Léo Gerchmann: por nós e pelo Miller!

Foto: Carlos Macedo / Agencia RBS

Milhões de gremistas, na Arena ou na TV, estarão de olhos fixos em seus jogadores, nesta quente noite de quarta-feira, todos com as mesmas prementes indagações: como reagirão ao afastamento estúpido de uma promissora referência técnica? Serão o grupo coeso que se imagina? Terão de onde tirar a qualidade que se espera de vocês? Serão tomados da fibra que torna paladinos os grandes homens? Crescerão em meio ao infortúnio, como fazem os heróis? Honrarão o companheiro abjeta e violentamente abatido?

Será a noite de os jogadores do Grêmio nos darem recados. Chegou a oportunidade de dizerem a quem duvida: nosso perfil é o de campeões! Merecemos a glória! Estamos fechados com vocês! Estamos com o Roger, um sujeito do bem, gremista de raiz, comandante justo, que busca a emoção da conquista no seu clube do coração.

Um dos milhões de gremistas irmanados conosco é novato nessa paixão: Miller Bolaños estará vestindo o uniforme tricolor que se recusa a tirar, mesmo na cama, torcendo por vocês, com os olhos tristes grudados na TV do quarto de um hospital. Aqueles mesmos olhos sedentos de amizade, de um sujeito tímido que chegou ansioso à nova realidade. Os olhos de alguém que procurava Luan em campo e com ele se entendeu tal qual antigo companheiro.

Digam que ele não está só ali naquele quarto de paredes claras com as janelas viradas para o rio e a noite de uma cidade desconhecida! Trata-se de um jovem de 25 anos que jogou 45 minutos do Gre-Nal com uma bola de sangue enfiada sob a bochecha direita. Tudo para não abandonar os companheiros! Um guri louco por se enturmar, por jogar, por levantar taças, por se ver reconhecido, por ouvir seu nome gritado pela torcida que, de imediato, o tomou como ídolo, numa empatia impressionantemente automática.

Vocês, Miller e nós, torcedores, estaremos juntos. Nem com o rosto desfigurado e latejante ele quis se afastar dos companheiros. Todos vestem o mesmo uniforme e o mesmo sonho.

Provem-nos que vocês são dignos de um título da América. É hoje. Só hoje!

Por Miller, por nós e por vocês próprios!

Até porque, nesta noite, seremos um só.


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