Moreno recebeu ZH em seu apartamento, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre
Foto: Adriano de Carvalho / Agencia RBS
Após deixar o Grêmio no início do ano, Marcelo Moreno vive nova fase na carreira com a camisa do Changchun Yatai, da China. Antes de se apresentar na seleção boliviana, o atacante passa alguns dias de folga em Porto Alegre e recebeu a reportagem de ZH em seu apartamento, no bairro Rio Branco, nesta segunda-feira.
Plenamente adaptado ao Yatai, onde marcou oito gols em 18 jogos pela superliga, o atacante critica o calendário brasileiro, que escraviza os jogadores em sua opinião. Além disso, também fala da amizade com Barcos e Felipão e sobre a possibilidade de voltar ao Grêmio no futuro.
Como foi sua adaptação na China?
É uma experiência nova para mim, foi difícil no início. Mas os chineses te acolhem bem, gostam muito dos estrangeiros. Em relação ao idioma, me viro no inglês. E, aos poucos, aprendi o básico do mandarim. Para falar com o técnico (Marijo Tot, croata), é em inglês. E o clube também tem tradutor, o que facilita muito. Você sente a diferença no início, mas se adapta bem.
A liga chinesa é competitiva?
Hoje, é bem forte. Cresceu por ter vários estrangeiros lá. Dá para ver a diferença na qualidade dos times. O que se vê é um jogo competitivo, bem equilibrado. Penso que em três anos será uma liga ainda mais forte. É um país com muito dinheiro, que leva grandes jogadores para lá. É dessa forma que a liga vai crescer.
Você enfrentou o Barcos recentemente.
Não só ele, também o Ricardo Goulart e o Elkesson, que também já jogaram comigo. Empatamos em 2 a 2 com o time do Barcos (Tianjin Teda). Antes do jogo, brincamos sobre quando vamos voltar para o Grêmio, se vamos reatar a dupla novamente. Ele se identificou muito com o Grêmio e eu também. Conversamos seguidamente pelo telefone, é um grande amigo.
Também se encontrou com Felipão?
Enfrentei o time dele (Guangzhou Evergrande). Me deu um abraço, me tratou muito bem. Tivemos um ótimo relacionamento no Grêmio, uma parceria bacana. Parecia que eu conhecia ele há anos. Até pela confiança que ele te passa. O Guangzhou é um time forte, e ainda trouxe o Robinho e o Paulinho. É o que melhor joga na China, evoluiu mais com o Felipão.
Moreno e sua esposa Marilisy Antonelli | Foto: Adriano de Carvalho
Como vê esta crise financeira no futebol brasileiro?
A gente vê que muitos jogadores saíram do Brasil por isso. Clubes com salários atrasados, devendo direito de imagem. Você recebe como qualquer trabalhador, é o mínimo que o clube tem de fazer pelo jogador. A diferença é muito grande. Em termos de jogos, calendários, contratos, salários. No Brasil isso caiu muito. E lá fora se faz de forma organizada.
É mais organizado em que aspectos?
Lá, o jogador atua 100%, tem tempo para recuperar. Aqui, não existe. Penso que o jogador brasileiro é escravo do calendário. Lá, você não sofre tanto, consegue mostrar seu futebol. Tem perna, tem físico. No Brasil, você chega a jogar cinco campeonatos em um ano. Se não descansar como se deve, não tem corpo que aguente. Se treinar, você não joga.
Como é o calendário na China?
É um jogo por semana. É raro ter dois na mesma semana, a não ser quando disputa a Liga dos Campeões da Ásia. Você faz, no máximo, 30 jogos. Aqui é 70, 80 jogos. É mais do que o dobro. Aqui, se você corre 11km em um jogo e não descansa, corre 9km no próximo. Mas se tem uma semana para recuperar, você nivela, consegue mostrar o que o torcedor espera.
Você acompanha o Grêmio do Roger?
A chegada dele foi ótima para o clube. Trabalhei com ele quando era auxiliar do Luxemburgo. Confio no Roger, acredito que o Grêmio está brigando pelo título. Ele encaixou os jogadores na posição certa, é um cara muito correto. E jogador gosta quando o técnico é assim e coloca isso dentro de campo. Quando o treinador dá confiança, o time joga sozinho.
E pensa em voltar para a Arena?
Penso, é claro. Também para o Cruzeiro e o Flamengo, os clubes em que joguei na Série A no Brasil. E não é para encerrar a carreira, é para jogar em alto nível. Meu contrato na China vai até dezembro de 2016. Eu daria preferência para estes três times, mas tem que pensar bem, depende da oferta. E pode chegar algo interessante de outros países também.
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Foto: Adriano de Carvalho / Agencia RBS
Após deixar o Grêmio no início do ano, Marcelo Moreno vive nova fase na carreira com a camisa do Changchun Yatai, da China. Antes de se apresentar na seleção boliviana, o atacante passa alguns dias de folga em Porto Alegre e recebeu a reportagem de ZH em seu apartamento, no bairro Rio Branco, nesta segunda-feira.
Plenamente adaptado ao Yatai, onde marcou oito gols em 18 jogos pela superliga, o atacante critica o calendário brasileiro, que escraviza os jogadores em sua opinião. Além disso, também fala da amizade com Barcos e Felipão e sobre a possibilidade de voltar ao Grêmio no futuro.
Como foi sua adaptação na China?
É uma experiência nova para mim, foi difícil no início. Mas os chineses te acolhem bem, gostam muito dos estrangeiros. Em relação ao idioma, me viro no inglês. E, aos poucos, aprendi o básico do mandarim. Para falar com o técnico (Marijo Tot, croata), é em inglês. E o clube também tem tradutor, o que facilita muito. Você sente a diferença no início, mas se adapta bem.
A liga chinesa é competitiva?
Hoje, é bem forte. Cresceu por ter vários estrangeiros lá. Dá para ver a diferença na qualidade dos times. O que se vê é um jogo competitivo, bem equilibrado. Penso que em três anos será uma liga ainda mais forte. É um país com muito dinheiro, que leva grandes jogadores para lá. É dessa forma que a liga vai crescer.
Você enfrentou o Barcos recentemente.
Não só ele, também o Ricardo Goulart e o Elkesson, que também já jogaram comigo. Empatamos em 2 a 2 com o time do Barcos (Tianjin Teda). Antes do jogo, brincamos sobre quando vamos voltar para o Grêmio, se vamos reatar a dupla novamente. Ele se identificou muito com o Grêmio e eu também. Conversamos seguidamente pelo telefone, é um grande amigo.
Também se encontrou com Felipão?
Enfrentei o time dele (Guangzhou Evergrande). Me deu um abraço, me tratou muito bem. Tivemos um ótimo relacionamento no Grêmio, uma parceria bacana. Parecia que eu conhecia ele há anos. Até pela confiança que ele te passa. O Guangzhou é um time forte, e ainda trouxe o Robinho e o Paulinho. É o que melhor joga na China, evoluiu mais com o Felipão.
Moreno e sua esposa Marilisy Antonelli | Foto: Adriano de Carvalho
Como vê esta crise financeira no futebol brasileiro?
A gente vê que muitos jogadores saíram do Brasil por isso. Clubes com salários atrasados, devendo direito de imagem. Você recebe como qualquer trabalhador, é o mínimo que o clube tem de fazer pelo jogador. A diferença é muito grande. Em termos de jogos, calendários, contratos, salários. No Brasil isso caiu muito. E lá fora se faz de forma organizada.
É mais organizado em que aspectos?
Lá, o jogador atua 100%, tem tempo para recuperar. Aqui, não existe. Penso que o jogador brasileiro é escravo do calendário. Lá, você não sofre tanto, consegue mostrar seu futebol. Tem perna, tem físico. No Brasil, você chega a jogar cinco campeonatos em um ano. Se não descansar como se deve, não tem corpo que aguente. Se treinar, você não joga.
Como é o calendário na China?
É um jogo por semana. É raro ter dois na mesma semana, a não ser quando disputa a Liga dos Campeões da Ásia. Você faz, no máximo, 30 jogos. Aqui é 70, 80 jogos. É mais do que o dobro. Aqui, se você corre 11km em um jogo e não descansa, corre 9km no próximo. Mas se tem uma semana para recuperar, você nivela, consegue mostrar o que o torcedor espera.
Você acompanha o Grêmio do Roger?
A chegada dele foi ótima para o clube. Trabalhei com ele quando era auxiliar do Luxemburgo. Confio no Roger, acredito que o Grêmio está brigando pelo título. Ele encaixou os jogadores na posição certa, é um cara muito correto. E jogador gosta quando o técnico é assim e coloca isso dentro de campo. Quando o treinador dá confiança, o time joga sozinho.
E pensa em voltar para a Arena?
Penso, é claro. Também para o Cruzeiro e o Flamengo, os clubes em que joguei na Série A no Brasil. E não é para encerrar a carreira, é para jogar em alto nível. Meu contrato na China vai até dezembro de 2016. Eu daria preferência para estes três times, mas tem que pensar bem, depende da oferta. E pode chegar algo interessante de outros países também.
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