Roger Machado não conseguiu superar esquema de Argel no Gre-Nal (Foto: Lucas Uebel/Divulgação Grêmio)
No futebol, é sintomático. Quando alguma equipe passa a se destacar de uma forma inesperada ou surpreendente, a tendência é que os adversários a estudem melhor e busquem seus pontos vulneráveis. Para a crônica esportiva, resta esperar pelos primeiros sinais de que aquele estilo de jogo começou a se aproximar do prazo de validade. Nesse caso, o diagnóstico do técnico precisa ser cirúrgico para encontrar alternativas viáveis de modelo tático.
Fadado à briga contra o rebaixamento ou por posições intermediárias no início do Brasileirão, o Grêmio superou a descrença e se consolidou na terceira colocação com Roger. Baseado na intensidade, transição ofensiva e manutenção da posse de bola, o treinador propôs uma nova metodologia de treinamentos e sistemas táticos móveis. O sucesso, inesperado até certo momento da competição, fez os rivais abrirem os olhos para o que surgia no sul do Brasil.
Ao passo que as rodadas se sucederam, o Grêmio passou a ser analisado pelos times da Série A. O desempenho do primeiro turno agora já não se repete no segundo – na tabela do returno, ocupa a sétima colocação, com 26 pontos. Houve um relaxamento natural com a vaga à Libertadores encaminhada? Ou Roger Machado estaria enfrentando dificuldades para "desamarrar" o time devido aos adversários conhecerem seus movimentos mais a fundo? O comandante tricolor prefere falar em "identidade".
– Tudo o que a gente procura e deseja é um time que tenha uma identidade. Claro que a característica que a gente adota o adversário mapeia, estuda e impõe as dificuldades. Dentro da característica, temos também uma alternativa para quando isso não dá completamente certo. Na medida do possível, temos que fazer com mais qualidade. Mas não alterar, até porque é difícil de mudar a identidade há muito tempo estabelecida. Quando a gente não consegue, surge a dificuldade. Para mim, é natural – atestou Roger após a derrota no Gre-Nal.
O placar adverso no clássico de domingo fez o Tricolor chegar ao terceiro revés nos últimos seis jogos pelo Brasileirão – Chapecoense, Sport e Inter. Ainda houve um empate com o Vasco em que Marcelo Grohe foi o melhor em campo e vitórias diante de Flamengo e Fluminense. Nos dois triunfos, o escore foi encaminhado somente no segundo tempo, e as dificuldades apareceram, mesmo dentro de casa. Nas partidas longe da Arena, os problemas foram mais evidentes, principalmente na produção ofensiva.
– Essa oscilação no Brasileiro é normal. Tivemos no segundo turno uma queda de rendimento, e outras equipes melhoraram e entenderam a forma como a gente jogava. Dificultou muito o trabalho. Tivemos que nos esforçar bastante, desgaste físico e técnico, criar alternativas para vencer – comenta o meia Giuliano.
Roger prefere o esquema 4-2-3-1, mas já flertou com o 4-1-4-1 e o 4-4-2 em momentos de necessidade. Inclusive no Gre-Nal do último domingo tentou espelhar o 4-4-2 em losango de Argel, mas mesmo assim foi superado pela aplicação adversária.
O maior desafio ainda é encontrar a linha ofensiva ideal, algo que o treinador experimentou em todo o Brasileirão e não deve chegar a um veredicto nas duas rodadas restantes. Falta-lhe uma peça para acompanhar Luan, Giuliano e Douglas. Começou com Pedro Rocha, passou por Fernandinho, Bobô apareceu como centroavante (com Luan deslocado para o lado), Pedro Rocha reassumiu a posição e agora é a vez de Everton.
Enquanto tenta endossar o melhor sistema, o Grêmio volta aos treinos na tarde desta quinta-feira. O próximo adversário é o Atlético-MG, segundo colocado, no domingo, na Arena. Quatro pontos atrás do Galo, o Tricolor pode diminuir a distância para apenas um. E a vice liderança seria definida na última rodada.
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No futebol, é sintomático. Quando alguma equipe passa a se destacar de uma forma inesperada ou surpreendente, a tendência é que os adversários a estudem melhor e busquem seus pontos vulneráveis. Para a crônica esportiva, resta esperar pelos primeiros sinais de que aquele estilo de jogo começou a se aproximar do prazo de validade. Nesse caso, o diagnóstico do técnico precisa ser cirúrgico para encontrar alternativas viáveis de modelo tático.
Fadado à briga contra o rebaixamento ou por posições intermediárias no início do Brasileirão, o Grêmio superou a descrença e se consolidou na terceira colocação com Roger. Baseado na intensidade, transição ofensiva e manutenção da posse de bola, o treinador propôs uma nova metodologia de treinamentos e sistemas táticos móveis. O sucesso, inesperado até certo momento da competição, fez os rivais abrirem os olhos para o que surgia no sul do Brasil.
Ao passo que as rodadas se sucederam, o Grêmio passou a ser analisado pelos times da Série A. O desempenho do primeiro turno agora já não se repete no segundo – na tabela do returno, ocupa a sétima colocação, com 26 pontos. Houve um relaxamento natural com a vaga à Libertadores encaminhada? Ou Roger Machado estaria enfrentando dificuldades para "desamarrar" o time devido aos adversários conhecerem seus movimentos mais a fundo? O comandante tricolor prefere falar em "identidade".
– Tudo o que a gente procura e deseja é um time que tenha uma identidade. Claro que a característica que a gente adota o adversário mapeia, estuda e impõe as dificuldades. Dentro da característica, temos também uma alternativa para quando isso não dá completamente certo. Na medida do possível, temos que fazer com mais qualidade. Mas não alterar, até porque é difícil de mudar a identidade há muito tempo estabelecida. Quando a gente não consegue, surge a dificuldade. Para mim, é natural – atestou Roger após a derrota no Gre-Nal.
O placar adverso no clássico de domingo fez o Tricolor chegar ao terceiro revés nos últimos seis jogos pelo Brasileirão – Chapecoense, Sport e Inter. Ainda houve um empate com o Vasco em que Marcelo Grohe foi o melhor em campo e vitórias diante de Flamengo e Fluminense. Nos dois triunfos, o escore foi encaminhado somente no segundo tempo, e as dificuldades apareceram, mesmo dentro de casa. Nas partidas longe da Arena, os problemas foram mais evidentes, principalmente na produção ofensiva.
– Essa oscilação no Brasileiro é normal. Tivemos no segundo turno uma queda de rendimento, e outras equipes melhoraram e entenderam a forma como a gente jogava. Dificultou muito o trabalho. Tivemos que nos esforçar bastante, desgaste físico e técnico, criar alternativas para vencer – comenta o meia Giuliano.
Roger prefere o esquema 4-2-3-1, mas já flertou com o 4-1-4-1 e o 4-4-2 em momentos de necessidade. Inclusive no Gre-Nal do último domingo tentou espelhar o 4-4-2 em losango de Argel, mas mesmo assim foi superado pela aplicação adversária.
O maior desafio ainda é encontrar a linha ofensiva ideal, algo que o treinador experimentou em todo o Brasileirão e não deve chegar a um veredicto nas duas rodadas restantes. Falta-lhe uma peça para acompanhar Luan, Giuliano e Douglas. Começou com Pedro Rocha, passou por Fernandinho, Bobô apareceu como centroavante (com Luan deslocado para o lado), Pedro Rocha reassumiu a posição e agora é a vez de Everton.
Enquanto tenta endossar o melhor sistema, o Grêmio volta aos treinos na tarde desta quinta-feira. O próximo adversário é o Atlético-MG, segundo colocado, no domingo, na Arena. Quatro pontos atrás do Galo, o Tricolor pode diminuir a distância para apenas um. E a vice liderança seria definida na última rodada.
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