Foto: Montagem sobre fotos / Agência RBS
Os dois senhores que vão dirigir Grêmio e Inter no clássico do próximo domingo exibem no currículo títulos de uma Copa do Mundo, uma Copa das Confederações, um Mundial de Clubes, três Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, quatro Copa do Brasil, uma Recopa e 13 campeonatos estaduais.
Abel Braga, 61 anos, construiu sua credencial maior exatamente à frente do Inter, ao conquistar a Libertadores e o Mundial diante do Barcelona de Ronaldinho em 2006. Luiz Felipe Scolari, 65 anos, explodiu como técnico justamente quando levantou Libertadores e Brasileirão pelo Grêmio que hoje volta a comandar pela terceira vez.
Os 26 títulos citados acima carregam tamanho peso que não é heresia dizer que os donos do Gre-Nal 402 estão fora de campo. Pelo menos antes de a bola rolar, às 16h do domingo do Dia dos Pais, no Beira-Rio.
Mas os dois já se enfrentaram em Gre-Nais. Foram três, aliás, em 1995, na época em que o Grêmio de Felipão ganhava tudo e apresentava uma superioridade capaz de conquistar um Gauchão com o time misto, o Banguzinho, como era chamado à época.
Houve empate no primeiro encontro entre os técnicos no clássico disputado há 19 anos e quatro dias: 1 a 1 no Beira-Rio. Nos restantes, Felipão levou a melhor, mesmo na semana em que decidia com o Emelec a passagem para a final da Libertadores. E no Gre-Nal do Brasileirão, com a Libertadores no armário e o pensamento no holandês Ajax na decisão do Mundial de Clubes ao final do ano.
Portanto, Abel Braga tem motivos de sobra para buscar a revanche, mesmo em uma reestreia de Felipão. Ao mesmo tempo, Luiz Felipe é obrigado a sacudir o seu time desde o primeiro jogo, mesmo que seja contra o Inter de Abel.
Relembre as partidas
GRE-NAL 327 - GAUCHÃO - 6/8/1995 - BEIRA-RIO
Era o primeiro clássico da decisão do Gauchão de 1995 e, por isso, tenso, com 57 faltas no Beira-Rio. O Grêmio enfrentaria o Emelec pelas semifinais da Libertadores na quarta-feira seguinte ao Gre-Nal daquele domingo. Felipão utilizou um time misto, com o goleiro Sílvio no lugar de Danrlei. Usou até Vagner Mancini.
E foi numa falha de marcação do Grêmio em que o volante Marcelo deixou Mazinho Loyola em condições de marcar o 1 a 0, aos 28 minutos do primeiro tempo. Em busca do empate, só aos 28 minutos do segundo tempo o centroavante Nildo conseguiu vencer o argentino Goycochea e empatou.
Ao final do clássico, cujo empate transferiu a decisão do campeonato para o domingo seguinte, Abel Braga se disse frustrado pelo Inter não ter segurado o resultado. De tão irritado, declarou: "Enquanto três estiveram bem, outros seis deixaram de fazer o que sabem".
Luiz Felipe reclamou do árbitro Luis Cunha Martins. E condenou a linha de impedimento da zaga no lance do gol de Loyola: "Essa estratégia é preguiça de correr e isso eu não aceito".
Inter 1
Goycochea; Marcão, Argel, Jonílson e César Prates; Márcio, Élson e Marcelo (Nando); Mazinho Loyola, Leandro e Paulo Henrique (Zé Alcino). Técnico: Abel Braga
Grêmio 1
Silvio; Marco Antônio, Frivarola, Scheidt e Arílson; Gelson, Goiano e Vagner Mancini; Márcio (Arce), Nildo e Alexandre (Jaques). Técnico: Luiz Felipe
Gols: Mazinho Loyola e Nildo.
Arbitragem: Luís Cunha Martins
Público: 36.904
GRE-NAL 328 - DECISÃO DO GAUCHÃO - 13/8/1995 - OLÍMPICO
No meio da semana, o Grêmio tinha empatado em zero com o Emelec no Equador, na partida de ida pelas semifinais da Libertadores. Decidiria no Olímpico, na semana seguinte. Antes disso, faria a final do Gauchão em casa. Felipão, por isso, anunciou um Grêmio com apenas três titulares, Rivarola, Luciano e Dinho.
Na hora do clássico, havia seis: Carlos Miguel, Paulo Nunes e Roger reforçaram o Banguzinho. Aos cinco minutos, Carlos Miguel chutou no poste. Dois minutos depois, Nildo marcou 1 a 0 para o Grêmio. O empate veio no início do segundo tempo, com Zé Alcino. Mas, 40 segundos depois, Carlos Miguel se encarregou do 2 a 1 — o gol do título.
Luiz Felipe justificou a inclusão de mais titulares porque "a torcida queria muito aquele título e tinha de complicar a vida do Inter". Complicou demais. Abel usou Zé Alcino na ponta e não o usou próximo a Leandro Machado. Tentou corrigir no segundo tempo, sem sucesso. Ah, e o Grêmio passou pelo Emelec e pelo colombiano Nacional. Sagrou-se campeão da Libertadores.
Grêmio 2
Silvio; Marco Antônio (Alexandre), Luciano, Rivarola e Roger; Dinho, Gelson, Vagner Mancini e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Arce) e Nildo. Técnico: Luiz Felipe
Inter 1
Goycochea; Marcão, Argel, Jonílson e César Prates; Márcio, Marcelo (Vágner), Zé Alcino (Caíco) e Nando; Mazinho Loyola e Leandro. Técnico: Abel Braga
Gols: Nildo e Carlos Miguel (G), Zé Alcino (I)
Arbitragem: Silvio Oliveira
Público: 45.231
GRE-NAL 329 - BRASILEIRÃO - 31/10/1995 - BEIRA-RIO
O centroavante Jardel prometeu um gol no clássico. Cumpriu. Apesar de jogar nos contra-ataques, o Grêmio teve duas cabeçadas na trave no início, por Jardel, é claro. O zagueiro Jonílson enlouqueceu tentando segurar o atacante — conseguiu algum sucesso.
Então, no segundo tempo, Jardel fez um giro sobre o zagueiro e concluiu sobre Goycochea, aos 10 minutos: 1 a 0. Desesperado no ataque, no finalzinho, em duas cobranças de falta, Branco quase empatou. Na segunda, o poste salvou Danrlei.
Felipão escondeu a escalação até o último momento. Seu argumento: "Tem dado sorte essa artimanha". Com oito titulares — o Grêmio decidiria dias depois a Supercopa com o River Plate, em Buenos Aires — Felipão disse que teria ficado "contente" com o empate no Gre-Nal.
A preocupação de Abel era com as conclusões erradas. O Inter disputava precisava ter vencido o clássico para se classificar logo à próxima fase do Brasileirão. Mas aquela era a segunda derrota consecutiva no campeonato.
Inter 0
Goycochea; Ronaldo, Jonilson, Gamarra e Branco; Márcio (Mazinho Loyola), Élson, Caíco e Zé Alcino; Leandro e Ailton (Válber). Técnico: Abel Braga
Grêmio 1
Danrlei; Marco Antônio (Vagner Fernandes), Rivarola, Luciano e Roger; Gelson, Goiano, Émerson (Vagner Mancini) e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Magno) e Jardel. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Gol: Jardel
Arbitragem: Carlos Simon
Público: 25.913
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Os dois senhores que vão dirigir Grêmio e Inter no clássico do próximo domingo exibem no currículo títulos de uma Copa do Mundo, uma Copa das Confederações, um Mundial de Clubes, três Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, quatro Copa do Brasil, uma Recopa e 13 campeonatos estaduais.
Abel Braga, 61 anos, construiu sua credencial maior exatamente à frente do Inter, ao conquistar a Libertadores e o Mundial diante do Barcelona de Ronaldinho em 2006. Luiz Felipe Scolari, 65 anos, explodiu como técnico justamente quando levantou Libertadores e Brasileirão pelo Grêmio que hoje volta a comandar pela terceira vez.
Os 26 títulos citados acima carregam tamanho peso que não é heresia dizer que os donos do Gre-Nal 402 estão fora de campo. Pelo menos antes de a bola rolar, às 16h do domingo do Dia dos Pais, no Beira-Rio.
Mas os dois já se enfrentaram em Gre-Nais. Foram três, aliás, em 1995, na época em que o Grêmio de Felipão ganhava tudo e apresentava uma superioridade capaz de conquistar um Gauchão com o time misto, o Banguzinho, como era chamado à época.
Houve empate no primeiro encontro entre os técnicos no clássico disputado há 19 anos e quatro dias: 1 a 1 no Beira-Rio. Nos restantes, Felipão levou a melhor, mesmo na semana em que decidia com o Emelec a passagem para a final da Libertadores. E no Gre-Nal do Brasileirão, com a Libertadores no armário e o pensamento no holandês Ajax na decisão do Mundial de Clubes ao final do ano.
Portanto, Abel Braga tem motivos de sobra para buscar a revanche, mesmo em uma reestreia de Felipão. Ao mesmo tempo, Luiz Felipe é obrigado a sacudir o seu time desde o primeiro jogo, mesmo que seja contra o Inter de Abel.
Relembre as partidas
GRE-NAL 327 - GAUCHÃO - 6/8/1995 - BEIRA-RIO
Era o primeiro clássico da decisão do Gauchão de 1995 e, por isso, tenso, com 57 faltas no Beira-Rio. O Grêmio enfrentaria o Emelec pelas semifinais da Libertadores na quarta-feira seguinte ao Gre-Nal daquele domingo. Felipão utilizou um time misto, com o goleiro Sílvio no lugar de Danrlei. Usou até Vagner Mancini.
E foi numa falha de marcação do Grêmio em que o volante Marcelo deixou Mazinho Loyola em condições de marcar o 1 a 0, aos 28 minutos do primeiro tempo. Em busca do empate, só aos 28 minutos do segundo tempo o centroavante Nildo conseguiu vencer o argentino Goycochea e empatou.
Ao final do clássico, cujo empate transferiu a decisão do campeonato para o domingo seguinte, Abel Braga se disse frustrado pelo Inter não ter segurado o resultado. De tão irritado, declarou: "Enquanto três estiveram bem, outros seis deixaram de fazer o que sabem".
Luiz Felipe reclamou do árbitro Luis Cunha Martins. E condenou a linha de impedimento da zaga no lance do gol de Loyola: "Essa estratégia é preguiça de correr e isso eu não aceito".
Inter 1
Goycochea; Marcão, Argel, Jonílson e César Prates; Márcio, Élson e Marcelo (Nando); Mazinho Loyola, Leandro e Paulo Henrique (Zé Alcino). Técnico: Abel Braga
Grêmio 1
Silvio; Marco Antônio, Frivarola, Scheidt e Arílson; Gelson, Goiano e Vagner Mancini; Márcio (Arce), Nildo e Alexandre (Jaques). Técnico: Luiz Felipe
Gols: Mazinho Loyola e Nildo.
Arbitragem: Luís Cunha Martins
Público: 36.904
GRE-NAL 328 - DECISÃO DO GAUCHÃO - 13/8/1995 - OLÍMPICO
No meio da semana, o Grêmio tinha empatado em zero com o Emelec no Equador, na partida de ida pelas semifinais da Libertadores. Decidiria no Olímpico, na semana seguinte. Antes disso, faria a final do Gauchão em casa. Felipão, por isso, anunciou um Grêmio com apenas três titulares, Rivarola, Luciano e Dinho.
Na hora do clássico, havia seis: Carlos Miguel, Paulo Nunes e Roger reforçaram o Banguzinho. Aos cinco minutos, Carlos Miguel chutou no poste. Dois minutos depois, Nildo marcou 1 a 0 para o Grêmio. O empate veio no início do segundo tempo, com Zé Alcino. Mas, 40 segundos depois, Carlos Miguel se encarregou do 2 a 1 — o gol do título.
Luiz Felipe justificou a inclusão de mais titulares porque "a torcida queria muito aquele título e tinha de complicar a vida do Inter". Complicou demais. Abel usou Zé Alcino na ponta e não o usou próximo a Leandro Machado. Tentou corrigir no segundo tempo, sem sucesso. Ah, e o Grêmio passou pelo Emelec e pelo colombiano Nacional. Sagrou-se campeão da Libertadores.
Grêmio 2
Silvio; Marco Antônio (Alexandre), Luciano, Rivarola e Roger; Dinho, Gelson, Vagner Mancini e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Arce) e Nildo. Técnico: Luiz Felipe
Inter 1
Goycochea; Marcão, Argel, Jonílson e César Prates; Márcio, Marcelo (Vágner), Zé Alcino (Caíco) e Nando; Mazinho Loyola e Leandro. Técnico: Abel Braga
Gols: Nildo e Carlos Miguel (G), Zé Alcino (I)
Arbitragem: Silvio Oliveira
Público: 45.231
GRE-NAL 329 - BRASILEIRÃO - 31/10/1995 - BEIRA-RIO
O centroavante Jardel prometeu um gol no clássico. Cumpriu. Apesar de jogar nos contra-ataques, o Grêmio teve duas cabeçadas na trave no início, por Jardel, é claro. O zagueiro Jonílson enlouqueceu tentando segurar o atacante — conseguiu algum sucesso.
Então, no segundo tempo, Jardel fez um giro sobre o zagueiro e concluiu sobre Goycochea, aos 10 minutos: 1 a 0. Desesperado no ataque, no finalzinho, em duas cobranças de falta, Branco quase empatou. Na segunda, o poste salvou Danrlei.
Felipão escondeu a escalação até o último momento. Seu argumento: "Tem dado sorte essa artimanha". Com oito titulares — o Grêmio decidiria dias depois a Supercopa com o River Plate, em Buenos Aires — Felipão disse que teria ficado "contente" com o empate no Gre-Nal.
A preocupação de Abel era com as conclusões erradas. O Inter disputava precisava ter vencido o clássico para se classificar logo à próxima fase do Brasileirão. Mas aquela era a segunda derrota consecutiva no campeonato.
Inter 0
Goycochea; Ronaldo, Jonilson, Gamarra e Branco; Márcio (Mazinho Loyola), Élson, Caíco e Zé Alcino; Leandro e Ailton (Válber). Técnico: Abel Braga
Grêmio 1
Danrlei; Marco Antônio (Vagner Fernandes), Rivarola, Luciano e Roger; Gelson, Goiano, Émerson (Vagner Mancini) e Carlos Miguel; Paulo Nunes (Magno) e Jardel. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Gol: Jardel
Arbitragem: Carlos Simon
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