Grêmio de Mano Menezes faz do Gre-Nal um momento épico no futebol.


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Grêmio de Mano Menezes faz do Gre-Nal um momento épico no futebol.

Internacional x Grêmio - Melhores Momentos Jamais, em qualquer circunstância, sobretudo próximo a um 20 de setembro, se pode tratar o Gre-Nal de forma graciosa e marota, como se fosse um jogo a mais perdido nos calendários. Na verdade, o Gre-Nal é o próprio calendário. O confronto aqui antecipado de forma temerária como um clássico de coadjuvantes, tendo em vista a campanha dos rivais no Brasileiro, como acontece com frequência tomou uma vida própria um roteiro exclusivo, com reviravoltas, heróis e derrotados.

No começo da noite de domingo, após a vitória gremista no Beira-Rio, a impressão é que não somente um jogo havia acabado: uma outra revolução havia tomado curso. É preciso, ainda que seja secundário, falar do jogo propriamente dito. E neste intervalo demasiado mundano, durante a maior parte do tempo o Grêmio se mostrou muito mais consciente que o Inter mesmo quando se viu atrás do placar por duas vezes, em dois pênaltis contestados, os tricolores não perderam as rédeas mentais. Em ambas as ocasiões, o empate veio rápido demais, não permitindo qualquer momento de conforto aos colorados.

Jogadores do Grêmio comemora gol no Gre-Nal — Foto: Maxi Franzoi/AGIF
Maxi Franzoi/AGIF

Quando o Inter fraquejou, o Grêmio estava lá para mostrar do que são feitos os clássicos não há para onde correr. Era toda a experiência Mano Menezes DeLuxe que estava em cartaz no Beira-Rio: o time tricolor encaixotava-se por escolha própria, esperando para explorar os imensos e improdutivos latifúndios que a linha de defesa vermelha proporcionava. Nesse andar de carruagem, o estreante Willian desfilou sua cátedra, a ponto de provavelmente ser o melhor em campo.

Mano Menezes e Tiago Volpi comemoram vitória do Grêmio no Beira-Rio — Foto: Liamara Polli/AGIF
Liamara Polli/AGIF

Mano Menezes sabia que o Inter e Roger Machado chegavam ao Gre-Nal nas cordas e, usando seus quinhentos anos de malícia tática, fez o adversário roer os próprios ossos. No Rio Grande do Sul, passar mais de dois anos sem vencer um clássico é como acordar toda noite interrompido pelo mesmo pesadelo alguém te olha pela janela e, entre relâmpagos, sorri.

Passando a temporada inteira praticamente no limbo, o Grêmio não apenas ofereceu uma dose industrial de prazer mundano à sua torcida, pois o Gre-Nal é sempre o seu próprio fim, mas teve um desempenho capaz de provocar otimismo para a virada do ano com os recentes reforços, o grupo de jogadores tem potencial para alimentar alguma ilusão.



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