Desperdício de Recursos em Contratações Insignificantes pelo Grêmio

Imagem: Fernando Alves / Juventude O Grêmio a sina de contratar jogador comum por valores altos O Grêmio oficializou a contratação do volante Caíque, destaque do Juventude, em uma operação que levanta questionamentos por todos os lados. Foram pagos R$ 5 milhões , além da inclusão do lateral Luan Cândido no negócio. E o mais impressionante: com todos os salários pagos pelo Tricolor até o fim de 2025 . Essa negociação, francamente, beira o absurdo. A contratação de Caíque é um sintoma do desespero Antes de mais nada, é importante reconhecer o esforço da direção em reforçar o elenco. No entanto, existe uma diferença gritante entre reforçar e simplesmente torrar dinheiro com apostas . Caíque, com todo o respeito, fez uma boa temporada pelo Juventude, mas está longe de ser um nome incontestável para o meio-campo de um clube do tamanho do Grêmio. Aliás, o Grêmio já revelou e formou volantes muito mais promissores em seu próprio celeiro. Para que, então, gastar uma fortuna em um jogador que, em tese, não oferece nada que um bom valor da base não possa entregar ? Colega de Suárez no Mundial cita o Grêmio e rasga elogios para o centroavante Direção aumenta oferta por volante, vitória no GreNal Sub-20 e renovação de Kannemann Um padrão preocupante de escolhas equivocadas Nos últimos anos, o clube gaúcho acumulou decisões duvidosas. Contratações caras, salários inflados e pouca entrega em campo passaram a ser rotina. A impressão que fica é que a diretoria perdeu completamente o senso de valor de mercado . Ao longo de sua história recente, o Grêmio já contou com nomes como Arthur, Matheus Henrique, Walace e Lucas Leiva — todos oriundos da base e com passagem de sucesso. Em vez de apostar nesse modelo consolidado, a atual gestão opta por negócios inflacionados que não oferecem retorno técnico proporcional. Luan Cândido no pacote: mais um custo que não fecha A inclusão de Luan Cândido na negociação, com salários totalmente arcados pelo Grêmio, agrava ainda mais a situação. O lateral, que sequer se firmou como um “reserva” chega como uma moeda de troca que pesa nos cofres gremistas . Tudo isso para trazer Caíque , que até outro dia disputava a Série B. Onde estão os garotos da base? Com uma das estruturas mais modernas do país, qual é a lógica de não olhar para a base? É impossível que o clube não tenha, em Eldorado do Sul, um volante com qualidade similar ou até superior à de Caíque. E, mesmo que não houvesse, ainda assim seria preferível testar um jovem ao invés de abrir os cofres por um jogador comum. O futebol brasileiro tem mostrado, repetidamente, que apostar em casa é mais seguro e lucrativo . Palmeiras, Santos e Flamengo têm colhido frutos desse modelo. Grêmio e Juventude mudam moldes na negociação por volante e valor aumenta O Grêmio precisa reencontrar sua identidade Decisões como essa não são apenas erradas do ponto de vista financeiro. Elas também ferem a identidade do clube , construída com base em trabalho de base forte, inteligência no mercado e excelência na formação de atletas. Se continuar por esse caminho, o Tricolor corre o risco de se tornar um clube sem norte, gastando mal e colhendo pouco. Hora de reagir com seriedade e responsabilidade Em suma, o Grêmio precisa urgentemente repensar sua política de contratações. Não se trata de ser pão-duro, mas sim de ser racional. Jogadores medianos não podem custar como se fossem craques. E a base, por sua vez, precisa ser valorizada como prioridade estratégica — e não tratada como plano B. Enquanto isso, Caíque e Luan Cândido chegam pressionados por um negócio que já nasce com a desconfiança da torcida . E o Grêmio, mais uma vez, fica com a conta de uma aposta que tem tudo para não se pagar.