Fellipe Bastos em treino do Vasco, em 2010
Imagine que você está lá, feliz da vida, comemorando uma épica conquista da Copa do Brasil, no meio da bagunça, quando, de repente, é atacado por uma terrível dor de barriga. Tenebrosa, daquelas que derrubam até o mais forte dos homens. Se você entra em pânico só de pensar nessa situação, saiba que Fellipe Ramos Ignez Bastos é o cara que pode te dar as dicas de como enfrentar esse problema e escapar ileso.
Sim, ele mesmo, o volante Fellipe Bastos, que passou por Vasco, Grêmio, Ponte Preta e Benfica, entre outros clubes, além das seleções brasileiras de base. Em 9 de junho de 2011, logo após vencer a Copa do Brasil com o time carioca, o meio-campista passou apuros na enorme festa que a torcida vascaína fez nas ruas do Rio de Janeiro.
"A gente subiu no trio elétrico e estava na euforia, a torcida nos recebeu no aeroporto naquele puta clima de festa, comemorando demais. Só que antes havia comido um negócio no avião e comecei a ter dor de barriga no meio da festa, não tinha banheiro no trio. Daí o Diego Souza falou: 'Vai lá e usa o cooler'. Eu falei: 'Não, cara, você tá doido? Alguém vai ver e tirar foto, estou ferrado'", lembrou Bastos, em entrevista ao ESPN.com.br.
O jeito foi dar a famosa "saída à francesa".
"Tinha uma ambulância, desci rapidinho e passei pelo meio da torcida, ninguém entendeu nada. Os enfermeiros perguntaram: 'Você está passando mal?', respondi: ‘Não, me deu um 'revertério' (risos). Daí a ambulância ligou a luz e saiu 'voando' no meio da torcida na rua, foi direto para São Januário, aí deu tempo de ir pro vestiário (risos). Todo mundo pensando que eu passei mal, mas era só dor de barriga mesmo. Depois que ficaram sabendo de tudo, riram demais de mim, era motivo de piada o tempo todo", gargalhou.
Ao todo, Fellipe cumpriu cinco anos de contrato pelo Vasco. Ele foi contratado do Benfica, de Portugal, clube pelo qual fez sua estreia como profissional, em 2008, após passagens pelas categorisa de base de Botafogo e PSV Eindhoven, da Holanda.
Dos tempos em que morou em Lisboa, guardou histórias saborosas, que lembrar as famosas "piadas de português" tão contadas no Brasil.
"Antes de entrar no elevador, no Brasil é comum perguntar se está subindo ou descendo. Estava com a minha esposa, tinha uma mulher dentro e perguntamos. Ela respondeu: 'O elevador está parado (risos)'. Foi uma coisa que me marcou bastante, porque a gente escuta muito piada de português e descobre que é de verdade. Eles respondem exatamente ao pé da letra! Mas no fundo ela estava certa", admite.
Durante o período em que ficou na Colina, foi parte importante da conquista da Copa do Brasil, sobre o Coritiba, em pleno Couto Pereira.
Em 2013, porém, admite que passou por período de "deslumbramento", caiu de ritmo e foi parar na reserva. Passando por um período complicado, foi emprestado à Ponte Preta, equipe na qual se destacou bastante e voltou a jogar bem. Ao lado do técnico Jorginho, foi vice-campeão da Copa Sul-Americana.
"Vivi um momento muito difícil na minha vida no Vasco. Tinha me separado da minha esposa e não estava legal. Sou muito grato ao Jorginho por ter me dado esta oportunidade em um clube maravilhoso como a Ponte. É uma torcida apaixonada e que me recuperou para o futebol", elogia.
"Fizemos uma campanha na Sul-Americana e e coloquei a cabeça no lugar. Voltei com a minha esposa e hoje temos dois filhos. Essa passagem na Ponte ajudou na até na minha vida pessoal", celebra o volante, que marcou um golaço no jogo de ida da final, que terminou empatado por 1 a 1 com o Lanús, no Pacaembu.
Desde a passagem pela equipe de Campinas, Fellipe Bastos garante que virou um novo homem e que nunca mais ficará "deslumbrado" com as facilidades da vida de um jogador profissional de um grande time.
"Sempre assumi meu erros, fui criado assim, na vida levo isso para sempre e no futebol não é diferente, bola pra frente. Não vou cometer mais os mesmos erros e sei o quanto isso me prejudicou. Olho pra trás e vejo tudo como aprendizado", assegura.
Briga com D'Alessandro e presente fake do sheik
Em junho de 2014, o Vasco emprestou Fellipe Bastos ao Grêmio, em troca do atacante Kleber "Gladiador". Em Porto Alegre, o meio-campista realizou o sonho de ser comandado por Luiz Felipe Scolari, técnico de quem era fã desde a infância.
"Tenho muito carinho pelo Felipão, até porque el me deu uma oportunidade de jogar com regularidade. Quando era pequeno, sempre via o Grêmio ser campeão na TV e sonhava em jogar lá e ser comandado pelo Felipão. Realizei esse sonho de jogar num clube reconhecido mundialmente, e espero um dia voltar ao Grêmio", comenta.
Sua estreia foi em um Gre-Nal. O volante diz que jogou bem, mas o "Imortal" acabou derrotado pelo maior rival. Só que o troco viria pouco depois, em uma goleada por 4 a 1 no qual Bastos recebeu ordem direta de Scolari: colar em D'Alessandro e não deixar o argentino jogar.
"Foi complicado, porque a gente disputava vaga na Libertadores e esse era um jogo chave, tinha que ganhar de qualquer jeito. A gente se pegou muito durante o jogo e eu até cheguei mais duro nele em um momento. Não vou nunca para machucar, mas a gente discutiu um pouco, teve aquela confusão na hora, mas morreu lá dentro e não tenho problema algum com ele. Futebol é assim, mesmo cada um defende o seu", analisa.
O carioca agradou em sua passagem pelo Rio Grande do Sul, tanto é que teve o empréstimo renovado logo após o fim do vínculo. Só que uma ótima proposta do Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, fez o atleta ser vendido no meio do ano passado.
Desde que chegou ao Oriente Médio, Bastos conta que ainda não conseguiu se adaptar às altas temperaturas do deserto.
"Al Ain é uma das cidades mais floridas dos Emirados, mas, quando está calor, é muito, mas muito mesmo. Uma situação no meu primeiro jogo contra o time do Nilmar na Supercopa estava 48 graus a noite. Eu, recém-chegado, não aguentei nada. Estava com 30 minutos do primeiro tempo eu já queria ir embora, passei mal depois (risos), tá louco", relata.
Ainda em processo de adaptação ao Oriente Médio, o ex-vascaíno também faz questão de acabar com uma das famosas lendas em relação ao futebol das Arábias: a de que os sheiks que comandam os clubes gostam de dar carros caríssimos aos seus jogadores favoritos.
"Eles dão um carro para você, mas fica no nome do clube (risos). Enquanto eu estiver por aqui é meu, mas, quando sair, não será mais. Se o sheik gostar de você, te dá relógio, uma grana boa de bicho, mas eles não têm nada de bobos. Você precisa fazer por merecer, eles sabem como é que funciona. O pessoal acha que pode dar 'migué' que vai receber presente a qualquer momento, mas não é bem assim", finaliza.
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Imagine que você está lá, feliz da vida, comemorando uma épica conquista da Copa do Brasil, no meio da bagunça, quando, de repente, é atacado por uma terrível dor de barriga. Tenebrosa, daquelas que derrubam até o mais forte dos homens. Se você entra em pânico só de pensar nessa situação, saiba que Fellipe Ramos Ignez Bastos é o cara que pode te dar as dicas de como enfrentar esse problema e escapar ileso.
Sim, ele mesmo, o volante Fellipe Bastos, que passou por Vasco, Grêmio, Ponte Preta e Benfica, entre outros clubes, além das seleções brasileiras de base. Em 9 de junho de 2011, logo após vencer a Copa do Brasil com o time carioca, o meio-campista passou apuros na enorme festa que a torcida vascaína fez nas ruas do Rio de Janeiro.
"A gente subiu no trio elétrico e estava na euforia, a torcida nos recebeu no aeroporto naquele puta clima de festa, comemorando demais. Só que antes havia comido um negócio no avião e comecei a ter dor de barriga no meio da festa, não tinha banheiro no trio. Daí o Diego Souza falou: 'Vai lá e usa o cooler'. Eu falei: 'Não, cara, você tá doido? Alguém vai ver e tirar foto, estou ferrado'", lembrou Bastos, em entrevista ao ESPN.com.br.
O jeito foi dar a famosa "saída à francesa".
"Tinha uma ambulância, desci rapidinho e passei pelo meio da torcida, ninguém entendeu nada. Os enfermeiros perguntaram: 'Você está passando mal?', respondi: ‘Não, me deu um 'revertério' (risos). Daí a ambulância ligou a luz e saiu 'voando' no meio da torcida na rua, foi direto para São Januário, aí deu tempo de ir pro vestiário (risos). Todo mundo pensando que eu passei mal, mas era só dor de barriga mesmo. Depois que ficaram sabendo de tudo, riram demais de mim, era motivo de piada o tempo todo", gargalhou.
Ao todo, Fellipe cumpriu cinco anos de contrato pelo Vasco. Ele foi contratado do Benfica, de Portugal, clube pelo qual fez sua estreia como profissional, em 2008, após passagens pelas categorisa de base de Botafogo e PSV Eindhoven, da Holanda.
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"Antes de entrar no elevador, no Brasil é comum perguntar se está subindo ou descendo. Estava com a minha esposa, tinha uma mulher dentro e perguntamos. Ela respondeu: 'O elevador está parado (risos)'. Foi uma coisa que me marcou bastante, porque a gente escuta muito piada de português e descobre que é de verdade. Eles respondem exatamente ao pé da letra! Mas no fundo ela estava certa", admite.
Durante o período em que ficou na Colina, foi parte importante da conquista da Copa do Brasil, sobre o Coritiba, em pleno Couto Pereira.
Em 2013, porém, admite que passou por período de "deslumbramento", caiu de ritmo e foi parar na reserva. Passando por um período complicado, foi emprestado à Ponte Preta, equipe na qual se destacou bastante e voltou a jogar bem. Ao lado do técnico Jorginho, foi vice-campeão da Copa Sul-Americana.
"Vivi um momento muito difícil na minha vida no Vasco. Tinha me separado da minha esposa e não estava legal. Sou muito grato ao Jorginho por ter me dado esta oportunidade em um clube maravilhoso como a Ponte. É uma torcida apaixonada e que me recuperou para o futebol", elogia.
"Fizemos uma campanha na Sul-Americana e e coloquei a cabeça no lugar. Voltei com a minha esposa e hoje temos dois filhos. Essa passagem na Ponte ajudou na até na minha vida pessoal", celebra o volante, que marcou um golaço no jogo de ida da final, que terminou empatado por 1 a 1 com o Lanús, no Pacaembu.
Desde a passagem pela equipe de Campinas, Fellipe Bastos garante que virou um novo homem e que nunca mais ficará "deslumbrado" com as facilidades da vida de um jogador profissional de um grande time.
"Sempre assumi meu erros, fui criado assim, na vida levo isso para sempre e no futebol não é diferente, bola pra frente. Não vou cometer mais os mesmos erros e sei o quanto isso me prejudicou. Olho pra trás e vejo tudo como aprendizado", assegura.
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Em junho de 2014, o Vasco emprestou Fellipe Bastos ao Grêmio, em troca do atacante Kleber "Gladiador". Em Porto Alegre, o meio-campista realizou o sonho de ser comandado por Luiz Felipe Scolari, técnico de quem era fã desde a infância.
"Tenho muito carinho pelo Felipão, até porque el me deu uma oportunidade de jogar com regularidade. Quando era pequeno, sempre via o Grêmio ser campeão na TV e sonhava em jogar lá e ser comandado pelo Felipão. Realizei esse sonho de jogar num clube reconhecido mundialmente, e espero um dia voltar ao Grêmio", comenta.
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"Foi complicado, porque a gente disputava vaga na Libertadores e esse era um jogo chave, tinha que ganhar de qualquer jeito. A gente se pegou muito durante o jogo e eu até cheguei mais duro nele em um momento. Não vou nunca para machucar, mas a gente discutiu um pouco, teve aquela confusão na hora, mas morreu lá dentro e não tenho problema algum com ele. Futebol é assim, mesmo cada um defende o seu", analisa.
O carioca agradou em sua passagem pelo Rio Grande do Sul, tanto é que teve o empréstimo renovado logo após o fim do vínculo. Só que uma ótima proposta do Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, fez o atleta ser vendido no meio do ano passado.
Desde que chegou ao Oriente Médio, Bastos conta que ainda não conseguiu se adaptar às altas temperaturas do deserto.
"Al Ain é uma das cidades mais floridas dos Emirados, mas, quando está calor, é muito, mas muito mesmo. Uma situação no meu primeiro jogo contra o time do Nilmar na Supercopa estava 48 graus a noite. Eu, recém-chegado, não aguentei nada. Estava com 30 minutos do primeiro tempo eu já queria ir embora, passei mal depois (risos), tá louco", relata.
Ainda em processo de adaptação ao Oriente Médio, o ex-vascaíno também faz questão de acabar com uma das famosas lendas em relação ao futebol das Arábias: a de que os sheiks que comandam os clubes gostam de dar carros caríssimos aos seus jogadores favoritos.
"Eles dão um carro para você, mas fica no nome do clube (risos). Enquanto eu estiver por aqui é meu, mas, quando sair, não será mais. Se o sheik gostar de você, te dá relógio, uma grana boa de bicho, mas eles não têm nada de bobos. Você precisa fazer por merecer, eles sabem como é que funciona. O pessoal acha que pode dar 'migué' que vai receber presente a qualquer momento, mas não é bem assim", finaliza.
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