Norma da CBF vai encurtar 'alçapão da Vila' e 'campo mais odiado do Brasil'

Vila Belmiro perderá alguns metros quadrados de gramado

A partir deste ano, todos os campos da Série A e Série B do Campeonato Brasileiro serão padronizados pela CBF e passarão a ter as mesmas dimensões, de acordo com a norma estabelecida pela Fifa.

As medidas serão de 105 m de comprimento e 68 m de largura, as mesmas utilizada pelas 12 arenas da Copa do Mundo de 2014. Diversos estádios terão que se adequar, incluindo o Serra Dourada, em Goiânia, que hoje é o de maior dimensão do Brasil: 110 m x 75 m.

"Sinceramente essa padronização já deveria ter acontecido há mais tempo no Brasil. Isso vai melhorar a igualdade de condições de se disputar um campeonato", disse Felipe Ximenes, diretor de futebol do Goiás.

"O Serra Dourada não é um estádio do Goiás. Ele é do Estado. Naturalmente o estádio terá que se adequar ao que quer a CBF, mas não será o Goiás que irá tomar á frente. Ele terá que se adequar para receber os jogos também do Atlético-GO e Vila Nova", afirmou Ximenes.

Acostumados a jogar em um campo grande, contudo, a mudança não deve ser sentida pelos jogadores do Goiás, segundo o cartola. "Goiás é um clube privilegiado e temos oito campos no CT. Temos campos com dimensões menores e maiores, coisa que podemos até mudar por conta disso. O clube tem essa facilidade", disse Ximenes.

Ele rebate as reclamações sobre as dimensões do estádio Serra Dourada. "O que acontece aqui é muito mais pela baixa umidade relativa do ar do que pelas dimensões do campo. O problema aqui é uma situação que não irá mudar é a umidade, que de agosto até outubro é muito baixa", ponderou Ximenes.

SANTOS TAMBÉM MUDA

Casa do Santos, o estádio da Vila Belmiro é outro palco que não segue o futuro padrão e, por isso, passa por reformas.

"O gramado hoje tem 106 m x 70 m e vai ficar com 105 m x 68 m, que é o padrão Fifa. Teremos que remover toda a pequena e a grande área porque as marcações são muito antigas e não pegaria as marcas novas", disse André Ostermayer, gerente de contrato da World Sports, empresa responsável pela reforma do gramado do Allianz Parque, do Pacaembu e da Arena do Corinthians.

"Estive em Santos para fazer a topografia do terreno para fazermos as novas marcações. Para o esporte é muito justo, treina em um campo de um tamanho e joga em local idêntico. Vai trazer um pouco mais de uniformidade", analisou Ostemayer.

"Nossa briga agora é para que se padronize também a altura da grama, mas a CBF precisa ver isso, além da qualidade dos campos. Times que gostam de jogar em grama baixa, como o Santos, com 15 milímetros, encontram campos com até 35 milímetros pelo Brasil. Uma diferença muito grande", reclamou.

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