O Grande Problema Antigo que poucos veem no Grêmio: o DM é de chorar

O Grêmio está em crise. Já esteve pior, mas é inegável. Renato Portaluppi segura-se por um galho para não cair no precipício no clube, mas tem respaldo ao menos até 2025, ao menos por enquanto. Fato é que suas teimosias com jogadores insuficientes, ao mesmo tempo em que coloca outros potenciais de lado, é irritante. Só Reinaldo deve ter entregado, sozinho, uns 5 ou 6 jogos este ano. Vai fazer 35 anos. Não deve ficar, com ou sem Renato. Nem que seu salário caia de 500 mil para 50 mil. Atrapalha. Mas, para além dos problemas com Renato, temos a inépcia das últimas gestões, que contratam atletas superfaturados e em fim de carreira, ou para posições não tão urgentes, ou que são meras apostas - pagando caro por elas. Vende mal, quase doa suas joias. Falta força política e estratégia de marketing e de futebol. E por fim temos O Grande Problema Antigo do Grêmio, cuja gravidade poucos veem: o Departamento Médico (DM).

Eu nunca vi coisa igual. Mesmo lesões de grau 1a, em jogadores jovens, se tornam um pesadelo. Recuperam-se, lesionam-se logo no retorno, às vezes mais gravemente que antes. Lesionam-se muito, mesmo garotos que deviam ter força muscular. Demoram a voltar, quase sempre mais que o previsto. Quase todo jogo tem uma lesão, e acaba sendo grave. Assim fica difícil. O pior é que a preparação física deixa a desejar, os jogadores não conseguem correr, deixam buracos no meio (não temos um bom 1o volante á frente dos zagueiros e bons laterais) e jogam a 110v. Mesmo assim, se lesionam.

A desculpa era o excesso de jogos, para Renato e a direção. Agora, só restou fugir do Z4 no Brasileirão, um jogo por semana. Porém, as lesões continuam. Jemerson voltou e voltou a sentir, Ely voltou e já sentiu no aquecimento contra o RB Bragantino. R. Caio nem se fala, sem ritmo, de vidro, se nem o departamento médico do Flamengo que o tem como ídolo conseguiu recuperá-lo... Mila saiu lesionado do Gre-nal da Copa FGF, que insistem em misturar com jogadores profissionais do Grêmio, assim prejudicando o entrosamento e o aproveitamento de jovens promessas na base. O Imortal sempre foi uma fábrica de jogadores, essa é a verdade, mesmo com desempenhos pífios em campeonatos de base: Arezo e Aravena saíram "queimados", no meio da gurizada derrotada, como Natã Felipe que é bom zagueiro, e Mayk que nunca comprometeu como titular.

Mas o DM do Grêmio. O presidente Alberto Guerra trocou equipamentos, tem câmara hiperbárica, métodos de avaliação para prevenir lesões, tecnologia, nada adianta. É um DM amador. Não bastou demitir o DM anterior, que esse problema de lesões - geralmente de titulares cruciais ou bons reservas - é antigo no Clube de Todos. O DM do Grêmio dá vontade de chorar. Imagino o pavor de um jogador gremista quando sente um músculo. Sabe-se lá se vão dar o diagnóstico certo, se não vai ficar meses encostado. Cuiabano, aqui, vivia machucado e não corria, acima do peso. No Botafogo, se tornou magro, goleador e o melhor lateral-esquerdo do Brasileirão - até se lesionar, mas antes fez chover como nunca fez aqui. Jhonata Roobert foi embora, cansou de morar no DM do Grêmio após o sucesso em Portugal. Diego Costa volta, não volta, assim como Kannemann. Só Reinaldo está sempre bem, ele que bem que poderia passar um tempo longe dos gramados.

Este assunto é sério e precisa ser encarado de frente: o DM do Grêmio. E a preparação física pífia do Grêmio, entram e saem profissionais, é a mesma coisa. É Renato Portaluppi, mas é igualmente o DM e o físico dos atletas do Maior do Sul. Que providências tomar? Diante de tantas tentativas falhas, direções omissas e confusas em vários aspectos, eu faria o que sempre falo que faria: tornar o Grêmio uma SAF profissional. Acabaria o choro pelo dinheiro que vive sumindo com tantas vendas, a fixação em metas financeiras, contratar mal e vender pior ainda. A bagunça no departamento de futebol. Tudo isso é de chorar. Mas vamos nos reerguer. Coube-nos a alcunha de "Imortal" não por acaso: nunca morremos, apenas agonizamos para nos levantar novamente rumo a títulos e glórias, em uma história de dar orgulho a qualquer torcedor.

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