O sentimento de ganhou mas não levou faz com que alguns senadores acenem com novos projetos de lei para enquadrar CBF, federações e clubes, após a aprovação da Medida Provisória que refinancia as dívidas dos clubes.
Durante a votação desta segunda, alguns dos senadores já falaram em promover mudanças mais profundas do que a MP, mutilada pelos deputados da bancada da bola e que agora aguarda a sanção da presidente Dilma Rousseff.
“Mudaram negativamente a MP, então, vou aguardar a sanção, e reunir outros senadores para apresentarmos um projeto de lei recompondo o que foi tirado da Medida Provisória”, disse ao blog a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
A ideia dela é fazer virar lei o direito dos atletas de votarem nas eleições das federações estaduais, que estava previsto na MP, mas foi retirado. Quer também a obrigação de investimento maior nas categorias de base e no futebol feminino, entre outras regras.
“Queria entender a força que eles (cartolas) têm para mudarem tanto a MP”, afirmou a senadora. Apesar dessa dúvida cruel, ela foi didática ao explicar seu voto contra a Medida Provisória. Deixou claro como a bancada da bola agiu: atrasou a votação para que ela chegasse ao Senado perto da data em que perderia a validade, próximo dia 17. Se os senadores fizessem emendas para recolocar o que havia sido retirado, o texto teria que voltar à Câmara. Provavelmente, caducaria.
Vanessa foi tão didática que deu nome aos bois. Ou melhor, a um boi: “Recebi até um pedido do ex-ministro Orlando Silva (deputado federal pelo PCdoB-SP) para que não apresentasse emendas (e adiasse o andamento da MP)”, afirmou a senadora durante a sessão.
Humberto Costa (PT-PE) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), também acenaram com novas lei ao justificarem seus votos a favor da MP.
“É um pequeno avanço, importante para um acúmulo de forças para que mais na frente possam ser feitas mudanças mais profundas”, discursou Costa.
“Não sendo cumprida (a MP) faremos outra lei mais específica para CBF e federações”, declarou Caiado.
Por sua vez, Zezé Perrella (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro, nem precisou ser citado, como Orlando Silva, para mostrar que apito toca. Espontaneamente, revelou o tamanho de sua preocupação com os cartolas ao pedir que os discursos fossem encerrados e a votação feita porque alguns presidentes de clubes estavam lá e precisavam voltar para casa.
Mais interessante foi a demonstração de nível de comprometimento com os clubes de seu Estado dada pelo senador José Agripino (DEM-RN) ao justificar a importância da MP. Declarou que muitas vezes agiu para ajudar times da sua região a conseguir antecipação de receitas a fim de garantir a alegria dos torcedores de seu Estado. Como representante do povo, acredita que é seu dever.
Ainda bem que ele não entrou numa patética discussão sobre quem é o maior clube do nordeste: Bahia ou Santa Cruz. Ou do Brasil: Cruzeiro, defendido por Perrella, ou Flamengo. Foi a cereja no bolo de uma sessão que teve seu presidente, Renan Calheiros (PMDB-RN) falando ao celular, enquanto um dos colegas se dirigia a ele, e o conformismo da maioria com a força da bancada da bola. Tanto que prevaleceu a tese da importância de dar um passo no lugar dos quilômetros de avanço que o texto original proporcionava.
Se estivesse acompanhando a sessão, diante do conjunto da obra, o agora cruzeirense Marinho, poderia repetir sua famosa declaração dada em entrevista nos tempos de Ceará: “Que m…, hein?”. Você sabe como completar os pontinhos.
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A ideia dela é fazer virar lei o direito dos atletas de votarem nas eleições das federações estaduais, que estava previsto na MP, mas foi retirado. Quer também a obrigação de investimento maior nas categorias de base e no futebol feminino, entre outras regras.
“Queria entender a força que eles (cartolas) têm para mudarem tanto a MP”, afirmou a senadora. Apesar dessa dúvida cruel, ela foi didática ao explicar seu voto contra a Medida Provisória. Deixou claro como a bancada da bola agiu: atrasou a votação para que ela chegasse ao Senado perto da data em que perderia a validade, próximo dia 17. Se os senadores fizessem emendas para recolocar o que havia sido retirado, o texto teria que voltar à Câmara. Provavelmente, caducaria.
Vanessa foi tão didática que deu nome aos bois. Ou melhor, a um boi: “Recebi até um pedido do ex-ministro Orlando Silva (deputado federal pelo PCdoB-SP) para que não apresentasse emendas (e adiasse o andamento da MP)”, afirmou a senadora durante a sessão.
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