Imunidade Contra Rebaixamento para Clubes Gaúchos: Um Mundo Ideal no Futebol.


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Imunidade Contra Rebaixamento para Clubes Gaúchos: Um Mundo Ideal no Futebol.

Postei nas mídias sociais nesta semana a fala forte de Renato Gaúcho sugerindo que não exista rebaixamento neste ano no Campeonato Brasileiro e dei em poucas linhas minha opinião a respeito. O técnico do Grêmio disse que o prejuízo dos clubes gaúchos é imenso, passa por parte física e mental, além da necessidade de jogar muitas partidas fora de casa, o que tiraria a isonomia da principal competição nacional. Pouca gente concordou com a minha opinião e muita gente me escreveu citando diversos pontos a respeito do impacto da situação trágica do Rio Grande do Sul no nosso futebol.

Qual é a minha opinião? O Brasileirão não deve parar, basicamente porque isso não vai ajudar os gaúchos e porque prejudicaria uma série de pessoas e clubes país afora. De forma solidária, ofereceria a imunidade contra o rebaixamento para Grêmio, Internacional e Juventude na Série A. No meu mundo ideal (que não teria catástrofe nenhuma), essa cordialidade partiria de todos os outros clubes do torneio e seria recusada pelos três gaúchos.

Foi justamente o que aconteceu com a Chapecoense após o acidente aéreo que vitimou quase todo o elenco do clube catarinense em 2016. Ofereceram três anos de imunidade para a Chape, que, valente, recusou a proposta e lutou dentro de campo se reconstruindo com a ajuda de outros times, que, entre outras coisas, emprestaram atletas para o time da Arena Condá. Lembrando ainda o que aconteceu com a Chapecoense, em 2017 ela terminou o Brasileiro na 8ª posição, conseguindo vaga assim na fase inicial da CONMEBOL Libertadores. Nada mal para quem passou um drama dos mais terríveis poucos meses antes.

Em 2018, a equipe catarinense caiu bem de produção e acabou na 14ª colocação, pegando vaga na CONMEBOL Sul-Americana. Apenas em 2019 o clube conheceria seu primeiro rebaixamento após chegar à elite do futebol nacional. A Chape teria sido salva se tivesse aceitado a oferta de imunidade por três anos. Ela nunca demonstrou arrependimento por ter rejeitado essa vantagem esportiva, essa proteção solidária.

Sabíamos em que em algum momento naturalmente o clube cairia de divisão, afinal nunca foi uma das grandes forças do futebol brasileiro. Lamentavelmente, sofreu uma tragédia quando estava em seu auge, mas dificilmente ficaria no topo por um longo período por questões financeiras, limitação e história. Em 2020, a Chape ainda conquistou o título da Série B, voltando de forma quase meteórica para a primeira divisão. Não se sustentou na elite depois porque não é fácil para uma equipe desse porte ficar na primeira divisão sempre.

O mesmo vale para o Juventude, que já era candidato ao descenso neste ano mesmo antes das fortes chuvas e inundações no Rio Grande do Sul. O clube de Caxias do Sul não foi tão afetado pela tragédia quanto Grêmio e Inter, mas os dois gigantes gaúchos têm muito mais força, elenco, torcida, tradição e condições de permanecer na primeira divisão para 2025. Eu sinceramente acho que a dupla Gre-Nal não cairá neste ano mesmo enfrentando situações bem adversas. Talvez fiquem alijados da disputa pelas primeiras posições, o que é compreensível, mas ambos podem muito bem fazer um campeonato digno mandando jogos em estádios que não são tão desfavoráveis assim.

O Inter já tem uma partida agendada para o Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, contra o Delfín, pela Copa Sul-Americana, no dia 8 de junho. Neste duelo, não precisará sair de seu Estado. Antes disso, no dia 28 de maio, o Colorado recebe em Barueri o Belgrano, lembrando que na Grande São Paulo também há milhares de gaúchos, bastante dispostos agora a ajudar de todas as formas seus clubes, como vimos bem em treinos recentes do Inter em território paulista.

Depois disso, no dia 13 de junho, a equipe do Beira-Rio hospeda o São Paulo no Heriberto Hulse, em Criciúma, cidade catarinense próxima ao Rio Grande do Sul e que conta com muitos torcedores colorados. Imagino que o apoio aos gaúchos por parte de seus torcedores será ainda mais forte. Haverá toda uma história de superação por trás dos times e dos atletas (alguns estiveram na linha de frente para salvar pessoas, outros podem estar pensando na situação de suas famílias ainda).

O Grêmio também está treinando em São Paulo e já determinou o local ela vai acontecer.

Força, Rio Grande do Sul! Dentro e, especialmente, fora de campo.



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