Giuliano conversou sobre a carreira, após convite da RBS TV (Foto: Reprodução/RBS TV)
Há um mês, Giuliano voltava a Porto Alegre para concretizar um antigo sonho da diretoria gremista em vê-lo defendo as cores do Grêmio. Apresentado em 18 de junho no auditório da Arena, vestiu a camisa 88 e assumiu a responsabilidade de ser o protagonista da equipe de Enderson Moreira na busca dos títulos do Brasileirão e da Copa do Brasil. Desde então, o meia aproveitou o período da intertemporada para se adequar ao novo clube e já fez sua estreia oficial pelo Tricolor na última quinta, diante do Goiás. Também usou o tempo para se acostumar ao outro lado da rivalidade Gre-Nal (veja no vídeo).
Foi graças as suas boas atuações pelo Inter na campanha do bicampeonato da Libertadores de 2010, quando foi eleito o melhor jogador da competição, que Giuliano teve seu nome alçado aos holofotes do futebol, a ponto de despertar a atenção do Dnipro, da Ucrânia. Contribuição que segue viva na memória dos colorados. De volta ao Rio Grande do Sul após três temporadas no frio Leste Europeu, o meia ainda sente o carinho dos colorados nas ruas da capital gaúcha. E, claro, dos gremistas, que o receberam de prontidão para que possa devolver ao Tricolor os anos de glória vividos nas décadas de 1980 e 1990.
- Pelo lado dos gremistas, recebi um carinho muito grande. É uma torcida muito receptiva. Às vezes vou ao shopping passear com a família, e o pessoal pede para tirar fotos e deseja sucesso. Dizem “vamos ser campeões”. Isso motiva. Dá confiança. Por outro lado, alguns colorados reconhecem o que aconteceu e me agradecem, desejando sorte. Outros me chamam de traidor. Eu entendo. Essa parte é a paixão pelo futebol. É o torcedor. É o que move as pessoas. É legal também - reconhece o agora gremista em entrevista à RBS TV.
Giuliano trabalha forte para cumprir seus objetivos pelo novo clube. Sabe da responsabilidade que carrega desde que voltou a Porto Alegre. Imerso nos trabalhos táticos, físicos e técnicos, enquanto ainda se adapta ao restante do grupo, também encontra tempo para relaxar. O meia aproveitou uma de suas escassas folgas das atividades com os gremistas e aceitou o convite da RBS TV para saborear um café da manhã, em um restaurante da capital gaúcha, e contar um pouco sobre a vida na Ucrânia e o retorno ao Brasil ao lado da esposa, Andressa, e da filha, Gabriela, de sete meses.
EXPERIENTE
Confortável à mesa de um café na zona nobre de Porto Alegre, Giuliano relata tranquilamente sua vida na gelada Dnipropetrovsk, cidade que abraçou para vivenciar a rotina do Dnipro. Durante as três temporadas pelo clube, o meia mergulhou na cultura ucraniana e aprendeu outros três línguas, além do português: espanhol, inglês e russo. Experiência denunciada pelo sotaque. De fala articulada, Giuliano constrói pausadamente cada frase, como se demorasse a processar as palavras na língua natal, e projeta um crescimento ainda maior pelo Grêmio.
- Tive crescimento profissional e pessoal. Um grande aprendizado. Valeu a experiência, os três anos de muita descoberta. Voltei completamente diferente. Conclui o objetivo que tinha, o pessoal, que era ter minha independência financeira. A partir de então, busco conseguir algo maior profissionalmente. Tive essa oportunidade. Fui convidado para o novo desafio no Grêmio. Aceitei o desafio pessoal e acredito que aqui é a chance de crescer ainda mais - destaca.
Giuliano brinca com a bola em treino pelo Dnipro (Foto: Divulgação)
CONQUISTA PELO INTER
Os três anos de Ucrânia serão fundamentais para que Giuliano apague a imagem de “talismã”, adquirida nos tempos de Inter, para se tornar a peça de destaque pelo Grêmio. Em 2010, o meia era a arma dos técnicos Jorge Fossati e Celso Roth na Libertadores. Foi ele que surgiu do banco, nas quartas de final, contra o Estudiantes em La Plata, para marcar o gol da classificação colorada aos 43 do segundo tempo em meio à festa da torcida argentina.
- Foi um momento especial. Foi quando eu surgi para o futebol. Tive uma grande conquista coletiva e pessoal. Nos jogos, eu tinha uma confiança tão grande, que sabia que quando entrasse, seria decisivo. Acho que isso aconteceu em todos os jogos decisivos. Aquele ano foi mágico e ficou marcado para o resto da minha vida.
Giuliano foi eleito o melhor jogador da Libertadores em 2010, pelo Inter (Foto: Alexandre Lops)
BABÃO
A rotina no novo clube não é a única a qual o jogador teve de se adaptar recentemente. Há sete meses, o herói do bicampeonato continental colorado assumiu o título de “papai babão”, com o nascimento da filha, Gabriela. Se em campo, Giuliano procura contribuir com arrancadas, arremates a gol e construção de jogadas, no apartamento em que mora com a família, no bairro Bela Vista, o meia se desdobra para cuidar da pequena. Até mesmo o sorriso do atleta muda ao falar de sua última - e mais importante - conquista.
- A experiência está sendo mágica. Você chega do treino cansado e grita “oi, filha”, e ela dá um sorriso banguela. Aquilo vale todo o dia. Você esquece que está cansado e já vai brincar, vai dar banho. Sou um pai babão e aproveito cada instante. Troco fralda, dou comida, dou banho. Só não faço comida. Até mesmo dando banho, você segura, descansa a cabeça. Ela se sente segura - comenta.
O momento é tão especial, que o camisa 88 gremista já promete inovações na comemoração do primeiro gol. Tudo para homenagear Gabriela.
- Minha comemoração é sempre parecida. Agradeço a Deus em primeiro lugar, pelo gol e por estar fazendo o que amo. Depois, vou inventar alguma coisa para minha filha - se diverte.
"Pai babão", Giuliano dá banhos e troca fraldas da pequena Gabriela (Foto: Arquivo Pessoal)
TECNOLOGIA E MUSCULAÇÃO
O preparo físico de Giuliano é o aspecto que mais chama atenção em seu retorno ao estado. Em três anos de Ucrânia, o meia adquiriu cinco quilos de massa muscular para conseguir demonstrar seu potencial diante das trombadas e da forte marcação dos rivais ucranianos. Um trabalho de recondicionamento comandado pelo fisioterapeuta do Dnipro, Javier, por iniciativa própria do atleta, que procurou utilizar a tecnologia para potencializar as atividades.
- Eu treinava separado. Durante as noites e no final da tarde, eu ia para a academia. De segunda a sexta. Jogava no domingo e fazia um trabalho específico de musculação. Eu tenho uma Go Pro (câmera que pode ser afixada ao corpo). Quando a comprei, comecei a usar para o treinamento. Eu tenho um suporte e colocava uma no peito e outra na cabeça para filmar meus treinamentos. Quando terminavam, eu chegava em casa, passava para o computador e via o que precisava melhorar. A partir daí, tive um desenvolvimento maior - analisa.
Giuliano em treino físico na Ucrânia (Foto: Reprodução/RBS TV)
RETORNO À SELEÇÃO
Os objetivos de Giuliano vão além dos títulos pelo Grêmio. Apesar de manter o foco nas disputas do Brasileirão e da Copa do Brasil, o atleta busca um grande desempenho pelo Tricolor para almejar uma convocação para a Seleção Brasileira, por onde já passou em 2012.
- Sempre foi meu sonho servir meu país na Seleção. Tive o privilégio de estar lá há pouco tempo. Então eu sei o quanto é bom e o quanto é difícil chegar lá. Tenho isso como objetivo pessoal, mas não adianta pensar na Seleção sem pensar no meu clube. É o que eu fizer no clube que vai me levar para lá. Eu penso em conquistar títulos e fazer um bom trabalho aqui. (A Copa do Mundo em) 2018 será uma consequência do meu trabalho.
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Há um mês, Giuliano voltava a Porto Alegre para concretizar um antigo sonho da diretoria gremista em vê-lo defendo as cores do Grêmio. Apresentado em 18 de junho no auditório da Arena, vestiu a camisa 88 e assumiu a responsabilidade de ser o protagonista da equipe de Enderson Moreira na busca dos títulos do Brasileirão e da Copa do Brasil. Desde então, o meia aproveitou o período da intertemporada para se adequar ao novo clube e já fez sua estreia oficial pelo Tricolor na última quinta, diante do Goiás. Também usou o tempo para se acostumar ao outro lado da rivalidade Gre-Nal (veja no vídeo).
Foi graças as suas boas atuações pelo Inter na campanha do bicampeonato da Libertadores de 2010, quando foi eleito o melhor jogador da competição, que Giuliano teve seu nome alçado aos holofotes do futebol, a ponto de despertar a atenção do Dnipro, da Ucrânia. Contribuição que segue viva na memória dos colorados. De volta ao Rio Grande do Sul após três temporadas no frio Leste Europeu, o meia ainda sente o carinho dos colorados nas ruas da capital gaúcha. E, claro, dos gremistas, que o receberam de prontidão para que possa devolver ao Tricolor os anos de glória vividos nas décadas de 1980 e 1990.
- Pelo lado dos gremistas, recebi um carinho muito grande. É uma torcida muito receptiva. Às vezes vou ao shopping passear com a família, e o pessoal pede para tirar fotos e deseja sucesso. Dizem “vamos ser campeões”. Isso motiva. Dá confiança. Por outro lado, alguns colorados reconhecem o que aconteceu e me agradecem, desejando sorte. Outros me chamam de traidor. Eu entendo. Essa parte é a paixão pelo futebol. É o torcedor. É o que move as pessoas. É legal também - reconhece o agora gremista em entrevista à RBS TV.
Giuliano trabalha forte para cumprir seus objetivos pelo novo clube. Sabe da responsabilidade que carrega desde que voltou a Porto Alegre. Imerso nos trabalhos táticos, físicos e técnicos, enquanto ainda se adapta ao restante do grupo, também encontra tempo para relaxar. O meia aproveitou uma de suas escassas folgas das atividades com os gremistas e aceitou o convite da RBS TV para saborear um café da manhã, em um restaurante da capital gaúcha, e contar um pouco sobre a vida na Ucrânia e o retorno ao Brasil ao lado da esposa, Andressa, e da filha, Gabriela, de sete meses.
EXPERIENTE
Confortável à mesa de um café na zona nobre de Porto Alegre, Giuliano relata tranquilamente sua vida na gelada Dnipropetrovsk, cidade que abraçou para vivenciar a rotina do Dnipro. Durante as três temporadas pelo clube, o meia mergulhou na cultura ucraniana e aprendeu outros três línguas, além do português: espanhol, inglês e russo. Experiência denunciada pelo sotaque. De fala articulada, Giuliano constrói pausadamente cada frase, como se demorasse a processar as palavras na língua natal, e projeta um crescimento ainda maior pelo Grêmio.
- Tive crescimento profissional e pessoal. Um grande aprendizado. Valeu a experiência, os três anos de muita descoberta. Voltei completamente diferente. Conclui o objetivo que tinha, o pessoal, que era ter minha independência financeira. A partir de então, busco conseguir algo maior profissionalmente. Tive essa oportunidade. Fui convidado para o novo desafio no Grêmio. Aceitei o desafio pessoal e acredito que aqui é a chance de crescer ainda mais - destaca.
Giuliano brinca com a bola em treino pelo Dnipro (Foto: Divulgação)
CONQUISTA PELO INTER
Os três anos de Ucrânia serão fundamentais para que Giuliano apague a imagem de “talismã”, adquirida nos tempos de Inter, para se tornar a peça de destaque pelo Grêmio. Em 2010, o meia era a arma dos técnicos Jorge Fossati e Celso Roth na Libertadores. Foi ele que surgiu do banco, nas quartas de final, contra o Estudiantes em La Plata, para marcar o gol da classificação colorada aos 43 do segundo tempo em meio à festa da torcida argentina.
- Foi um momento especial. Foi quando eu surgi para o futebol. Tive uma grande conquista coletiva e pessoal. Nos jogos, eu tinha uma confiança tão grande, que sabia que quando entrasse, seria decisivo. Acho que isso aconteceu em todos os jogos decisivos. Aquele ano foi mágico e ficou marcado para o resto da minha vida.
Giuliano foi eleito o melhor jogador da Libertadores em 2010, pelo Inter (Foto: Alexandre Lops)
BABÃO
A rotina no novo clube não é a única a qual o jogador teve de se adaptar recentemente. Há sete meses, o herói do bicampeonato continental colorado assumiu o título de “papai babão”, com o nascimento da filha, Gabriela. Se em campo, Giuliano procura contribuir com arrancadas, arremates a gol e construção de jogadas, no apartamento em que mora com a família, no bairro Bela Vista, o meia se desdobra para cuidar da pequena. Até mesmo o sorriso do atleta muda ao falar de sua última - e mais importante - conquista.
- A experiência está sendo mágica. Você chega do treino cansado e grita “oi, filha”, e ela dá um sorriso banguela. Aquilo vale todo o dia. Você esquece que está cansado e já vai brincar, vai dar banho. Sou um pai babão e aproveito cada instante. Troco fralda, dou comida, dou banho. Só não faço comida. Até mesmo dando banho, você segura, descansa a cabeça. Ela se sente segura - comenta.
O momento é tão especial, que o camisa 88 gremista já promete inovações na comemoração do primeiro gol. Tudo para homenagear Gabriela.
- Minha comemoração é sempre parecida. Agradeço a Deus em primeiro lugar, pelo gol e por estar fazendo o que amo. Depois, vou inventar alguma coisa para minha filha - se diverte.
"Pai babão", Giuliano dá banhos e troca fraldas da pequena Gabriela (Foto: Arquivo Pessoal)
TECNOLOGIA E MUSCULAÇÃO
O preparo físico de Giuliano é o aspecto que mais chama atenção em seu retorno ao estado. Em três anos de Ucrânia, o meia adquiriu cinco quilos de massa muscular para conseguir demonstrar seu potencial diante das trombadas e da forte marcação dos rivais ucranianos. Um trabalho de recondicionamento comandado pelo fisioterapeuta do Dnipro, Javier, por iniciativa própria do atleta, que procurou utilizar a tecnologia para potencializar as atividades.
- Eu treinava separado. Durante as noites e no final da tarde, eu ia para a academia. De segunda a sexta. Jogava no domingo e fazia um trabalho específico de musculação. Eu tenho uma Go Pro (câmera que pode ser afixada ao corpo). Quando a comprei, comecei a usar para o treinamento. Eu tenho um suporte e colocava uma no peito e outra na cabeça para filmar meus treinamentos. Quando terminavam, eu chegava em casa, passava para o computador e via o que precisava melhorar. A partir daí, tive um desenvolvimento maior - analisa.
Giuliano em treino físico na Ucrânia (Foto: Reprodução/RBS TV)
RETORNO À SELEÇÃO
Os objetivos de Giuliano vão além dos títulos pelo Grêmio. Apesar de manter o foco nas disputas do Brasileirão e da Copa do Brasil, o atleta busca um grande desempenho pelo Tricolor para almejar uma convocação para a Seleção Brasileira, por onde já passou em 2012.
- Sempre foi meu sonho servir meu país na Seleção. Tive o privilégio de estar lá há pouco tempo. Então eu sei o quanto é bom e o quanto é difícil chegar lá. Tenho isso como objetivo pessoal, mas não adianta pensar na Seleção sem pensar no meu clube. É o que eu fizer no clube que vai me levar para lá. Eu penso em conquistar títulos e fazer um bom trabalho aqui. (A Copa do Mundo em) 2018 será uma consequência do meu trabalho.
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