Arena do Grêmio abriga 42 pessoas em casa após enchente no bairro.


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Arena do Grêmio abriga 42 pessoas em casa após enchente no bairro.

Aos poucos, o Grêmio junta os cacos e tenta retomar a normalidade na rotina de treinos e jogos, mesmo longe do Rio Grande do Sul. Para Edenilson, conviver com a preocupação com os afetados pela tragédia e as incertezas sobre o retorno aos jogos é um desafio. Em entrevista exclusiva para a RBS TV, o meia contou detalhes da ajuda aos mais de 40 familiares e amigos retirados da área alagada nos arredores da Arena e levados para a sua casa no litoral norte gaúcho. Semanas atrás, Edenilson foi figura central no suporte para a família e amigos. Enquanto o nível da enchente subia na zona norte de Porto Alegre, nos bairros próximos da Arena, o volante ajudou mais de 40 pessoas a sair da capital e as abrigou na sua casa no litoral norte do Rio Grande do Sul. - Eu já sou receoso. Na primeira poça que eu vi chegando no hotel, já comentei com minha família “vamos sair”. Tenho uma residência em Atlântida. Fomos em 42 pessoas para Atlântida. Tivemos vizinhos que têm casas lá que disponibilizaram. Foi muito legal da parte deles - conta Edenilson. O meio-campista é criado na Vila Farrapos, um dos bairros da região do entorno da Arena. Ainda tem familiares, inclusive, no local onde cresceu. Oito casas foram afetadas pela enchente na área, que ainda está alagada. O atleta ajudou na saída das residências e no acolhimento. - Dei graças a Deus de estar ali naquele momento. Tinha chegado há uma semana, podia estar lá em Belo Horizonte e ia ficar mais apreensivo ainda. Acho que pude ajudar mais estando perto deles. Foi uma escolha certa, era pra eu estar ali naquele momento e poder ajudar com pouco - disse. Confira a entrevista completa: ge: Como foi sua experiência na enchente, em Porto Alegre. Conta o que você viveu naquele caos. Edenilson: Foi bastante apreensivo. A gente sem entender, sem saber até que ponto a água chegaria. Acho que todos ficaram assim, achando que a água não chegaria, que ia ser um alagamento pequeno. A gente fica em casa. Eu já sou receoso, então na primeira poça que eu vi chegando no hotel Deville já comentei com minha família “vamos sair”. Tenho uma residência em Atlântida. Então falei “vamos sair e a gente espera lá”, porque tinha a questão dos treinamentos também. Acabei indo e levando alguns parentes meus também. Você cresceu na Vila Farrapos. Você ainda tinha parentes ali. Como foi essa conversa com a família? A gente tenta manter a tranquilidade. Fomos em 42 pessoas para Atlântida. Tivemos vizinhos que têm casas lá que disponibilizaram. Foi muito legal da parte deles. Ainda tem gente lá. Outros estão tentando voltar aos poucos, pois tem muita região que tem trabalho, então eles tem que tentar voltar aos poucos, mas acho que é mais essa incerteza de como vai estar a casa e o que vai estar esperando eles. Acho que isso consome um pouco as pessoas. Essa ansiedade de saber o que aconteceu com a casa. Qual o sentimento de ver o lugar que você cresceu ficar desse jeito? Acho que todos nós da região não imaginávamos a água chegar nesse ponto. Vimos o que acontecia em volta. A região de Eldorado é uma região mais perto do Guaíba. Mas aquela região ali… Claro que teve a enchente de 1941. Mas acho que tinha pouca gente pra contar como foi e acabamos não acreditando. Até que chegou nesse ponto. Como virar a chave para o futebol agora? Como tentar focar no trabalho? A gente vai levando. Acho que minha família sempre foi minha base. Sempre tive uma ótima educação. Dei graças a Deus de estar ali naquele momento. Tinha chegado há uma semana aqui, podia estar lá em Belo Horizonte e ia ficar mais apreensivo ainda. Acho que pude ajudar mais estando perto deles e dou graças a Deus de ter vindo. Foi uma escolha certa, era pra eu estar ali naquele momento e poder ajudar com pouco. Consegui salvar meu carro, então consegui fazer os trajetos de levar o pessoal, porque senão não sei como eles iam se virar. Com relação aos jogos, tenho certeza que eles já estão salvos e isso é o mais importante. Todos nós vamos correr atrás do prejuízo agora. Como voltar ao ritmo de jogo o quanto antes? Isso vamos adquirir com o decorrer dos jogos. Como você falou, infelizmente já temos decisões. Tem Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil. Vai afunilar tudo. Mas comissão técnica e diretoria estão trabalhando da melhor maneira possível para que a gente possa amenizar a perda de ritmo, e agora a perda até de ficar longe da família. Temos essa incerteza também de onde vamos ficar, onde vamos jogar, mas tenho certeza que vamos superar isso. Como é esse paralelo da realidade que você viveu semanas atrás e agora estar nessa realidade da vida normal acontecendo aqui em São Paulo? Temos que, na medida do possível, tentar normalizar tudo. A gente sabe que tem muita gente que perdeu tudo. A maioria, onde a água chegou, perdeu e vai perder algumas coisas, mas temos que tentar normalizar. O pessoal conseguiu adiar algumas rodadas e nós temos que voltar ao campeonato, então sabemos que trabalhando aos poucos e sendo humildes, reconhecendo que estamos atrás das outras equipes nesse período, vamos conseguir dar a volta por cima.

Edenilson conta em entrevista exclusiva como enfrentou a tragédia no RS — Foto: Marcos Hofmann/RBS TV
Crédito da imagem: Marcos Hofmann/RBS TV

Edenilson na reapresentação ao Grêmio no CT Joaqui Grava — Foto: Luis Eduardo Muniz/Grêmio FBPA

Edenilson na derrota do Grêmio para o Bahia, pelo Brasileirão — Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA



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