'Os jogadores não podem pagar essa conta', diz líder sindicalista sobre Liga Sul-Minas-Rio


Fonte: ESPN

Os jogadores não podem pagar essa conta, diz líder sindicalista sobre Liga Sul-Minas-Rio
Rinaldo José Martorelli é o presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo

Rinaldo José Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo (Sapesp) e da Federação Nacional dos Atletas Profissionais (Fenapaf), afirma que não é contra a Liga Sul-Minas-Rio e até elogia a iniciativa de um novo torneio, mas entende que o calendário proposto sobrecarregará os jogadores e por isso combate a competição.

Ao ESPN.com.br, Martorelli disse que pode apoiar o torneio desde que os organizadores assegurem que os jogadores não vão ser prejudicados com diminuição das férias ou jogos em sequência sem tempo hábil para descanso. Na terça, ele havia dito em entrevista a "CBF TV" que poderia até defender os jogadores na Justiça contra a nova liga.

"É ótimo que estejam pensando em criar novas competições, mas tem de ser de uma forma coordenada para contemplar todos os interesses. Não apenas a televisão e os clubes. Dá forma como está é apenas uma briga política, mas o ônus está com o atleta. Ele é quem vai pagar essa conta depois", disse o líder sindical.

"O pessoal da Liga Sul-Minas-Rio não conversa com a gente. Eles propõe um calendário que sobrepõe datas, com jogos dos estaduais misturados. Eles dizem que vão jogar os estaduais com o time sub-23, mas quem paga os direitos de transmissão vai aceitar isso? Qual garantia teremos que não vão sobrecarregar os atletas depois?", prosseguiu.

Martorelli listou os direitos adquiridos nos últimos anos, como férias de 30 dias, pré-temporada de 30 dias e intervalo mínimo de 72h entre uma partida e outra. Repetiu também que se o torneio for aprovado da forma como está os sindicatos dos estados participantes da Liga já foram orientados até a recorrer a Justiça.

"Nem entramos no mérito da possibilidade de o clube jogar no mesmo dia duas vezes, como poderá acontecer com a Liga. Mas o atleta tem de ter o direito de 72h de descanso entre uma partida e outra respeitado. Se os clubes derem garantias de que isso vai ser respeitado, aprovamos o torneio. Mas como eles vão fazer? Vão contratar 30 jogadores? A gente sabe que os clubes estão com graves problemas financeiros e não podem arcar isso", completou.

Entenda o caso

Na última segunda-feira, pressionada pela federação carioca (FFERJ) - que está em guerra contra Flamengo e Fluminense -, a CBF voltou atrás e propôs ao CEO da Liga Sul-Minas-Rio, Alexandre Kalil, uma assembleia geral ao lado das entidades estaduais, dentro de uma semana, para confirmar o campeonato. A sugestão foi feita em reunião no Rio de Janeiro e rejeitada prontamente pelo ex-presidente atleticano.

Na próxima sexta, um encontro entre os membros fundadores da nova liga será realizada em Belo Horizonte e não está descartada nem mesmo uma mudança no formato inicial de cinco datas. Uma das possibilidades é que a competição venha agora a ser disputada em 19 datas, se desenrolando ao longo de todo o primeiro semestre.

A Liga Sul-Minas-Rio conta hoje com 15 clubes - América-MG, Avaí, Atlético-MG, Atlético-PR, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Joinville e Paraná - e ainda o interesse de diversos outros em entrar, caso do Goiás e de um bloco de times da Série B.


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