Pedro Rocha compara rotina de jogador a de universitário:'Estudar é mais complicado'

Jogador de 21 anos é um dos 10 gremistas que cursam faculdade facilitados por projeto do clube


Fonte: Diário Gaúcho

Pedro Rocha compara rotina de jogador a de universitário:Estudar é mais complicado
Atacante está fazendo duas cadeiras no primeiro semestre
Foto: Júlio Cordeiro/Agenc


Pedro Rocha vive um momento decisivo na temporada. Dentro de campo, batalha para terminar o ano como titular no time de Roger Machado. Fora dele, mergulha fundo nos estudos para garantir boas notas e não ficar em recuperação no curso de Educação Física. O veloz atacante do Grêmio é um dos 10 jovens da parceria entre o clube e a Unilassalle, a universidade de Canoas.

O medo de notas baixas assusta. Tem viagem marcada para 8 de dezembro. Se não for aprovado diretamente, precisará permanecer em Porto Alegre até 21 dedezembro.

Livre dos holofotes do mundo do futebol, Pedro Rocha consegue se mover com tranquilidade pelos corredores da universidade. Mesmo no dia seguinte à frustrante derrota em Gre-Nal, se desloca sem problemas. Nenhuma corneta ou pedido de autógrafos. Mas não passa despercebido. Nos elevadores, alguns alunos não disfarçam a surpresa por cruzar com o jogador do Grêmio, que procura agir com naturalidade.

— Achei até que teria mais assédio, mas hoje mesmo na faculdade não tive nenhum caso. Mas é legal que podem ver que eu sou uma pessoa comum. Por enquanto, só um pedido de foto — afirmou o atacante de 21 anos, vestindo boné amarelo, camiseta branca, bermuda e um relógio branco.

O clube paga parte dos custos. No primeiro semestre, sete jogadores começaram seus cursos. Desde agosto, Pedro Rocha e os zagueiros do time sub-19 Hugo e Iago estudam juntos Educação Física.

Pedro Rocha divide a rotina de treinos com as aulas na faculdade, uma presencial e outra à distância.

Todas as segundas-feiras, o atacante vai até Canoas para assistir à aula de Introdução à História da Educação Física. Nos sábados, quando normalmente fica concentrado para jogos do Campeonato Brasileiro, Pedro Rocha assiste às aulas da cadeira de Fenômenos Culturais e Religiosos.

Na Arena, Pedro Rocha tem um exemplo: Roger Machado. O técnico se formou em Educação Física depois de encerrar a carreira, em 2013.

— Vou procurar me espelhar nos conselhos do Roger — disse.

Confira a entrevista:

Cursar a faculdade ajuda a tua carreira?
Mais conhecimento. Isso me ajudará profissionalmente e também para a vida, é importante ter Ensino Superior. Isso me agrega bastante.

Como tem sido?
Trocamos experiências conversando com as pessoas, então às vezes eles me acompanham pela TV e acham que sou de outro mundo. Mas aqui eles podem ver que sou um homem normal, procuro conhecer os outros para que eu possa me conhecer mais também.

Quer aumentar o número de cadeiras para o próximo ano?
Pretendo fazer o máximo de cadeiras possível no próximo semestre, mas pelos campeonatos do ano que vem eu acredito que terei que manter uma. Eu quero tentar reduzir o prazo para eu me formar. Ainda não fiz o cálculo exato, mas hoje seria um pouco mais de quatro, cinco anos, que é o tempo normal do curso.

Após um ano difícil, como se concentrar na busca pela Libertadores?
A gente sabe que o ano foi desgastante. Começamos com muita desconfiança, precisamos de só uma vitória para concretizar nosso objetivo da Libertadores. Estamos cansados, mas também a uma vitória da vaga.

Você passou por uma queda de rendimento. Pensa que já reencontrou seu melhor aproveitamento?
Na tocada de dois jogos por semana, você vai bem em um e vai mal no segundo. É normal oscilar. Tenho a consciência de que caí um pouco de produção, mas a cada dia eu treino para reencontrar meu melhor futebol.

O que a temporada de 2015 acrescentou?
Eu evoluí muito na questão de marcação. Na função que eu faço pelo lado, o Roger valoriza muito taticamente o nosso trabalho. Ele sempre nos mostra em vídeos o que precisamos fazer, como marcar ou cercar.

O que é mais complicado: treinos e jogos ou a rotina da faculdade?
Estudar é mais complicado. Futebol é o que eu gosto e sei fazer naturalmente. Às vezes, depois de um dia de treino puxado, vir cansado para a faculdade estudar acaba ficando pesado, mas tudo vale a pena.

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