Deus e o diabo na terra do futebol


Fonte: Blog Futebol e Ficção/

Deus e o diabo na terra do futebol
(Foto: Marcos Cunha/Agencia Freelancer)

O futebol é dadivoso com alguns e cruel com outros. Tivemos nesta semana dois exemplos dessa ambivalência. Ela se manifestou na vida de um atacante e um zagueiro: Andrés D’Alessando e Leandro Almeida. Comecemos pelo argentino, que pode se lambuzar nos sentimentos de idolatria e pertencimento. O jogador foi emprestado para o River Plate, clube onde nasceu para o futebol, mas seguirá vinculado ao Internacional. No time gaúcho, construiu forte identidade e goza de enorme prestígio.

D’Alessandro se emocionou na coletiva do adeus provisório. A despedida precisa vir acompanhada de aspas, já que ao fim do ano, em teste, o atacante retornará ao Beira-Rio. Vai por empréstimo para o River e, assim, poderá envergar novamente a camisa do clube dos seus primeiros passos. O Colorado o reverencia, mas a necessidade de aliviar o bolso – ironicamente a ausência da Libertadores é o motivo principal – impulsionou a transação. O fato é que o argentino experimenta sabor reservado a poucos. Sai de um lugar que o ama com prazo para regressar. E chegará onde também é querido. No Inter, agremiação de terra estrangeira, a paixão foi desenvolvida por anos de relação, fruto de conquista. No River, a ligação é umbilical, o afeto natural do nascimento.
Não são muitos os jogadores que conseguem rabiscar um roteiro de tanta plenitude. Dois países vizinhos, potências do futebol, em times grandiosos, bi e tri da Libertadores. Com a 10, conquistou a América com a camisa do Internacional. Terá a chance de repetir a façanha na sua manjedoura. E, no fim, ainda poderá retornar a Porto Alegre para queimar seus últimos cartuchos e ter um despedida eloquente.

Leandro Almeida vive o reverso da moeda. O gosto amargo da rejeição. Na quinta-feira passada, no Pacaembu, falhou feio no jogo contra o São Bento ao errar um passe e levar drible desmoralizante no segundo gol da equipe de Sorocaba. Bastou o lance para a torcida, que já o via de esgelha, passar a persegui-lo de forma implacável. A cada toque na bola, vaias e mais vaias. Sua autoestima foi soterrada. Técnico e time tentaram blindá-lo. O experiente goleiro Fernando Prass, em atitude à altura de um capitão, clamou para que se tenha “visão ampla“ e não despejar em um atleta a culpa por um resultado. Mas o rapaz sentiu o baque. No dia seguinte, apagou sua conta em uma rede social – pelotão virtual de fuzilamento de nossa época – e a tristeza foi senhora.

Aos 28 anos, Leandro não é exatamente um novato. Resta saber se os calos da carreira serão suficientes para reagir. Já vimos fartos filmes de poeira sacudida na bola. Por ora, encontra-se como um antípoda de D’Alessandro.

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