'Novo Falcão', ex-promessa do Grêmio volta ao futsal para curar 'infelicidade' dos gramados


Fonte: ESPN

Novo Falcão, ex-promessa do Grêmio volta ao futsal para curar infelicidade dos gramados
Mithyuê brilhou no sub-20 do Grêmio, mas não conseguiu manter o alto nível no profissional

Em 2008, um jovem de 18 anos decidiu trocar uma carreira promissora no futsal pelo sonho de atuar nos gramados. Com a camisa do Grêmio, encantou e mostrou que aquele que era visto como ‘novo Falcão' poderia brilhar também no futebol. Passaram-se seis anos, e a história de sucesso que parecia escrita não se confirmou. Para Mithyuê, a hora agora é de recomeçar.

E não se trata de um reinício qualquer para o jogador que foi visto como uma das grandes promessas do Grêmio. Mithyuê, após passagens por Atlético-PR, Juventude, CSA e Pelotas, decidiu voltar ao futsal e vai vestir novamente a camisa do Krona/Joinville, a mesma que o fez ser visto como um possível sucessor de Falcão nas quadras, após o vice-campeonato da Liga de 2007.

"Não fico triste, por incrível que pareça. Claro, queria ter sucesso, queria, quem sabe, estar num grande time, mas eu realizei os meus sonhos", disse Mithyuê, pouco antes de fazer seu segundo treino no retorno ao Joinville. "Voltar para o Joinville, onde comecei, fui muito feliz e sempre bem recebido, é uma alegria muito grande", garantiu.

A alegria com que comenta o retorno à modalidade que o tornou conhecido no mundo da bola contrasta com o jogador sentia atuando nos campos. "Já não estava mais tão feliz... Quando recebi o convite (da direção do Joinville), não pensei duas vezes. No campo, não estava tão feliz. É mais um desafio, e gosto disso.

Espero sair com sucesso", revelou.

O nascimento do 'novo Falcão' - A história de Mithyuê no futsal começou em 2007. Na Liga daquele ano, o ala foi destaque da campanha que levou o Joinville até a decisão e, ainda que tenha saído sem o título, foi eleito o melhor jogador em sua posição e revelação, com direito a 13 gols. Como prêmio, chegou à seleção brasileira com apenas 17 anos.

Com 17, Mithyuê chegou à seleção brasileira de futsal

O talento chamou a atenção de Paulo César Carpegiani, que já atuava como empresários de jogadores. O ex-treinador fez a oferta e nem precisou insistir para que o jovem aceitasse a chance de atuar na base do Grêmio. Logo de cara, no Brasileiro sub-20, mais uma vez Mithyuê brilhou: dessa vez, coroando o prêmio de melhor jogador com o título do torneio.

"Foi um objetivo atingido. Depois, queria subir para o profissional. Subi, joguei no Grêmio, um sonho que, se não é de todo guri, é 90% que quer jogar em um grande clube. E eu realizei esse sonho. O Grêmio abriu as portas para mim, e sou eternamente grato aquele clube", lembra o jogador de sua história, em tempos ainda de "contos de fadas".

As lesões - Em 2009, Mithyuê assinou seu contrato profissional com o Grêmio, mas sua alegria durou pouco. Uma lesão no joelho atrasou sua estreia, que só aconteceu em dezembro.

Ainda que não tenha enchido os olhos, o futebol do jovem agradou a torcida tricolor, que comemorou o primeiro gol de seu ‘xodó' no Campeonato Gaúcho do ano seguinte.

Dali em diante, porém, Mithyuê não decolou como se esperava e vieram empréstimos para Atlético-PR e Juventude. "Sempre me lesionava no melhor momento. Quando estava bem, machucava. As oportunidades foram ficando cada vez menores. Não consegui mostrar meu futebol, não tive sequência. Mas a culpa não é de ninguém. Aconteceu. Segue a vida."

Como a vida seguiu - Depois de Juventude e Atlético, Mithyuê foi emprestado ao CSA, de Alagoas, e Pelotas, que seria a última camisa que o jogador vestiria nos gramados. Na equipe gaúcha, o meia-atacante conquistou três títulos de menor expressão, mas nada suficiente para alterar seu status. Era a hora, então, de retomar a carreira nas quadras.

"Nunca descartava uma possível volta para o futsal. Eu já tinha vontade um tempo atrás. Em 2012, quase voltei. Ai o James (Veiga, ex-jogador e agora diretor do Joinville), que é o diretor aqui, entrou em contato comigo. Ele teve a ideia, entrou em contato.

Gostei e acabei voltando", resumiu, contradizendo quem diz que ele fracassou no futebol.

"Tive um sucesso no campo, talvez, não o que todo o mundo esperava. Talvez não atingi o sucesso que queria, mas também não foi a pior coisa do mundo. Sou muito feliz, não me arrependo de nada. Até porque se não tivesse ido, você talvez estaria me perguntando por que eu não fui. Fui, tentei e deu certo, em partes", pondera Mithyuê, ansioso para sua nova - velha - vida.

Após seis anos, Mithyuê voltará a vestir a camisa do Joinville na Liga Futsal

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