Derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7 a 1 levantou dúvidas sobre a atual situação do futebol brasileiro e a necessidade de uma renovação (Getty Images)
Pelé não havia completado nem seis meses de vida e Garrincha era só uma criança de sete anos quando, em abril de 1941, época em que nenhuma estrela estampava a camisa da Seleção canarinho, entrou em vigor o decreto-lei 3.199, o da criação do Conselho Nacional de Desporto. Mais do que isso: a primeira intervenção notável do poder público no esporte em resposta aos fracassos nas Copas de 1934 e 38 moldou a estrutura hierarquizada corrente no futebol brasileiro há mais de sete décadas. Desde então, há uma confederação nacional no alto da pirâmide, federações estaduais subordinadas a ela no plano médio e clubes relegados à base.
“Algumas heranças deste período foram repensadas a partir da Constituição de 88, mas, na nossa área, infelizmente, não tivemos o banho de modernização que poderíamos ter”, avaliou João Paulo Medina, fundador da Universidade do Futebol e ex-diretor do Internacional. “Não há como oxigenar este processo arcaico, conservador, que impede um trabalho mais sintonizado com as nossas demandas”. Para ele, o modelo caducou.
Àquela altura, o País, sob a ditadura de Getúlio Vargas, vivia o Estado Novo, mas o recém-criado esqueleto de organização da cena esportiva abria espaço para relação de compadrio entre poderes semelhante à do sistema político da segunda metade da República Velha, extinta havia apenas 11 anos. Em linhas gerais: de 1894 a 1930, o Governo Federal pouco intervinha na política dos estados, que, em contrapartida, garantiam votos favoráveis à manutenção do status quo do seu financiador. Troque o primeiro personagem pela CBF, o segundo pelas federações estaduais e está feita a comparação. “Guardadas as devidas proporções”, fez a ressalva Medina. “É isso o que acontece. As federações não têm inspiração, digamos assim, da entidade maior, recebem dinheiro dela e têm uma estrutura amarrada. Aproveitam os benefícios que interessam aos dirigentes e estes ficam em uma zona de conforto que só interessa ao modelo – um modelo que não serve mais ao nosso futebol como um todo”.
“Não há como seguir com este estado de coisas: federações e CBF cada vez mais ricas e clubes cada vez mais endividados”, alertou Pedro Conceição, ex-membro do Comitê de Gestão do Santos. Um estudo recente da auditoria BDO RCS apontou que, em 2013, a receita das federações estaduais subiu, no consolidado, 25% em relação a 2012, o que as levou ao superávit de R$ 11,3 milhões.
Na contramão deste crescimento, os 24 principais times do Brasil, juntos, tiveram aumento de 14% na dívida líquida – ou R$ 687,6 milhões. Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo, diz ter a solução: ele propõe que a CBF cuide apenas da Seleção e de assuntos para fora do País, além da substituição das federações por ligas de clubes. “Teríamos a ‘Liga do Futebol Profissional’, em que só entraria quem tivesse status para isso. O resto jogaria nas ‘Ligas Municipais’. Federação não ajuda clube, elas os malham. A Carioca, predadora, por exemplo, cobra 10% da renda bruta dos jogos e dos direitos de imagem”.
As federações de SP, RJ, MG e RS concentram 56% da receita total das 23 federações analisadas pelo estudo - na imagem, as 13 principais (Arte/FOX - Fonte: BDO RCS)
Ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo partilha da opinião de Braga, ainda que com uma diferença fundamental: em vez de uma "Liga do Futebol Profissional", o economista prevê um sistema regionalizado, com ligas estaduais. “E dentro delas é preciso estabelecer regras, fazer de tudo para equilibrar as forças, como é nos esportes americanos”, disse, citando o draft.
“Nós precisamos dar aos times do interior a capacidade para formar atletas. Guarani e Ferroviária eram grandes formadores, mas onde estão hoje? Temos de repensar o sistema de financiamento, que está matando não só os clubes, mas o futebol.
Se o torcedor é egoísta, quem trabalha no meio não pode ser. Não dá para virar um Espanhol, com duas ou três equipes que brigam pelo título”, completou. Para Thiago Ferreira, presidente interino do São Bernardo, “é a saída perfeita”. “Mas quem vai administrar? Será administrada profissionalmente? Quais são os projetos e investimentos? É fácil falar em nova liga, mas os clubes grandes vão pensar neles, não vão pensar na gente”, questionou.
Medina vai além: “A discussão tem de envolver também as políticas públicas para desenvolvimento da modalidade, capacitação profissional para isso, incentivo às escolinhas... Não adianta só transferir a responsabilidade de mãos. Como ficam os clubes de todas as divisões em situações difíceis? Tem de ter um plano ampliado para dar-lhes saúde. É tão importante quanto ligas estaduais cuidando dos campeonatos”.
Em Santa Catarina, um projeto menos “radical”, uma associação de 27 clubes que trabalha ao lado da federação, vem dando resultados. “Com esse sistema, nós conseguimos aumentar a verba da televisão, fizemos um trabalho muito bom com Ministério Público e a Polícia Militar nos estádios para termos mais segurança... O que a gente ouve falar é que, antes disso, as equipes eram distantes da federação”, disse Sandro Parollo, presidente da Chapecoense. “Veja: hoje temos três times na Série
A e dois na B”. Delfim Peixoto Filho, o mandachuva da entidade estadual por lá, explicou o modelo de atuação: “Nós governamos juntos, mas sem perder autonomia. Essa relação nos permite conhecer mais a fundo as carências dos clubes. Com a abertura que nós os damos, eles nos ajudam a melhorar a situação deles”.
Delfim está há 30 anos no poder e afirma: “Oxigenação não é o principal ponto para o futebol brasileiro evoluir. Um bom tempo no mandato nos faz ter mais experiência, identificar os problemas do estado, das equipes e modernizar a administração. O meu trabalho acrescentou ao futebol daqui”.
Na conta dos clubes – e até na da torcida
“No Palmeiras, para o Conselho Deliberativo aprovar a reforma da Arena, foi uma batalha. Tinha um grupo que queria impedir, era um negócio de hospício. O projeto vai lhe trazer receita e você só cedeu terreno, não vai gastar um tostão, e alguém diz que ‘entregou a Arena a W. Torre’? Como é que se convive com gente desse tipo? Um cara desses começa a falar e você vai embora”, desabafou Belluzzo, que foi mais a fundo: “Os clubes têm liberdade para se organizarem da forma que quiserem, e a atual vai matá-los. Ninguém entende nada de coisa nenhuma, não conseguem nem olhar para um balanço e entender o que está escrito”. O ex-presidente do alviverde paulista não tem dúvida: a administração das equipes do futebol brasileiro também tem parcela de culpa no massacre sofrido contra Alemanha, em 8 de julho.
Pedro Conceição concorda: “A culpa maior é dos dirigentes. Afirmo tranquilo, porque estive lá e não consegui contribuir para mudar”. Segundo o ex-cartola, a falta de profissionalização nas gestões se dá por conta do excesso de cargos estatutários, os não remunerados. “No Santos, tínhamos 70 deles e o novo estatuto reduziu a sete. Eles servem ao jogo do ‘toma lá dá cá’: um presidente é eleito, distribui alguns e deixa outros na gaveta para os que vêm dizendo: ‘Eu te ajudei, hein?’. Viram ‘gerente de banheiro’, ‘sub-gerente de privada’...”. Os estatutários, contudo, não preenchem apenas vagas pequenas, mas também de tomada de decisão – é aí que estaria o problema. Medina explica:
“Executivos profissionais, no Brasil, às vezes servem como bode expiatório para quando algo dá errado, mas também são chefiados por esses amadores, que, muitas vezes, se dedicam ao clube só depois de outro trabalho. “Entre eles sempre há paixão envolvida, é prejudicial”, completou Conceição.
Pedro acredita que o modelo ideal seja algo parecido com o do Real Madrid – ao qual o Santos tenta se adequar: uma cúpula de sete não remunerados mais o presidente e o vice, que não faz mais do que estabelecer as diretrizes do clube. Abaixo dela, uma estrutura profissionalizada para tocar os times: “Em não dando certo, que se troque esses profissionais”. Ele alerta, contudo, que o processo de mudança é longo, e que o Peixe passa por uma “turbulência forte, uma guerra política” para tal. “Não dá mais para ter dirigentes amadores”, finalizou. A matemática é simples: cartolas mal preparados – “sem contar os que não são éticos”, acrescenta Medina – somados à pressão externa por resultados é igual a gastos irresponsáveis, a dívidas enormes. “Gastar mais do que arrecada é o grande erro dos clubes. Trabalhar com metas em curto prazo, essa resposta à torcida, à comunidade ligada à equipe, esse é o problema”, pontuou o fundador da Universidade do Futebol.
O levantamento da BDO RCS de 2013 apontou: em cinco anos, os 24 principais clubes do Brasil saltaram R$ 2,8 bilhões no valor do endividamento total, que está em R$ 5,68 bi – deste montante, as dívidas tributárias representam maior fatia: R$ 2,7 bi. A fim de tirar os times do “atoleiro financeiro que se encontram”, a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (Otavio Leite – PSDB/RJ) corre com urgência para aprovação na Câmara – e deve ser votada nesta terça (05). “Se aprovada, as equipes terão 25 anos, 300 parcelas, para pagar a dívida tributária. Não é anistia”, explicou Toninho Nascimento, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. “O governo receberia algo como R$ 140 milhões/ano, sendo que agora não recebe nada, porque os times não pagam, e daríamos mais musculatura aos clubes. Eles não vão ter que vender um jogador e pedir ao comprador para não pagar porque a Receita vai tomar o dinheiro. Não vão viver sem saber se vão ter dinheiro ou não”, completou. Bom para os endividados, bom para o Governo, mas e para o futebol?
Na última coluna, a porcentagem da dívida tributária sobre a dívida líquida dos clubes (Arte/FOX - Fonte: BDO RCS)
Na última sexta (01), Paulo André, um dos líderes do Bom Senso F.C, divulgou carta em seu Facebook: “A LRFE só beneficiará os dirigentes, liberando verba (retida pela Receita) para que a gastança continue sem controle. É sim o momento certo para se votar, mas, para se atingir o objetivo final do projeto, que é oferecer o parcelamento da dívida fiscal aos clubes e, em contrapartida, garantia da moralização do futebol brasileiro, é preciso incluir na íntegra as emendas que propõe o Bom Senso”, diz um trecho. No modelo atual, para se valer da Lei, o endividado só precisa apresentar a Certidão Negativa de Débito.
“Mesmo o Flamengo, na crise financeira em que se encontra, consegue (na maior parte do tempo) apresentar a CND”, alerta o zagueiro do Shanghaï Shenhua, da China.
“Essa lei, da maneira que está, é fraca. Propomos que se crie e implemente um modelo adaptado do fair play financeiro europeu.
Que a própria CBF estabeleça um órgão interno de fiscalização e eventual punição dos clubes. Sabemos que CND não exige a quitação da dívida, só uma renegociação. Queremos um instrumento mais forte de fiscalização, com frequência maior”, explicou Ricardo Martins, diretor do Bom Senso. Em vez de uma vez ao ano, o grupo sugere que se façam controles trimestrais e semestrais. ”Com base nisso, a federação ou confederação organizadora executaria punições”, continuou. “Também importante: o projeto só prevê uma pena: rebaixamento. É preciso ter acompanhamento mais frequente.
As advertências devem depender do que ele está devendo. Se é salário, o mais forte, de três em três meses tem um aviso. Primeiro, um aviso público, depois, proibição de registro de
jogadores e, enfim, perda de pontos e rebaixamento. Mas se ele não padronizar o balanço, que é só uma vez ao ano, tem uma punição menor. Queremos que exista um sistema preventivo e não punitivo. Mantenha a punição de rebaixamento para quem não apresentar CND, mas queremos acrescentar outras coisas”, completou.
Tabela comparativa mostra as emendas sugeridas pelo Bom Senso F.C. como contrapartida à LRFC (Reprodução / Facebook.com)
... E um calendário em evolução
Em 15 de dezembro de 2002, Corinthians e Santos entraram em campo para disputa da final do Campeonato Brasileiro. O título do Peixe deu fim à era mata-mata do torneio nacional. A partir do ano seguinte, iniciou-se o processo de reformulação do calendário do futebol, que permanece praticamente intacto desde então – principal alteração recente foi a ampliação da Copa do Brasil.
“Até 2004, o Brasileirão não havia sido disputado dois anos seguidos com o mesmo formato. O calendário vem evoluindo, mas não dá para cair em uma zona de conforto e dizer que está tudo bem”, explicou Pedro Trengrouse, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Segundo ele, há dois problemas latentes em extremos opostos: um diz respeito a 10 clubes grandes do País, que são impedidos de explorar o potencial da marca no exterior. Outro, mais sério, dá conta de quase 90% dos clubes tupiniquins que encerram as atividades em até quatro meses - a criação de competições que os fizessem jogar por pelo menos nove renderiam, de acordo com a projeção do especialista, cerca de 35 mil empregos e mais R$ 600 milhões aos cofres públicos.
Para tanto, Trengrouse, ainda que afirme desconhecer “solução mágica”, defende a extensão dos campeonatos estaduais: “Há quem ache que eles são o problema, mas podem ser a solução. A discussão é local, não posso imaginar equipe pequena jogando do Oiapoque ao Chuí”, disse. “De pano de fundo, a questão do financiamento. Ora, as projeções de crescimento da economia deixam claro: é de interesse público que aconteça. Sendo assim, cabe a discussão do investimento público. Por que o Ministério do Esporte não pode desenvolver programas para fomentar o futebol enquanto atividade econômica?”. As preocupações do pesquisador encontram ressonância nas propostas do Bom Senso F.C, mas o grupo traça outro caminho para a resolução: uma drástica redução dos estaduais – de 19 para oito datas – e a criação da Série E com 432 times divididos em 36 grupos “microrregionalizados”, com 12 clubes. A cobrança, portanto, recai sobre a CBF. “Qualquer gestor de clube quer jogar o ano todo. Ele vive de jogo. Se não tem, não tem receita, não tem jogador, não tem nada”, garantiu o sociólogo e diretor do Bom Senso F.C. Ricardo Martins.
A sugestão, no entanto, não agrada a Manoel Flores, gerente de competições da CBF. “Tem de se considerar como é caro criar uma competição nacional”, disse ele, que destacou o fato de a entidade ter “posto na rua” a Série D, campeonato que depende de aporte financeiro para bancar passagem e hospedagem de 40 equipes, justamente a fim de fazer os menores jogarem mais.
“Mesmo a Série C ainda não é autossuficiente”, garantiu. “’Ah, a CBF tem de criar a Série E, G, H...’. Entendo que não é por aí. É preciso mapear cada local. Não há como criar uma regra geral e achar que é solução”. Thiago Ferreira, presidente interino do São Bernardo, time que só disputa Paulistão e Copa São Paulo durante a temporada, também aponta custos operacionais como problema para a ideia, mas cobra a CBF: “Não temos o apoio da CBF que um Corinthians tem. Se for para acabar com os Estaduais, tem de ter algo melhor, com custo decente. O perfeito seria um campeonato para o ano todo, claro, mas com investimento da CBF. Ela tem para investir”.
Enquanto os clubes menores lutam para terem mais partidas ao longo da temporada, a briga dos grandes é outra: menos jogos durante o ano – de acordo com o Bom Senso, a média dos times de elite no Brasil é de 68 jogos, enquanto na Inglaterra as equipes entram em campo cerca de 50 vezes. “A gente não consegue valorizar o nosso principal produto. A culpa é dos dirigentes que concordam com um calendário desses”, criticou Pedro Conceição, ex-membro do Comitê de Gestão do Santos. “Não acho que devemos nos adequar ao calendário europeu. O atual é adequado à nossa realidade cultural. Se diminuíssemos o número de datas dos Estaduais e deixássemos as três primeiras divisões com 18 times, o campeonato ficaria mais atrativo e racional. Isso daria oportunidade para os clubes fazerem intercâmbio com o exterior, que é uma grande necessidade que temos”, afirmou Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional.
Além das excursões para fora, o pesquisador Pedro Trengrouse acredita na ampliação territorial da Libertadores. “O mercado dos clubes brasileiros no Paraguai, na Bolívia e na própria Argentina é muito pequeno. O PIB (Produto Interno Bruto) da Argentina é menor do que o faturamento da Petrobrás. Não há mercado a se desenvolver nesses locais. É preciso discutir uma competição realmente intercontinental, para que o Brasil possa desenvolver mercado nos Estados Unidos, principalmente, e também no México e no Canadá. A UEFA organiza a Champions com 52 países. Por que não se pensa em reunir os 35 da CONCACAF e mais 10 da CONMEBOL?”.
Manoel Flores tornou a encontrar problemas na proposta: “Não há nenhum benefício para o Brasil. Teríamos problemas terríveis de logística. Jamais poderia ser feito um jogo de Libertadores na quarta e um do Brasileiro no domingo. Até onde eu sei, não existe esse projeto”, disse. “Temos outras urgências: chegar a um ponto em que se consiga espalhar ao máximo os campeonatos, para que não se jogue quarta e domingo, quarta e domingo. E a questão de ampliar a pré-temporada é um tema importante, estamos olhando para o ano que vem. Esses são nossos dois pontos chaves”.
Logística terrível: em um grupo com Seattle Sounders (EUA), Tijuana (MEX) e Santa Fe (COL), Grêmio percorreria 51 mil km em dois meses (Arte FOX - fonte: Google Maps)
Não há como negar, contudo, que o soccer está cada vez mais popular nos Estados Unidos - e nem que o poder de compra da população dos EUA, do México e do Canadá é maior do que a dos nossos vizinhos da América do Sul, como comprova estudo recente do FMI (Fundo Monetário Internacional). No último sábado (02), Real Madrid e Manchester United fizeram jogo amistoso em Aan Harbor, Michigan, para mais de 109 mil pagantes, novo recorde de público no país, por exemplo. Confira outros dados que dão conta do crescimento do esporte por lá:
Ranking de índice oficial (PIB por Paridade de Poder de Compra) prova maior capacidade para vender e criar mercado nos EUA, México e Canadá (Arte/FOX - Fontes: Forbes e FMI)
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Pelé não havia completado nem seis meses de vida e Garrincha era só uma criança de sete anos quando, em abril de 1941, época em que nenhuma estrela estampava a camisa da Seleção canarinho, entrou em vigor o decreto-lei 3.199, o da criação do Conselho Nacional de Desporto. Mais do que isso: a primeira intervenção notável do poder público no esporte em resposta aos fracassos nas Copas de 1934 e 38 moldou a estrutura hierarquizada corrente no futebol brasileiro há mais de sete décadas. Desde então, há uma confederação nacional no alto da pirâmide, federações estaduais subordinadas a ela no plano médio e clubes relegados à base.
“Algumas heranças deste período foram repensadas a partir da Constituição de 88, mas, na nossa área, infelizmente, não tivemos o banho de modernização que poderíamos ter”, avaliou João Paulo Medina, fundador da Universidade do Futebol e ex-diretor do Internacional. “Não há como oxigenar este processo arcaico, conservador, que impede um trabalho mais sintonizado com as nossas demandas”. Para ele, o modelo caducou.
Àquela altura, o País, sob a ditadura de Getúlio Vargas, vivia o Estado Novo, mas o recém-criado esqueleto de organização da cena esportiva abria espaço para relação de compadrio entre poderes semelhante à do sistema político da segunda metade da República Velha, extinta havia apenas 11 anos. Em linhas gerais: de 1894 a 1930, o Governo Federal pouco intervinha na política dos estados, que, em contrapartida, garantiam votos favoráveis à manutenção do status quo do seu financiador. Troque o primeiro personagem pela CBF, o segundo pelas federações estaduais e está feita a comparação. “Guardadas as devidas proporções”, fez a ressalva Medina. “É isso o que acontece. As federações não têm inspiração, digamos assim, da entidade maior, recebem dinheiro dela e têm uma estrutura amarrada. Aproveitam os benefícios que interessam aos dirigentes e estes ficam em uma zona de conforto que só interessa ao modelo – um modelo que não serve mais ao nosso futebol como um todo”.
“Não há como seguir com este estado de coisas: federações e CBF cada vez mais ricas e clubes cada vez mais endividados”, alertou Pedro Conceição, ex-membro do Comitê de Gestão do Santos. Um estudo recente da auditoria BDO RCS apontou que, em 2013, a receita das federações estaduais subiu, no consolidado, 25% em relação a 2012, o que as levou ao superávit de R$ 11,3 milhões.
Na contramão deste crescimento, os 24 principais times do Brasil, juntos, tiveram aumento de 14% na dívida líquida – ou R$ 687,6 milhões. Márcio Braga, ex-presidente do Flamengo, diz ter a solução: ele propõe que a CBF cuide apenas da Seleção e de assuntos para fora do País, além da substituição das federações por ligas de clubes. “Teríamos a ‘Liga do Futebol Profissional’, em que só entraria quem tivesse status para isso. O resto jogaria nas ‘Ligas Municipais’. Federação não ajuda clube, elas os malham. A Carioca, predadora, por exemplo, cobra 10% da renda bruta dos jogos e dos direitos de imagem”.
As federações de SP, RJ, MG e RS concentram 56% da receita total das 23 federações analisadas pelo estudo - na imagem, as 13 principais (Arte/FOX - Fonte: BDO RCS)
Ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo partilha da opinião de Braga, ainda que com uma diferença fundamental: em vez de uma "Liga do Futebol Profissional", o economista prevê um sistema regionalizado, com ligas estaduais. “E dentro delas é preciso estabelecer regras, fazer de tudo para equilibrar as forças, como é nos esportes americanos”, disse, citando o draft.
“Nós precisamos dar aos times do interior a capacidade para formar atletas. Guarani e Ferroviária eram grandes formadores, mas onde estão hoje? Temos de repensar o sistema de financiamento, que está matando não só os clubes, mas o futebol.
Se o torcedor é egoísta, quem trabalha no meio não pode ser. Não dá para virar um Espanhol, com duas ou três equipes que brigam pelo título”, completou. Para Thiago Ferreira, presidente interino do São Bernardo, “é a saída perfeita”. “Mas quem vai administrar? Será administrada profissionalmente? Quais são os projetos e investimentos? É fácil falar em nova liga, mas os clubes grandes vão pensar neles, não vão pensar na gente”, questionou.
Medina vai além: “A discussão tem de envolver também as políticas públicas para desenvolvimento da modalidade, capacitação profissional para isso, incentivo às escolinhas... Não adianta só transferir a responsabilidade de mãos. Como ficam os clubes de todas as divisões em situações difíceis? Tem de ter um plano ampliado para dar-lhes saúde. É tão importante quanto ligas estaduais cuidando dos campeonatos”.
Em Santa Catarina, um projeto menos “radical”, uma associação de 27 clubes que trabalha ao lado da federação, vem dando resultados. “Com esse sistema, nós conseguimos aumentar a verba da televisão, fizemos um trabalho muito bom com Ministério Público e a Polícia Militar nos estádios para termos mais segurança... O que a gente ouve falar é que, antes disso, as equipes eram distantes da federação”, disse Sandro Parollo, presidente da Chapecoense. “Veja: hoje temos três times na Série
A e dois na B”. Delfim Peixoto Filho, o mandachuva da entidade estadual por lá, explicou o modelo de atuação: “Nós governamos juntos, mas sem perder autonomia. Essa relação nos permite conhecer mais a fundo as carências dos clubes. Com a abertura que nós os damos, eles nos ajudam a melhorar a situação deles”.
Delfim está há 30 anos no poder e afirma: “Oxigenação não é o principal ponto para o futebol brasileiro evoluir. Um bom tempo no mandato nos faz ter mais experiência, identificar os problemas do estado, das equipes e modernizar a administração. O meu trabalho acrescentou ao futebol daqui”.
Na conta dos clubes – e até na da torcida
“No Palmeiras, para o Conselho Deliberativo aprovar a reforma da Arena, foi uma batalha. Tinha um grupo que queria impedir, era um negócio de hospício. O projeto vai lhe trazer receita e você só cedeu terreno, não vai gastar um tostão, e alguém diz que ‘entregou a Arena a W. Torre’? Como é que se convive com gente desse tipo? Um cara desses começa a falar e você vai embora”, desabafou Belluzzo, que foi mais a fundo: “Os clubes têm liberdade para se organizarem da forma que quiserem, e a atual vai matá-los. Ninguém entende nada de coisa nenhuma, não conseguem nem olhar para um balanço e entender o que está escrito”. O ex-presidente do alviverde paulista não tem dúvida: a administração das equipes do futebol brasileiro também tem parcela de culpa no massacre sofrido contra Alemanha, em 8 de julho.
Pedro Conceição concorda: “A culpa maior é dos dirigentes. Afirmo tranquilo, porque estive lá e não consegui contribuir para mudar”. Segundo o ex-cartola, a falta de profissionalização nas gestões se dá por conta do excesso de cargos estatutários, os não remunerados. “No Santos, tínhamos 70 deles e o novo estatuto reduziu a sete. Eles servem ao jogo do ‘toma lá dá cá’: um presidente é eleito, distribui alguns e deixa outros na gaveta para os que vêm dizendo: ‘Eu te ajudei, hein?’. Viram ‘gerente de banheiro’, ‘sub-gerente de privada’...”. Os estatutários, contudo, não preenchem apenas vagas pequenas, mas também de tomada de decisão – é aí que estaria o problema. Medina explica:
“Executivos profissionais, no Brasil, às vezes servem como bode expiatório para quando algo dá errado, mas também são chefiados por esses amadores, que, muitas vezes, se dedicam ao clube só depois de outro trabalho. “Entre eles sempre há paixão envolvida, é prejudicial”, completou Conceição.
Pedro acredita que o modelo ideal seja algo parecido com o do Real Madrid – ao qual o Santos tenta se adequar: uma cúpula de sete não remunerados mais o presidente e o vice, que não faz mais do que estabelecer as diretrizes do clube. Abaixo dela, uma estrutura profissionalizada para tocar os times: “Em não dando certo, que se troque esses profissionais”. Ele alerta, contudo, que o processo de mudança é longo, e que o Peixe passa por uma “turbulência forte, uma guerra política” para tal. “Não dá mais para ter dirigentes amadores”, finalizou. A matemática é simples: cartolas mal preparados – “sem contar os que não são éticos”, acrescenta Medina – somados à pressão externa por resultados é igual a gastos irresponsáveis, a dívidas enormes. “Gastar mais do que arrecada é o grande erro dos clubes. Trabalhar com metas em curto prazo, essa resposta à torcida, à comunidade ligada à equipe, esse é o problema”, pontuou o fundador da Universidade do Futebol.
O levantamento da BDO RCS de 2013 apontou: em cinco anos, os 24 principais clubes do Brasil saltaram R$ 2,8 bilhões no valor do endividamento total, que está em R$ 5,68 bi – deste montante, as dívidas tributárias representam maior fatia: R$ 2,7 bi. A fim de tirar os times do “atoleiro financeiro que se encontram”, a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (Otavio Leite – PSDB/RJ) corre com urgência para aprovação na Câmara – e deve ser votada nesta terça (05). “Se aprovada, as equipes terão 25 anos, 300 parcelas, para pagar a dívida tributária. Não é anistia”, explicou Toninho Nascimento, secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor. “O governo receberia algo como R$ 140 milhões/ano, sendo que agora não recebe nada, porque os times não pagam, e daríamos mais musculatura aos clubes. Eles não vão ter que vender um jogador e pedir ao comprador para não pagar porque a Receita vai tomar o dinheiro. Não vão viver sem saber se vão ter dinheiro ou não”, completou. Bom para os endividados, bom para o Governo, mas e para o futebol?
Na última coluna, a porcentagem da dívida tributária sobre a dívida líquida dos clubes (Arte/FOX - Fonte: BDO RCS)
Na última sexta (01), Paulo André, um dos líderes do Bom Senso F.C, divulgou carta em seu Facebook: “A LRFE só beneficiará os dirigentes, liberando verba (retida pela Receita) para que a gastança continue sem controle. É sim o momento certo para se votar, mas, para se atingir o objetivo final do projeto, que é oferecer o parcelamento da dívida fiscal aos clubes e, em contrapartida, garantia da moralização do futebol brasileiro, é preciso incluir na íntegra as emendas que propõe o Bom Senso”, diz um trecho. No modelo atual, para se valer da Lei, o endividado só precisa apresentar a Certidão Negativa de Débito.
“Mesmo o Flamengo, na crise financeira em que se encontra, consegue (na maior parte do tempo) apresentar a CND”, alerta o zagueiro do Shanghaï Shenhua, da China.
“Essa lei, da maneira que está, é fraca. Propomos que se crie e implemente um modelo adaptado do fair play financeiro europeu.
Que a própria CBF estabeleça um órgão interno de fiscalização e eventual punição dos clubes. Sabemos que CND não exige a quitação da dívida, só uma renegociação. Queremos um instrumento mais forte de fiscalização, com frequência maior”, explicou Ricardo Martins, diretor do Bom Senso. Em vez de uma vez ao ano, o grupo sugere que se façam controles trimestrais e semestrais. ”Com base nisso, a federação ou confederação organizadora executaria punições”, continuou. “Também importante: o projeto só prevê uma pena: rebaixamento. É preciso ter acompanhamento mais frequente.
As advertências devem depender do que ele está devendo. Se é salário, o mais forte, de três em três meses tem um aviso. Primeiro, um aviso público, depois, proibição de registro de
jogadores e, enfim, perda de pontos e rebaixamento. Mas se ele não padronizar o balanço, que é só uma vez ao ano, tem uma punição menor. Queremos que exista um sistema preventivo e não punitivo. Mantenha a punição de rebaixamento para quem não apresentar CND, mas queremos acrescentar outras coisas”, completou.
Tabela comparativa mostra as emendas sugeridas pelo Bom Senso F.C. como contrapartida à LRFC (Reprodução / Facebook.com)
... E um calendário em evolução
Em 15 de dezembro de 2002, Corinthians e Santos entraram em campo para disputa da final do Campeonato Brasileiro. O título do Peixe deu fim à era mata-mata do torneio nacional. A partir do ano seguinte, iniciou-se o processo de reformulação do calendário do futebol, que permanece praticamente intacto desde então – principal alteração recente foi a ampliação da Copa do Brasil.
“Até 2004, o Brasileirão não havia sido disputado dois anos seguidos com o mesmo formato. O calendário vem evoluindo, mas não dá para cair em uma zona de conforto e dizer que está tudo bem”, explicou Pedro Trengrouse, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Segundo ele, há dois problemas latentes em extremos opostos: um diz respeito a 10 clubes grandes do País, que são impedidos de explorar o potencial da marca no exterior. Outro, mais sério, dá conta de quase 90% dos clubes tupiniquins que encerram as atividades em até quatro meses - a criação de competições que os fizessem jogar por pelo menos nove renderiam, de acordo com a projeção do especialista, cerca de 35 mil empregos e mais R$ 600 milhões aos cofres públicos.
Para tanto, Trengrouse, ainda que afirme desconhecer “solução mágica”, defende a extensão dos campeonatos estaduais: “Há quem ache que eles são o problema, mas podem ser a solução. A discussão é local, não posso imaginar equipe pequena jogando do Oiapoque ao Chuí”, disse. “De pano de fundo, a questão do financiamento. Ora, as projeções de crescimento da economia deixam claro: é de interesse público que aconteça. Sendo assim, cabe a discussão do investimento público. Por que o Ministério do Esporte não pode desenvolver programas para fomentar o futebol enquanto atividade econômica?”. As preocupações do pesquisador encontram ressonância nas propostas do Bom Senso F.C, mas o grupo traça outro caminho para a resolução: uma drástica redução dos estaduais – de 19 para oito datas – e a criação da Série E com 432 times divididos em 36 grupos “microrregionalizados”, com 12 clubes. A cobrança, portanto, recai sobre a CBF. “Qualquer gestor de clube quer jogar o ano todo. Ele vive de jogo. Se não tem, não tem receita, não tem jogador, não tem nada”, garantiu o sociólogo e diretor do Bom Senso F.C. Ricardo Martins.
A sugestão, no entanto, não agrada a Manoel Flores, gerente de competições da CBF. “Tem de se considerar como é caro criar uma competição nacional”, disse ele, que destacou o fato de a entidade ter “posto na rua” a Série D, campeonato que depende de aporte financeiro para bancar passagem e hospedagem de 40 equipes, justamente a fim de fazer os menores jogarem mais.
“Mesmo a Série C ainda não é autossuficiente”, garantiu. “’Ah, a CBF tem de criar a Série E, G, H...’. Entendo que não é por aí. É preciso mapear cada local. Não há como criar uma regra geral e achar que é solução”. Thiago Ferreira, presidente interino do São Bernardo, time que só disputa Paulistão e Copa São Paulo durante a temporada, também aponta custos operacionais como problema para a ideia, mas cobra a CBF: “Não temos o apoio da CBF que um Corinthians tem. Se for para acabar com os Estaduais, tem de ter algo melhor, com custo decente. O perfeito seria um campeonato para o ano todo, claro, mas com investimento da CBF. Ela tem para investir”.
Enquanto os clubes menores lutam para terem mais partidas ao longo da temporada, a briga dos grandes é outra: menos jogos durante o ano – de acordo com o Bom Senso, a média dos times de elite no Brasil é de 68 jogos, enquanto na Inglaterra as equipes entram em campo cerca de 50 vezes. “A gente não consegue valorizar o nosso principal produto. A culpa é dos dirigentes que concordam com um calendário desses”, criticou Pedro Conceição, ex-membro do Comitê de Gestão do Santos. “Não acho que devemos nos adequar ao calendário europeu. O atual é adequado à nossa realidade cultural. Se diminuíssemos o número de datas dos Estaduais e deixássemos as três primeiras divisões com 18 times, o campeonato ficaria mais atrativo e racional. Isso daria oportunidade para os clubes fazerem intercâmbio com o exterior, que é uma grande necessidade que temos”, afirmou Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional.
Além das excursões para fora, o pesquisador Pedro Trengrouse acredita na ampliação territorial da Libertadores. “O mercado dos clubes brasileiros no Paraguai, na Bolívia e na própria Argentina é muito pequeno. O PIB (Produto Interno Bruto) da Argentina é menor do que o faturamento da Petrobrás. Não há mercado a se desenvolver nesses locais. É preciso discutir uma competição realmente intercontinental, para que o Brasil possa desenvolver mercado nos Estados Unidos, principalmente, e também no México e no Canadá. A UEFA organiza a Champions com 52 países. Por que não se pensa em reunir os 35 da CONCACAF e mais 10 da CONMEBOL?”.
Manoel Flores tornou a encontrar problemas na proposta: “Não há nenhum benefício para o Brasil. Teríamos problemas terríveis de logística. Jamais poderia ser feito um jogo de Libertadores na quarta e um do Brasileiro no domingo. Até onde eu sei, não existe esse projeto”, disse. “Temos outras urgências: chegar a um ponto em que se consiga espalhar ao máximo os campeonatos, para que não se jogue quarta e domingo, quarta e domingo. E a questão de ampliar a pré-temporada é um tema importante, estamos olhando para o ano que vem. Esses são nossos dois pontos chaves”.
Logística terrível: em um grupo com Seattle Sounders (EUA), Tijuana (MEX) e Santa Fe (COL), Grêmio percorreria 51 mil km em dois meses (Arte FOX - fonte: Google Maps)
Não há como negar, contudo, que o soccer está cada vez mais popular nos Estados Unidos - e nem que o poder de compra da população dos EUA, do México e do Canadá é maior do que a dos nossos vizinhos da América do Sul, como comprova estudo recente do FMI (Fundo Monetário Internacional). No último sábado (02), Real Madrid e Manchester United fizeram jogo amistoso em Aan Harbor, Michigan, para mais de 109 mil pagantes, novo recorde de público no país, por exemplo. Confira outros dados que dão conta do crescimento do esporte por lá:
Ranking de índice oficial (PIB por Paridade de Poder de Compra) prova maior capacidade para vender e criar mercado nos EUA, México e Canadá (Arte/FOX - Fontes: Forbes e FMI)
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