A TRISTEZA DE SER GREMISTA + QUINTEROS NÃO DEU “MATCH” COM O GRÊMIO


Fonte: Leila Krüger

A TRISTEZA DE SER GREMISTA + QUINTEROS NÃO DEU “MATCH” COM O GRÊMIO
O Grêmio é grande, o Grêmio é forte. O Grêmio é Rei de Copas, o Grêmio é Imortal, a torcida do Grêmio foi escolhida oficialmente a mais fiel do Brasil. Com certeza é a mais peculiar. Amamos e odiamos nosso time do coração, que tanto nos fez e faz sofrer e sorrir, e que, no fim, nos perdoa ao nosso sangue a for vermelha. Nossa alma, no entanto, é azul, preta e branca: somos o Clube de Todos. A maior massa de apaixonados fora de Rio e SP. Somos Campeões do Mundo, embora alguns não aceitem, mas no fundo eles sabem que o futebol começou antes dos anos 2000. Muito antes. Para nós, apaixonados pelo Grêmio Football Porto-alegrense (hoje um clube global), foi em 1903. Que belo ano foi esse.

E a nossa camisa? Nossa camisa azul, preta e branca é única, reconhecida e encontrada em qualquer lugar deste mundo vasto mundo, que, não por acaso, é chamado de “Planeta Azul”. O céu e o mar são azuis. E se Deus for mesmo gremista?

Ah, Deus, por que nos abandonaste?

Nós, gremistas “desde antes de nascer”, de um passado de glórias e heroísmos, estamos tristes. Sei que sempre nos levantamos, e cada vez mais fortes. Não sem lições, não sem dor. Mas Grêmio, o que fizeram com você, nosso amor vil?

Hoje, é triste ser gremista.

É sofrimento ver o Grêmio jogar. Já faz um tempo. Em 2023 houve uma exceção, o maior jogador de futebol estrangeiro que já atuou no Brasil, Luís Suárez, El Pistolero, nos emocionou com o maior evento de recepção que já vi a um atleta. Retribuiu. Tornou-se gremista, como a família. Foi eleito, com justiça, o melhor do Brasileirão. Quase nos deu o título do Brasileirão 2023, mesmo com a quarta defesa mais vazada do campeonato, não fosse um pênalti claro não marcado contra o Corinthians; e não foi só isso. Como vem ocorrendo há anos, houve vários “erros” do apito contra o Imortal nesse campeonato. Perdemos assim 2008. Foi escandaloso. Está manchado nas punições absurdas do STJD que desfalcaram meio time do Grêmio, e no recorde de equívocos da arbitragem contra o Grêmio, listado na revista PLACAR daquele ano, e até o técnico Roth declarou com todas as letras que o campeonato foi comprado - ele era o treinador do Clube de Todos. Ninguém berrou, além dos gremistas.

Em 2018, garfados dentro e fora de campo - gol de mão de Borré, e tinha VAR, e não-punição do River conforme explícito na Lei da Conmebol, por invasão do técnico suspenso deles na Arena do Grêmio, não podia nem pisar no estádio e se atreveu ir até ao vestiário. A pena clara da Conmebol nesse caso era perda de três pontos ou desclassificação. A despeito de muitos protestos gremistas, o covarde e supostamente simpático ao River, como supostamente seus familiares, presidente da Conmebol Alejandro Domínguez, nada fez. Mas Renato escalou Bressan que fez pênalti, não nos esqueçamos.

Falando em pênalti, eis que já na segunda rodada de 2025 fomos assaltados (como várias vezes no “Gauchão cuja missão era tirar o Octa do Grêmio”, e colaboramos para isso com a FGF e o rival): ninguém marcaria aquela infração, que até os comentaristas condenaram, movimento involuntário é inevitável. Ninguém, a não ser ela, sempre esse desgosto no apito para o tricolor, Edna Batista, A Algoz do Grêmio que se vitimiza por ser mulher ao ser tão criticada por torcedores de vários times. Ela sorria para os jogadores cearenses antes de a partida começar, eu vi.

Mas o que quero dizer é que, pior que ter um histórico de ”erros desfavoráveis” dentro e fora de campo, talvez por inocência das direções ou falta de poder político do Grêmio, ou mesmo azar; pior, muito pior que isso é ter um time sem sangue, sem raça, sem tática, sem cara. Sem tudo o que sempre foi a alma do Grêmio.

O Grêmio está sem alma. Nem o capitão sabemos quem é. O de antes, Villasanti, não é o mesmo. O que aconteceu com Villasanti, que - não me achincalhem, perguntem a Amuzu a importância das cores no Maior do Sul - vem jogando com chuteira branca e vermelha? Vermelha! Não há vermelho no Grêmio. Nem nada parecido. Até a Coca-Cola já teve de ficar azul para caber em nós.

O Grêmio hoje vive de sorte e azar e de lampejos. Não há um time de verdade. É um time sem alma. Repito, não sem muita dor: um time sem alma.

COMEMORAMOS, MAS QUINTEROS NÃO DEU “MATCH” COM O GRÊMIO

E a alma perdida do Grêmio tampouco está na casamata. Fui uma defensora e me alegrei com o final feliz da novela do, sim, multicampeão Gustavo Quinteros, argentino-boliviano ou vice-versa. Duas seleções nas costas, títulos em uns quatro países. Milagres com o Vélez no Argentino. Só que, desde o começo, ou lá pelo início, Quinteros não se acertou com o Grêmio. É hora de olhar para trás e ver isso.

Gustavo Quinteros não deu “match” com o Grêmio. Os minimamente sensíveis veem uma parede gelada entre Quinteros e o time, Quinteros e a torcida, Quinteros e o Grêmio.

Seus números não são tão ruins: três derrotas, para Inter, Juventude e Ceará invicto há muito no Castelão. Não importa. Até não merecíamos perder para o Ceará, ainda mais por 2 a 0, que Volpi não tinha de sair do gol para o escanteio na segunda rodada do Brasileirão e tirar nosso saldo de gols. Perdemos gols feitos, um empate seria mais justo e a vitória não seria injusta. Mas nova já mal. Sobressaímos em individualidades mais uma vez.

Sobre Volpi, tem nos salvado, mas que se diga a verdade: veio com a “maldição” de Grando - superada, aparentemente, em 2025 - de levar gol todo jogo, e até mais de um vem levando. Orem, sério, por Tiago Volpi.

Sobre Jemerson, Pavón, Lucas Esteves, Dodi, Nathan Pescador e sua turma, estes não tem como. Rodrigo Ely é melhor e mais seguro que Jemerson, que já foi ótimo zagueiro e hoje é tétrico. Ely é muito melhor na bola aérea e mais alto e encorpado. Os espanhóis o querem no meio do sno, é ídolo na La Liga. Já Pavón deve ser vendido, como Pescador, Mayk, Ronald e outros, mas é difícil se desfazer sem perder dinheiro. André Henrique, Aravena e principalmente Monsalve devem ganhar mais minutagem. Cristaldo ainda serve. Edenílson, acho que fica para o segundo tempo, não há a intensidade exigida para ser capitão e protagonista nos 90 minutos. Amuzu corre sozinho, ele e Kike, Braithwaite fica isolado. Arezo precisa melhorar, mostrou isso hoje.

E como nossa pontaria é ruim! Nossa precisão de passes é dantesca, não conseguimos nem mesmo correr, nem jogadores jovens, velho problema. Já me pergunto se não é mental, ou, sei lá, espiritual. Trocaram toda a preparação física e a nutrição. Mas vivemos de lançamentos e resolutos a um time espaçado e esvaziado no meio. Esvaziado de alma.

Bem, esperamos a recuperação de Cuéllar e a, até agora, não-cumprida promessa de contratação de um bom zagueiro direito titular e mais reforços. Walter Kannemann, não vejo mais físico e explosão para titularidade com Wagner Leonardo. Guerreou muito, cansou-se cedo. Poderá jogar mais um pouco e virar dirigente. D’Alessandro talvez lhe venha pedir arrego como já o fez. O Cão é brabo e bravo. Tem mais taças que o gringo, por onde jogou. Sozinho, duas Libertadores e duas finais de Mundial contra o melhor time do mundo que era e talvez ainda seja o Real Madrid.

Mas o Grêmio é um time desorganizado. Uma massa rígida, engessada, desalmada em campo. Nunca fomos assim no passado, ao contrário. Time sem alma.

Então, eu com tristeza deixo minha opinião: não adiem mais. Paguem a rescisão. Mandem Quinteros de volta à Argentina. Salvem o ano gremista. Quinteros não deu certo. Não se encaixou no Grêmio, no grupo de atletas, na tática, no futebol brasileiro, não tem time titular definido nem esquema confiável. Seu 4-3-3 ou 4-3-2-1 não funciona. Goleadas no Gauchão não contam. Dependemos de lampejos individuais, repetindo, porque o plantel não é tão fraco no papel - embora, mais uma vez, faltem reforços. Mas o que importa é que temos superávit, não é mesmo? Preocupam-se tanto com gestão e não querem virar SAF, senão continuar investindo mal e sem dinheiro, com gestões suspeitas, e a todo gremista é dado o direito de detectar tamanha ineficiência.

A direção do Grêmio falhou por demorar a contratar e não contratar tudo o que precisava. Sempre em leilões de jogadores, tudo é complicado e vazado na imprensa. Escolhas ruins, quem indica? Jogadores superfaturados, depois no máximo conseguem emprestar ou vender por uma bagatela para times de menor expressão. Quem os indica?

Temos hoje a Sul-Americana. Copa do Brasil. Brasileirão, o sonho que sempre tem escalado por vias até misteriosas. Mas o vestiário não pode estar bem. Quinteros não pode ser gremista. Traria, hoje mesmo ou em breve, ele, um organizador nato e que prioriza o setor defensivo: Mano Menezes. Flu foi difícil de o Fla superar na final do Carioca, mesmo assim Mano foi demitido. Mano é vencedor, é sério, é raiz e gaúcho.

Mas a direção gremista é teimosa. Demorou a demitir um desgastado Renato. O próprio ídolo pediu para sair.

Não acredito mais em Quinteros. Já teve tempo. Lamento muito. O Grêmio precisa aprender a ter atitude dentro e fora de campo como um dia já teve. Façam o que tem de ser feito. Ou que eu esteja enganada, e Quinteros ainda vá, milagrosamente, vingar e superar a torre de mármore em que parece estar preso e nos prende.

Mano Menezes. Ou talvez Thiago Carpini, em má fase no Vitória. Alguém que consiga gerir essa multidão de nacionalidades e personalidades no Grêmio. E que tenha convicções, mais que desculpas. E treine duro. E entenda o Grêmio e o futebol brasileiro. E tenha alma.

Não queremos mais ficar tristes por causa do Grêmio. Não tantas vezes, é cruel. Busquem o Grêmio de volta para nós. Direção, jogadores, por favor, honrem sua torcida. O Grêmio somos todos nós, por favor nos devolvam nosso Grêmio.

E, Deus, perdoai aqueles que, no Grêmio, não sabem o que fazem. Que eles finalmente saibam e façam.

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