Arena do Grêmio: entenda a compra da gestão do estádio por Marcelo Marques Qual caminho seguir? A pergunta que não tinha resposta, mas era feita com regularidade nos corredores do Grêmio, ganhou direção mais clara nas semanas mais recentes. Embora exista a convicção da necessidade da criação de novas receitas para fortalecer o clube financeiramente, no momento, há um afastamento da possibilidade de transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Estabeleceu-se uma comissão permanente no Conselho Deliberativo para estudar o tema. Também há conversas recorrentes dentro do Conselho de Administração, composto pelo presidente Alberto Guerra e por seis vice-presidentes. São analisados diversos panoramas de como o assunto impacta os clubes e como afetará o Grêmio no futuro.
– Não imagino o Grêmio vendendo o seu clube para um outro clube, como aconteceu com o Bahia, que na verdade foi vendido para o Manchester City, que é praticamente dono do clube hoje — opina Fábio Floriani, um dos vice-presidentes do Conselho de Administração. Acredito que a gente esteja falando num prazo de talvez um, dois, três anos, no máximo, para ter um modelo a ser perseguido e oferecido para o nosso associado. — Fábio Floriani, vice-presidente do Grêmio Os debates giram sobre qual modelo empresarial de SAF seguir. O Grêmio, na avaliação interna, está bem posicionado no mercado para fazer a transição. As estruturas que sustentam o pensamento são um sistema de governança estabelecido e uma dívida controlada. Busca-se um modelo viável, rentável e aceitável por parte dos sócios. Não se estipula um período de tempo para a virada de chave ocorrer. Mas não deve ser no médio prazo. É preciso encontrar novos recursos para concorrer com equipes mais endinheiradas, sejam elas SAF ou não. – Do ponto de vista de mercado, a situação é iminente, porque os clubes estão com capacidade de investimento. Olha as cifras que estão sendo investidas pelas SAF, e os clubes que não são SAF, com exceção do Flamengo e do Palmeiras, talvez do Corinthians, estão conseguindo acompanhar, porém os outros clubes não estão conseguindo acompanhar. Alguns estão inclusive se endividando muito acima do seu poder de endividamento para poder fazer frente a isso – argumenta Floriani. Futebol na era SAF: Clubes de várias divisões adotam o modelo de gestão O que dizem os candidatos à presidência Oficialmente, ainda existem quatro candidatos à presidência do Grêmio. Denis Abrahão, Gladimir Chiele, Marcelo Marques e Sérgio Canozzi, cada um à sua maneira, abordam o tema. Apenas Canozzi se mostra aberto à transformação do clube em SAF: — Sou favorável à SAF. Dou o exemplo do Fortaleza. Quem é o dono da SAF é o Fortaleza, é o clube. A SAF que eu defendo é a mesma, não é a do Textor (John) no Botafogo. Eu acho que é uma questão de convencimento (no Conselho Deliberativo). Abrahão afirmou que a SAF que o Grêmio precisa é melhorar utilização das categorias de base. — A minha grande SAF será a categoria de base. Essa é a nossa galinha dos ovos de ouro — sentenciou. Chiele, um dos principais conhecedores da relação do Grêmio com a Arena Porto-Alegrense, comparou a criação de uma SAF à relação vivida com a parceira na gestão do estádio. — Nós temos uma SAF dentro de casa, que é a Arena. Para o bem e para o mal. Isso mostra que a SAF tem esse problema e nós estamos vivendo ele diariamente. A transformação do Grêmio numa SAF envolveria transferir patrimônio – destaca. Marques foi direto sobre o tema e se mostrou veementemente contrário à hipótese: — Eu sou contra SAF. (Precisamos de) dinheiro novo, que pode vir da melhor gestão da base, da gestão da Arena, ampliação da torcida. O momento presente ainda é de observação de movimentações. Existem projetos de SAF com resultados em campo, outros com conflitos que desgastam a imagem do clube e param nos tribunais. Ainda há dúvidas de como os modelos postos no cenário brasileiro se desenvolverão a longo prazo. Acertar o modelo e possíveis parceiros se torna essencial para evitar problemas capazes de interferir no futebol do clube. Casos como o do Bahia e do Botafogo, pertencentes a uma estrutura multiclubes, não agradam à primeira vista. A situação do Fortaleza é analisada. O clube nordestino se transformou em SAF, mas sem ter um investidor único e colocará ações à venda no mercado.
A questão Arena No intrincado mundo das finanças, o Grêmio tem uma peça adicional no quebra-cabeça. A Arena, prestes a ser posse do clube de vez, é parte importante do processo. Existem clubes que não colocam o estádio na negociação ou que estabelecem algum tipo de cláusula sobre mudança de endereço para proteger a tradição. – Não é uma equação tão simples, é muito complexa, não só do ponto de vista do modelo, mas do ponto de vista financeiro e exige muito conhecimento. A Arena pode ser contabilizada e pode ser valorizada – argumenta Floriani. Quanto vale o Grêmio no mercado? São tantos elementos e variáveis que não se arrisca a cravar um possível valor. – É uma questão técnica. É uma discussão técnica dos modelos de avaliação, valoração de quanto é que vale um clube. Existem várias metodologias e essa é a beleza desse tema, porque se tu olhar sob o ponto de vista de alguma metodologia, os clubes valem pouco, mas se tu vai olhar sob o ponto de vista da marca, da paixão do torcedor, os clubes valem bastante. Encontrar um equilíbrio metodológico para entender qual é o valor dos clubes faz parte dessa dinâmica também. Não é uma coisa fácil e simples – comenta Floriani.
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