"Não se tem muito mais tempo para preparar. O Brasil continua sendo um país de resultado a curto prazo", afirmou
Foto: Matheus Beck / Agencia RBS
"Alô, Fábio Mahseredjian? Estamos te convidando para integrar a comissão técnica da Seleção Brasileira pelos próximos quatro anos. Aceita?"
Foi em uma conversa mais ou menos assim, de poucos minutos, na noite de terça-feira, que o preparador físico do Grêmio recebeu a proposta de Dunga e Gilmar Rinaldi para se tornar o dono do cargo na Seleção. A resposta foi certeira e convicta: sim, aceito.
— Foi algo tão rápido que a única coisa conversada foi o convite.
Não falamos nada sobre o projeto. Mas ninguém nega Seleção Brasileira — afirmou.
O paulistano Mahseredjian vai para a sua segunda passagem pela CBF. Em 2006, quando Dunga assumiu pela primeira vez o comando da Seleção, ele foi um dos preparadores ao lado de Paulo Paixão.
Desta vez, será a peça principal na preparação dos convocados.
Mesmo que assuma uma nova função, ele garante que ela não interferirá no trabalho no Tricolor.
— Nós somos prestadores de serviço. Quando convocados, servimos à Seleção. Quando não, seguimos no clube. O Rogerinho (Rogério Dias Luz) e o Mário (Pereira, auxiliares) ficam aqui dando continuidade ao trabalho. O Grêmio tem essa característica de formar grandes profissionais na área — diz.
Calendário é inimigo e exemplo alemão é aliado
Se a reformulação no futebol brasileiro passa também pela preparação física, Mahseredjian acredita que não. Para Fábio, a preparação depende da metodologia de cada profissional, e não pensa em padronizar a forma como ela é aplicada em cada clube.
Por outro lado, vê no calendário o principal inimigo do desempenho no campo dos atletas.
— Na Europa, eles têm um calendário mais plausível. Atuam na pré-temporada por um mês e meio e não atuam mais. Aqui, temos um calendário congestionado. Neste ano que tivemos uma pré-temporada longa. Mas o Bayern de Munique, por exemplo, quando foi campeão do mundo, jogou 54 jogos (oficiais). Nós já estamos com 40 (no Grêmio, em 2014) — completa.
Ainda assim, Mahseredjian aplicará métodos próprios na recuperação e preparação dos jogadores. Ele se considera um adepto da metodologia de Mark Verstegen, que esteve na seleção da Alemanha com Jürgen Klinsmann e seguiu com o treinador para a seleção dos Estados Unidos. O profissional é reconhecido pelo trabalho de nutrição e reabilitação centrado na força e na potência muscular.
À exceção das Copas (América, das Confederações e do Mundo), no entanto, Mahseredjian terá pouco tempo para implantar qualquer coisa. Neste semestre, serão quatro amistosos fora do país, o que exigirá que apenas recupere os atletas de um possível jet lag (desconforto do organismo com a mudança de fuso horário constante) entre as partidas.
— Não se tem muito mais tempo para preparar. O Brasil continua sendo um país de resultado a curto prazo. Vejo muito que se diz que a Alemanha vem preparando uma equipe há 10 anos. Será que temos essa paciência? E será que é tão difícil assim preparar um time para ser campeão em 2018? No esporte de excelência, quando se tem derrota, está tudo errado, e, se vence, está tudo certo.
Vamos trabalhar em função de formar uma grande equipe e conquistar vitórias — completa.
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"Alô, Fábio Mahseredjian? Estamos te convidando para integrar a comissão técnica da Seleção Brasileira pelos próximos quatro anos. Aceita?"
Foi em uma conversa mais ou menos assim, de poucos minutos, na noite de terça-feira, que o preparador físico do Grêmio recebeu a proposta de Dunga e Gilmar Rinaldi para se tornar o dono do cargo na Seleção. A resposta foi certeira e convicta: sim, aceito.
— Foi algo tão rápido que a única coisa conversada foi o convite.
Não falamos nada sobre o projeto. Mas ninguém nega Seleção Brasileira — afirmou.
O paulistano Mahseredjian vai para a sua segunda passagem pela CBF. Em 2006, quando Dunga assumiu pela primeira vez o comando da Seleção, ele foi um dos preparadores ao lado de Paulo Paixão.
Desta vez, será a peça principal na preparação dos convocados.
Mesmo que assuma uma nova função, ele garante que ela não interferirá no trabalho no Tricolor.
— Nós somos prestadores de serviço. Quando convocados, servimos à Seleção. Quando não, seguimos no clube. O Rogerinho (Rogério Dias Luz) e o Mário (Pereira, auxiliares) ficam aqui dando continuidade ao trabalho. O Grêmio tem essa característica de formar grandes profissionais na área — diz.
Calendário é inimigo e exemplo alemão é aliado
Se a reformulação no futebol brasileiro passa também pela preparação física, Mahseredjian acredita que não. Para Fábio, a preparação depende da metodologia de cada profissional, e não pensa em padronizar a forma como ela é aplicada em cada clube.
Por outro lado, vê no calendário o principal inimigo do desempenho no campo dos atletas.
— Na Europa, eles têm um calendário mais plausível. Atuam na pré-temporada por um mês e meio e não atuam mais. Aqui, temos um calendário congestionado. Neste ano que tivemos uma pré-temporada longa. Mas o Bayern de Munique, por exemplo, quando foi campeão do mundo, jogou 54 jogos (oficiais). Nós já estamos com 40 (no Grêmio, em 2014) — completa.
Ainda assim, Mahseredjian aplicará métodos próprios na recuperação e preparação dos jogadores. Ele se considera um adepto da metodologia de Mark Verstegen, que esteve na seleção da Alemanha com Jürgen Klinsmann e seguiu com o treinador para a seleção dos Estados Unidos. O profissional é reconhecido pelo trabalho de nutrição e reabilitação centrado na força e na potência muscular.
À exceção das Copas (América, das Confederações e do Mundo), no entanto, Mahseredjian terá pouco tempo para implantar qualquer coisa. Neste semestre, serão quatro amistosos fora do país, o que exigirá que apenas recupere os atletas de um possível jet lag (desconforto do organismo com a mudança de fuso horário constante) entre as partidas.
— Não se tem muito mais tempo para preparar. O Brasil continua sendo um país de resultado a curto prazo. Vejo muito que se diz que a Alemanha vem preparando uma equipe há 10 anos. Será que temos essa paciência? E será que é tão difícil assim preparar um time para ser campeão em 2018? No esporte de excelência, quando se tem derrota, está tudo errado, e, se vence, está tudo certo.
Vamos trabalhar em função de formar uma grande equipe e conquistar vitórias — completa.
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