesta quarta-feira, 09 de março de 2016, o Grêmio perdeu dois pontos dentro de sua própria casa, contra o San Lorenzo.

Não se trata de ter deixado de ganhar dois pontos, trata-se de não fazer o dever de casa e garantir as vitórias como mandante, algo de grande importância em um grupo tão "encardido" como o nosso.

O adversário:
É bem verdade que o San Lorenzo não faz uma boa campanha na atual edição da Libertadores, visto que o ponto conquistado diante do empate com o Grêmio foi apenas o segundo dos argentinos em três jogos, mas se engana quem olha pra tabela e pensa que o time treinado por Pablo Guede não tenha qualidade.

Certo, talvez não tenham a mesma força de quando foram campeões, nos eliminando, inclusive. Mas o San Lorenzo versão 2016 é um time que sabe o que fazer com a bola, mantendo a posse, se aproximando e trocando passes rápidos. Não é exagero comparar seu estilo de jogo com o nosso, do ano passado, que insiste em não se repetir atualmente.

O Grêmio:
Mais uma vez, deixamos a desejar. Falei ontem que a torcida iria para a Arena com muito mais vontade, e não errei, visto que fez sua parte. Porém, dentro de campo, a famosa intensidade outra vez não apareceu, talvez pelo desgaste físico ocasionado pela sequência de jogos, mas não há justificativa para a falta de inteligência necessária para acalmar e dominar a partida.

Vejam bem, não estou chamando os jogadores de burros, apenas tenho a impressão que não souberam interpretar a partida, não souberam o que fazer com a bola para vencer a resistência argentina.

Muito pelo contrário, eles que dominaram. Pelo próprio mérito e pelas fragilidades do Grêmio. Excesso de erros de passe, muito espaço oferecido para os hermanos trabalharem a bola, falta de proteção pelas laterais do campo, e em alguns momentos desatenção, desde os jovens até os veteranos.

Os jogadores não vem repetindo funções que exerciam no ano passado. Não sei se por mudança de instruções do Roger ou o que, mas será que é tão errado pensar que a forma de jogar de 2015 poderia servir de base para esse ano, e ser usada até no decorrer das partidas como "medida de segurança"? Ou seja, uma forma de jogar que pode servir de ponto de partida, podendo sim haver alterações, mas sem perder as características presentes nas melhores atuações da "Era Roger".

Saímos na frente, é verdade, mas não conseguimos defender a vantagem e não tivemos força para marcar mais vezes. Aliás, não fosse a categoria do Fred na bola parada, não sei nem se teríamos conseguido tirar o zero do placar.

Roger Machado:
Professor, me desculpe, mas ontem tu "errou a mão".

Na dúvida entre Éverton e Henrique Almeida, como substituto de Bolaños (#ForçaMiller!), qualquer decisão seria aceita. Escolheu o mais jovem esperando velocidade, vitória pessoal e troca de posição com Luan, e foi o que teve. Dos jovens, Éverton foi um dos melhores na partida e justificou sua escalação. Pena não ter feito o 2x0 logo depois do nosso único gol na partida.

Considero que os erros de Roger iniciaram já na escolha dos reservas relacionados para a partida. Tínhamos Éverton e Luan em campo, Henrique Almeida, Bobô e Fernandinho no banco. Cinco opções para o ataque, enquanto Douglas ia para campo sem ter ninguém para substituí-lo. Por que não relacionar o jovem Lincoln?

No mais, com o cansaço e dificuldade da partida, alguns jogadores caíram muito de ritmo, e aí Roger parece ter errado também nas substituições. Luan deu lugar a Bobô, e não vejo porque não ter já lançado Henrique Almeida a campo. Dentre os dois centro-avantes, Henrique tem mais mobilidade e poder de finalização. Poderia fazer a movimentação lá na frente pra tentar segurar o time no ataque, esperando e criando oportunidades para finalizar e buscar o gol tão necessário, mas a escolha não foi essa.

Depois, quando finalmente mandou Henrique para a partida, foi no lugar de Douglas. E aí perdemos o meio de campo. Dois blocos separados em campo, entre defesa e ataque, e ninguém para fazer a bola passar de um a outro. Bico pra frente e os centro-avantes que se virem. É válido, algumas equipes jogam assim quase que sempre, mas não funcionou. E não funcionou porque é praticamente o oposto daquilo que foi construído desde a chegada de Roger. A aproximação e o passe curto deram lugar a distância entre setores e ligação direta. O Grêmio deixou o jogo estranho para si próprio.

Por fim, Fernandinho entrou na vaga de Giuliano, e apesar de toda vontade demonstrara pelo atacante, infelizmente não saem "jogadas úteis" de seus pés, visto que corre, corre, corre, até perder a bola.

O treinador Roger, além da figura de ídolo como jogador, tem crédito de sobra. Mas, ontem, errou, e precisa rever alguns conceitos nesta forma de jogar de 2016. Não precisa repetir exatamente aquilo que fazia em 2015, até porque os adversários aprenderam a forma como o Grêmio jogava e já estavam conseguindo neutralizar, mas fundamentos base daquele estilo de jogo devem ser recuperados para que, no mínimo, possamos ser senhores das partidas, "mandarmos" nos jogos.

Enfim, teremos agora que conquistar pontos fora de casa se não quisermos correr o risco de não nos classificar. Isso não é impossível, mas teria ficado muito mais fácil com uma vitória ontem.

Em tempo, não posso deixar de mencionar o quanto está jogando bem o zagueiro Pedro Geromel. Não tenho medo de dizer que não há zagueiro em atividade no Brasil em momento melhor que o dele. Não sei porque o mesmo ainda não foi convocado para a seleção brasileira, e ele que me desculpe mas espero que assim continue, pois é com a camisa tricolor que quero vê-lo jogar. Geromito, como a torcida chama, vem salvando o time de resultados piores. Está na hora dos demais jogadores atuarem no mesmo nível, e aí os resultados aparecerão.

Agora, time reserva no regional, por favor! Afinal, queremos a Copa, e para conquistá-la algumas medidas precisam ser tomadas. Descansem os jogadores, e principalmente treinem, usem o tempo para aprimorar a qualidade do time ao invés de se deslocar pelo Rio Grande enfrentando times de menor expressão em um campeonato de minúscula importância.

E no mais, não te mixa, Grêmio!


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