River Plate não conseguiu parar a força sul-americana do poderoso Barcelona no Mundial de Clubes (Foto: AFP)
'Dinheiro, meu filho, compra até amor verdadeiro'
Frase atribuída a Nelson Rodrigues.
O Barcelona entrou em campo, na final Mundial, com seis Sul Americanos: o goleiro, chileno, Daniel Alves e Neymar, brasileiros, Mascherano e Messi, argentinos, Luizito, uruguaio. O trio mágico é Sul Americano!
Não pretendo subestimar, que a Europa tenha conseguido calibrar perfeitamente o futebol coletivo, com o virtuosismo individual, atributo que sempre preponderou deste lado do Atlântico. O gap tático, me parece, superável, no médio prazo, mas o qualitativo envolve razões institucionais de fundo.
Assim, a supremacia, à primeira vista, explicada pela maior evolução tática, na verdade, repousa, fundamentalmente, na qualidade dos jogadores que atuam por lá, inclusive aqueles do nosso continente, a base da equipe catalã, ao lado de extraordinários Piquets, Busquets e Iniestas. Penso, que o futebol europeu prevaleça, atualmente, em razão da força do seu mercado, ao lado da mediocridade acachapante de nossa estrutura, especialmente, as nossas 'entidades de organização', com um sistema de poder que merece o qualitativo de 'coronelismo de cartola'.
Acredito que haja uma saída para superar estas vantagens relativas, e podem recolocar a bola no centro ou, até mesmo, nos devolver o predomínio.
Em primeiro lugar, precisamos de uma 'Liga' para dar aos clubes o protagonismo devido na organização de suas competições, calendários, venda de direitos, etc., e uma estrutura voltada para o desenvolvimento e valorização econômica. De outro lado, para obter maior valor de mercado do 'espetáculo futebol' e fazer frente ao mercado europeu, precisamos integrar nosso mercado ao dos EUA, não calcada na venda de talentos, o que tem acontecido até agora entre nós e a Europa.
A Liga Sul Minas pode ser nosso ponto de partida, basta que se compreenda, digamos assim, como uma ponte, ou ferrovia intercontinental, capaz de ligar o futebol norte e sul-americanos, via uma Liga das Américas que pode, e deve ser organizada, já.
Não existe uma federação estadual, uma confederação nacional, uma Comebol, continental, ou seja, qualquer entidade acima desta que possa lhe colocar os grilhões e travar seu desenvolvimento.
No país onde o Super Ball, uma única partida, pode gerar meio bilhão de dólares, o futebol (soccer) masculino explodiu, e precisamos agir com presteza e determinação, enquanto ainda podemos agregar valor àquele mercado.
Este é o novo e valioso 'faroeste' do futebol e podemos conquistá-lo tendo a Liga Sul Minas como a nossa 'first (Inter) Continental Railroad', que ligou as costas Atlântica e do Pacífico, nos EUA, no século XIX.
Sim, a Liga das Américas pode 'ligar' as Américas do Norte e do Sul, num só mercado do futebol, ou soccer, como eles falam por lá. Não precisamos comprar o amor de nossos torcedores, já incondicional, mas de um mercado, economicamente forte, para suporte e uma entidade de organização que, verdadeiramente, nos represente.
Helio Ferraz
Presidente do Conselho de Esportes da Associação Comercial do RJ
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Não pretendo subestimar, que a Europa tenha conseguido calibrar perfeitamente o futebol coletivo, com o virtuosismo individual, atributo que sempre preponderou deste lado do Atlântico. O gap tático, me parece, superável, no médio prazo, mas o qualitativo envolve razões institucionais de fundo.
Assim, a supremacia, à primeira vista, explicada pela maior evolução tática, na verdade, repousa, fundamentalmente, na qualidade dos jogadores que atuam por lá, inclusive aqueles do nosso continente, a base da equipe catalã, ao lado de extraordinários Piquets, Busquets e Iniestas. Penso, que o futebol europeu prevaleça, atualmente, em razão da força do seu mercado, ao lado da mediocridade acachapante de nossa estrutura, especialmente, as nossas 'entidades de organização', com um sistema de poder que merece o qualitativo de 'coronelismo de cartola'.
Acredito que haja uma saída para superar estas vantagens relativas, e podem recolocar a bola no centro ou, até mesmo, nos devolver o predomínio.
Em primeiro lugar, precisamos de uma 'Liga' para dar aos clubes o protagonismo devido na organização de suas competições, calendários, venda de direitos, etc., e uma estrutura voltada para o desenvolvimento e valorização econômica. De outro lado, para obter maior valor de mercado do 'espetáculo futebol' e fazer frente ao mercado europeu, precisamos integrar nosso mercado ao dos EUA, não calcada na venda de talentos, o que tem acontecido até agora entre nós e a Europa.
A Liga Sul Minas pode ser nosso ponto de partida, basta que se compreenda, digamos assim, como uma ponte, ou ferrovia intercontinental, capaz de ligar o futebol norte e sul-americanos, via uma Liga das Américas que pode, e deve ser organizada, já.
Não existe uma federação estadual, uma confederação nacional, uma Comebol, continental, ou seja, qualquer entidade acima desta que possa lhe colocar os grilhões e travar seu desenvolvimento.
No país onde o Super Ball, uma única partida, pode gerar meio bilhão de dólares, o futebol (soccer) masculino explodiu, e precisamos agir com presteza e determinação, enquanto ainda podemos agregar valor àquele mercado.
Este é o novo e valioso 'faroeste' do futebol e podemos conquistá-lo tendo a Liga Sul Minas como a nossa 'first (Inter) Continental Railroad', que ligou as costas Atlântica e do Pacífico, nos EUA, no século XIX.
Sim, a Liga das Américas pode 'ligar' as Américas do Norte e do Sul, num só mercado do futebol, ou soccer, como eles falam por lá. Não precisamos comprar o amor de nossos torcedores, já incondicional, mas de um mercado, economicamente forte, para suporte e uma entidade de organização que, verdadeiramente, nos represente.
Helio Ferraz
Presidente do Conselho de Esportes da Associação Comercial do RJ
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