Bobô iguala Braian em metade do tempo em campo e "arquiva" rival

Enquanto uruguaio acumula gols perdidos em jogos decisivos, o camisa 13 surge como a principal opção de ataque com a ausência de Luan no time de Roger Machado


Fonte: GloboEsporte

Bobô iguala Braian em metade do tempo em campo e arquiva rival
Bobô passou na frente de Braian (Foto: Tomas Hammes/Globoesporte.com)


Enquanto um centroavante acumula boas atuações nos últimos jogos pelo Brasileirão, outro começa a ser arquivado pelo Grêmio. Gols e assistências decisivas têm rendido a Bobô a titularidade no ataque com a ausência de Luan, o que pode seguir para o jogo com o São Paulo, neste domingo, às 16h, na Arena. Contrasta claramente com o momento de Braian Rodríguez, que tem sido preterido pelo técnico Roger Machado nas viagens para jogos fora de Porto Alegre e caminha a passos largos para o arquivamento no Tricolor.

Bobô contabiliza oito jogos com a camisa do Grêmio - sete no Brasileirão e um na Copa do Brasil. Muitos deles, o centroavante entrou com poucos minutos em campo. Mas já contabiliza participação direta em quatro gols gremistas. O mesmo número que Braian, que tem mais que o triplo de jogos do rival de posição: 27, entre 10 no Gauchão, 13 no Brasileiro e quatro na Copa do Brasil.


Tabela Braian Bobô Grêmio (Foto: Reprodução)

Curiosamente, o uruguaio passou a ser menos aproveitado pelo treinador após o gol perdido aos 46 minutos do segundo tempo no empate em 0 a 0 com a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, na 20ª rodada - a última vez que entrou em campo. Recebeu oportunidade em corrida direta com Bobô, que também estava no banco naquela situação. Depois, o camisa 9 foi preterido das partidas diante do Figueirense, na 22ª rodada, e na última quarta-feira, quando o Grêmio enfrentou o Corinthians pela 24ª rodada.

Um ano mais velho e com a carreira consolidada na Europa, com sucesso no futebol turco, Bobô retornou ao Brasil em julho para defender as cores do Grêmio. A própria seca de Braian e uma lesão que tirou Yuri Mamute dos campos por mais de um mês aceleraram a busca da diretoria por uma nova alternativa para a função de centroavante.

Mesmo com a desconfiança de ser contratado junto a uma equipe da segunda divisão da Turquia, Bobô colecionava na carreira 139 gols em 373 atuações - média de 0,3 por partida. Inconstante nos primeiros jogos, o atacante revelado pelo Corinthians desencantou na vitória sobre o Figueirense fora de casa, na 22ª rodada. Mais do que isso, deu o passe para Pedro Rocha marcar o segundo daquele triunfo. Outra assistência contra o Goiás e um gol de cartilha de centroavante contra o Corinthians impulsionaram o camisa 13 a um protagonismo frente à torcida. E são apenas oito jogos no comando do ataque.

- Cheguei de um tempo parado. É normal que leve um tempo para entrar em forma e pegar entrosamento com todo mundo. Mas agora já me sinto melhor - comentou Bobô no desembarque da delegação após o empate com o Corinthians em São Paulo.

Mesmo tendo deixado o campo da Arena Corinthians com cãibras, Bobô é a primeira opção de Roger Machado para substituir novamente Luan, desta vez contra o São Paulo, caso o camisa 7 não apresente condições, por conta da torção no tornozelo direito sofrida na derrota da seleção olímpica para a França. O Grêmio, terceiro colocado com 45 pontos, recebe o São Paulo no próximo domingo, às 16h, na Arena. O time paulista é o quinto colocado, com 38 pontos, mesmo número do quarto Flamengo.

Contratado em março deste ano para suprir a perda de Barcos e Marcelo Moreno, Braian participou de 27 jogos com a camisa tricolor e marcou apenas duas vezes - contra o Cruzeiro-RS, no Gauchão, e contra o Figueirense, pelo Brasileirão. Contabiliza ainda duas assistências. Mas a falta de encontrar as redes inclusive não é uma novidade para o centroavante de 29 anos, que chegou ao Tricolor com 183 partidas disputadas na carreira e 47 gols feitos - uma média de 0,25 por jogo.

Além de viver com a sina de perder oportunidades decisivas, o atacante não é a opção mais adequada para o esquema móvel de Roger Machado. No clube onde obteve maior destaque, o chileno Huachipato, ele era o homem de referência na área. A falta de mobilidade e a técnica pouco apurada para armar jogadas que possam confundir a marcação ajudam a explicar o momento do atleta.

Braian tem contrato com o Tricolor até junho de 2016. No documento, havia três opções de compra definidas. A primeira, para 30 de junho, no valor de 1,75 milhões de euros (R$ 7 milhões), que não foi exercida. A segunda expira no final de dezembro, com valor de 2 milhões de euros (R$ 8,2 milhões). A última será justamente no fim do contrato de empréstimo entre os gaúchos e o Betis, da Espanha, no valor de 2,25 milhões de euros (R$ 9,4 milhões). Aparentemente, o discurso de manutenção do grupo do presidente Romildo Bolzan Júnior não valerá para o uruguaio.

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