Roberto Ribas e James Freitas, auxiliares de Roger Machado Grêmio (Foto: Eduardo Moura/Globoesporte.com)
O Campeonato Brasileiro de 2015 tem em Roger Machado um expoente claro da nova geração de treinadores com sucesso e resultados práticos. Seu trabalho é louvado Brasil afora por contar com elementos modernos, calcados na academia e com novidades. Mas o treinador recebe uma ajuda substancial de profissionais que, como ele, são “apaixonados” por futebol e gostam de viver imersos neste mundo: os auxiliares Roberto Ribas e James Freitas.
Ambos têm perfis que se completam. Ribas vem da análise de desempenho, embora tenha experiência em preparação física, e é o profissional da confiança do técnico, com o qual trabalha desde o Juventude, em 2013. Já Freitas trabalhava como preparador e passou por todas as categorias do Grêmio, com experiência de 17 anos de futebol. Os dois colocam seu conhecimento em prol do clube e de Roger, o cabeça da comissão técnica.
Se mantêm diferenças na procedência, embora ambos acadêmicos, os auxiliares compartilham com Roger a paixão pelo futebol, que por vezes beira a obsessão. Assistem, como o comandante, ao maior número de partidas possível, a ponto da esposa de James reclamar do hábito em fins de semana que o marido está em casa. Sempre que reconhecem algo interessante, fazem contato, via WhatsApp ou telefone, para comentar lances específicos de partidas que estão sendo transmitidas.
– Eu penso que a gente tem profissionais com o perfil semelhante neste aspecto: de gostar de futebol. Muitas vezes estamos em casa, poderíamos estar em uma atividade de lazer, mas a paixão é o futebol. Às vezes, minha esposa fica brava comigo porque eu passo o fim de semana em casa e assisto a cinco ou seis jogos na televisão. A gente troca informações porque existe a afinidade, de a gente beber e gostar da mesma bebida – revela James.
– Antes da palestra, outro dia, a gente estava vendo uma parte do jogo do Liverpool, para ver o que o treinador novo tinha colocado de diferente. Passamos rápido, vimos 20 ou 30 minutinhos, conversamos em função daquilo, vem outra pessoa, e assim vai – completa Roberto.
O bate-papo descontraído com o GloboEsporte.com ocorreu no campo do CT Luiz Carvalho, habitat natural da dupla. Mesmo que fugindo do perfil “boleiros”, ambos estão presentes diariamente nos trabalhos, ajudando Roger. No treino de quarta-feira, por exemplo, Roberto levantava bolas e dava toques para que os jogadores finalizassem de cabeça e com os pés, respectivamente.
Todos trabalhos diários são esmiuçados na semana anterior. Recebem alguns ajustes após a análise da dupla e de Roger, que revê duas ou três vezes o jogo passado no início da semana. Isso dá a possibilidade de que, nos trabalhos diários, os erros sejam corrigidos com treinamentos.
– Uma grande qualidade que o Roger tem e que a comissão incorporou é analisar e treinar. Não adianta só analisar se não colocar em prática – diz Ribas.
O treinador ouve sugestões, e até mesmo correções, sobre os treinos. Por vezes, durante o trabalho, há a mudança de um ou outro detalhe que faz a diferença no rendimento dos atletas e que melhora o objetivo final. O campo fala, como diz o mentor de Roger, Tite. E pode dizer que aquilo que foi pensado no vestiário não teve o resultado esperado. Todos os dias, o trio e outros funcionários e integrantes da comissão técnica estão duas horas antes do trabalho no CT, para rever vídeos, analisar características dos adversários e deixar tudo pronto para o trabalho.
– A gente conversa muito antes do treino. Tentamos vir para o treino com tudo prontinho: quem são as equipes, quem vai mudar, em que momento vai mudar, para que o atleta venha focado só no treino. Não podemos errar. Tem que vir tudo exatamente planejado, para que transcorra da melhor maneira possível. Só treinando de forma intensa conseguimos transferir para o jogo. Tudo é o diálogo – destaca Roberto Ribas.
Ribas e Freitas são homens da confiança de Roger (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Durante os jogos, James vira o conselheiro de Roger no banco de reservas. Já Roberto é o responsável por filmar as partidas e, com os tempos anotados por James, rapidamente mostrar aos atletas, com o treinador, imagens do primeiro tempo. E assim orientar o que o time precisa fazer ou deixar de fazer para buscar os três pontos.
Roberto Ribas e James Freitas se graduaram em Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O primeiro fez mestrado em Portugal e ainda trabalhou seis meses na Espanha. James completou pós-graduação também na UFRGS. Ribas iniciou a carreira como analista de desempenho no clube gaúcho, onde conheceu Roger. Em viagens para observar adversários, quando o ex-lateral era auxiliar do clube, a afinidade sobre a maneira de pensar futebol apareceu. Em tom de brincadeira, pede que o treinador patrocine seu doutorado. Já Freitas trabalhara com Roger também em épocas anteriores no Tricolor.
SAP ajuda com nova cultura
A tecnologia tem sido uma ajuda para que a comissão coloque nos jogadores uma cultura diferente. Tentar superar todas as dificuldades elencadas, principalmente de calendário e contexto geral, para que os atletas se preocupem com seu desempenho e consigam crescer. Pedro Geromel, Pedro Rocha, Bressan e Marcelo Oliveira estão no grupo de atletas que mais recorrem aos seus vídeos, atividade turbinada pelo início do trabalho do SAP, software alemão que está sendo usado pelo Grêmio. Em tablets pessoais, assistem aos lances específicos que foram selecionados.
– Estamos estimulando bastante o atleta a baixar o programa. Recebem todos os lances, o SAP manda tudo decodificado. O atleta recebe tudo mastigado, tanto do oponente quanto dele mesmo. Para a gente é excelente, poupa um tempo muito grande e possibilita a maior análise possível - analisa Ribas.
– Cria-se uma cultura. Cheguei no vestiário, estava batendo um papo com o Geromel, a gente estava falando de Real Madrid e PSG, pela Liga dos Campeões. Um comentário que a gente fez, duas pessoas que gostam de futebol, batendo papo, bem informal, trazendo conteúdo – revela James.
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Ambos têm perfis que se completam. Ribas vem da análise de desempenho, embora tenha experiência em preparação física, e é o profissional da confiança do técnico, com o qual trabalha desde o Juventude, em 2013. Já Freitas trabalhava como preparador e passou por todas as categorias do Grêmio, com experiência de 17 anos de futebol. Os dois colocam seu conhecimento em prol do clube e de Roger, o cabeça da comissão técnica.
Se mantêm diferenças na procedência, embora ambos acadêmicos, os auxiliares compartilham com Roger a paixão pelo futebol, que por vezes beira a obsessão. Assistem, como o comandante, ao maior número de partidas possível, a ponto da esposa de James reclamar do hábito em fins de semana que o marido está em casa. Sempre que reconhecem algo interessante, fazem contato, via WhatsApp ou telefone, para comentar lances específicos de partidas que estão sendo transmitidas.
– Eu penso que a gente tem profissionais com o perfil semelhante neste aspecto: de gostar de futebol. Muitas vezes estamos em casa, poderíamos estar em uma atividade de lazer, mas a paixão é o futebol. Às vezes, minha esposa fica brava comigo porque eu passo o fim de semana em casa e assisto a cinco ou seis jogos na televisão. A gente troca informações porque existe a afinidade, de a gente beber e gostar da mesma bebida – revela James.
– Antes da palestra, outro dia, a gente estava vendo uma parte do jogo do Liverpool, para ver o que o treinador novo tinha colocado de diferente. Passamos rápido, vimos 20 ou 30 minutinhos, conversamos em função daquilo, vem outra pessoa, e assim vai – completa Roberto.
O bate-papo descontraído com o GloboEsporte.com ocorreu no campo do CT Luiz Carvalho, habitat natural da dupla. Mesmo que fugindo do perfil “boleiros”, ambos estão presentes diariamente nos trabalhos, ajudando Roger. No treino de quarta-feira, por exemplo, Roberto levantava bolas e dava toques para que os jogadores finalizassem de cabeça e com os pés, respectivamente.
Todos trabalhos diários são esmiuçados na semana anterior. Recebem alguns ajustes após a análise da dupla e de Roger, que revê duas ou três vezes o jogo passado no início da semana. Isso dá a possibilidade de que, nos trabalhos diários, os erros sejam corrigidos com treinamentos.
– Uma grande qualidade que o Roger tem e que a comissão incorporou é analisar e treinar. Não adianta só analisar se não colocar em prática – diz Ribas.
O treinador ouve sugestões, e até mesmo correções, sobre os treinos. Por vezes, durante o trabalho, há a mudança de um ou outro detalhe que faz a diferença no rendimento dos atletas e que melhora o objetivo final. O campo fala, como diz o mentor de Roger, Tite. E pode dizer que aquilo que foi pensado no vestiário não teve o resultado esperado. Todos os dias, o trio e outros funcionários e integrantes da comissão técnica estão duas horas antes do trabalho no CT, para rever vídeos, analisar características dos adversários e deixar tudo pronto para o trabalho.
– A gente conversa muito antes do treino. Tentamos vir para o treino com tudo prontinho: quem são as equipes, quem vai mudar, em que momento vai mudar, para que o atleta venha focado só no treino. Não podemos errar. Tem que vir tudo exatamente planejado, para que transcorra da melhor maneira possível. Só treinando de forma intensa conseguimos transferir para o jogo. Tudo é o diálogo – destaca Roberto Ribas.
Ribas e Freitas são homens da confiança de Roger (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Durante os jogos, James vira o conselheiro de Roger no banco de reservas. Já Roberto é o responsável por filmar as partidas e, com os tempos anotados por James, rapidamente mostrar aos atletas, com o treinador, imagens do primeiro tempo. E assim orientar o que o time precisa fazer ou deixar de fazer para buscar os três pontos.
Roberto Ribas e James Freitas se graduaram em Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O primeiro fez mestrado em Portugal e ainda trabalhou seis meses na Espanha. James completou pós-graduação também na UFRGS. Ribas iniciou a carreira como analista de desempenho no clube gaúcho, onde conheceu Roger. Em viagens para observar adversários, quando o ex-lateral era auxiliar do clube, a afinidade sobre a maneira de pensar futebol apareceu. Em tom de brincadeira, pede que o treinador patrocine seu doutorado. Já Freitas trabalhara com Roger também em épocas anteriores no Tricolor.
SAP ajuda com nova cultura
A tecnologia tem sido uma ajuda para que a comissão coloque nos jogadores uma cultura diferente. Tentar superar todas as dificuldades elencadas, principalmente de calendário e contexto geral, para que os atletas se preocupem com seu desempenho e consigam crescer. Pedro Geromel, Pedro Rocha, Bressan e Marcelo Oliveira estão no grupo de atletas que mais recorrem aos seus vídeos, atividade turbinada pelo início do trabalho do SAP, software alemão que está sendo usado pelo Grêmio. Em tablets pessoais, assistem aos lances específicos que foram selecionados.
– Estamos estimulando bastante o atleta a baixar o programa. Recebem todos os lances, o SAP manda tudo decodificado. O atleta recebe tudo mastigado, tanto do oponente quanto dele mesmo. Para a gente é excelente, poupa um tempo muito grande e possibilita a maior análise possível - analisa Ribas.
– Cria-se uma cultura. Cheguei no vestiário, estava batendo um papo com o Geromel, a gente estava falando de Real Madrid e PSG, pela Liga dos Campeões. Um comentário que a gente fez, duas pessoas que gostam de futebol, batendo papo, bem informal, trazendo conteúdo – revela James.
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