Há quase um ano, o Brasil passava o maior vexame das 20 participações da Seleção na Copa do Mundo. Sem piedade no primeiro tempo e apertando um pouco o freio no segundo, os alemães expuseram mazelas do futebol pentacampeão do mundo que vão além do "apagão" técnico e psicológico exibido no gramado do Mineirão pelos comandados de Felipão. Só que, cerca de 363 dias depois, as mudanças estruturais ainda são tímidas no futebol nacional (para não dizer nulas).
A presidência mudou de dono em abril deste ano. Saiu José Maria Marin, entrou Marco Polo Del Nero. Sangue novo? Nem tanto. Del Nero já era o vice (unha e carne com o presidente) desde 2012. Em maio deste ano, o "gol da Alemanha" virou "gol do FBI" com a prisão por fraude e pagamento de propina do ex-mandatário na Suíça. Apesar da suspeita sobre Del Nero, as autoridades ainda não provaram ou citaram o nome do dirigente no caso.
Del Nero assumiu prometendo medidas de modernização para o futebol nacional. Por ora, o processo é lento e as ações são superficiais. Muita coisa está sendo prometida e ainda está começando a sair do papel.
O presidente da CBF pelo menos já promoveu reuniões com diversas camadas do futebol, como técnicos, jogadores, médicos e profissionais do futebol feminino.
Em relação ao 7 a 1, a culpa ficou com Felipão. Marin, quando ainda estava solto, chegou a dizer que Scolari deveria ter sacado Neymar no jogo contra a Colômbia após o Brasil fazer 2 a 0.
Seleção Brasileira
Houve um "de volta para o passado" no comando da Seleção. Dunga, que não tinha servido depois da eliminação na Copa-2010, foi reconduzido ao cargo, tendo como chefe Gilmar Rinaldi, que até o dia anterior era empresário de jogadores.
O diagnóstico inicial do 7 a 1 feito por Gilmar foi que o boné com #forçaNeymar e outras manifestações de solidariedade ao atacante, cortado da Copa por levar uma joelhada do colombiano Zúñiga, atrapalharam o time.
Em termos táticos, Dunga aboliu o centroavante fixo na área (Fred não foi mais chamado). Nos amistosos, invencibilidade. Mas na primeira competição oficial, a Copa América, o time desandou. A equipe, sem dinâmica na frente, falhou lá trás (não é, Thiago Silva?). A eliminação, novamente sem Neymar (agora suspenso) foi nos pênaltis.
Categorias de base
Na formação de jogadores, um dos pontos atacados no pós-7 a 1, a situação é igual. Os clubes, cada um por si, têm a responsabilidade de lapidar os jovens. Apesar do fim da regulamentação de agentes de futebol, os empresários ainda são muito presentes na vida da garotada, levando talentos para fora do país. Outra batalha é para reduzir a idade mínima que um jogador pode ser registrado. Hoje, é 14 anos. A tentativa é colocar em 12, para trabalhar mais cedo com os possíveis craques.
No âmbito da Seleção Brasileira, a coordenação do setor mudou. Caiu Alexandre Gallo, após a má campanha no Sul-Americano sub-20. Mas a gestão do caso foi controversa. Gallo convocou o time para o Mundial e deu lugar a Rogério Micale três dias antes da apresentação do grupo. Mesmo assim, o Brasil chegou à final da competição, mostrando um desenho tático mais moderno. Os técnicos da sub-15 e sub-17 também mudaram, depois que Erasmo Damiani deixou o Palmeiras para coordenar a base da CBF. Nos clubes, o entendimento é que há mais diálogo com o setor.
Técnicos
Os treinadores tupiniquins não acham espaço na Europa, estão perdendo mercado no Oriente Médio e só tem achado certa confiança nos emergentes mercados da Ásia, como a China. A discussão sobre o nível atual de capacitação dos técnicos brasileiros emerge a cada dia. O modelo tático da Seleção montado por Felipão na Copa foi apenas um "aperitivo". É verdade que a rotatividade nos clubes é alta e a classe não tem estabilidade, mas os "professores" brazucas estão perdendo em prestígio lá fora para argentinos e chilenos, por exemplo. É claro que os jogadores são diferentes, mas a comparação do que é feito no Brasil em termos táticos e o que acontece nas ligas europeias é desleal. Mais do que um Oceano Atlântico de distância.
São raros os que tentam alguma qualificação no exterior. Falar em técnico estrangeiro na Seleção, então? Quase uma blasfêmia para a maioria. Por ora, a CBF tem concentrado as primeiras conversas da classe por melhor preparo. Mas, como ocorre com outros projetos, nada muito aprofundado.
Gestão dos clubes
Em geral, no começo do ano, a competição é para ver quem contrata mais. No meio do ano, para ver quem deve menos meses de salário. A Medida Provisória que refinanciaria as dívidas com a União se arrasta porque a maioria dos cartolas bate o pé em relação a algumas contrapartidas. O fair play trabalhista, que foi colocado no regulamento de todas as divisões do Brasileiro, não "pegou", mesmo com atrasos nos clubes.
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Del Nero assumiu prometendo medidas de modernização para o futebol nacional. Por ora, o processo é lento e as ações são superficiais. Muita coisa está sendo prometida e ainda está começando a sair do papel.
O presidente da CBF pelo menos já promoveu reuniões com diversas camadas do futebol, como técnicos, jogadores, médicos e profissionais do futebol feminino.
Em relação ao 7 a 1, a culpa ficou com Felipão. Marin, quando ainda estava solto, chegou a dizer que Scolari deveria ter sacado Neymar no jogo contra a Colômbia após o Brasil fazer 2 a 0.
Seleção Brasileira
Houve um "de volta para o passado" no comando da Seleção. Dunga, que não tinha servido depois da eliminação na Copa-2010, foi reconduzido ao cargo, tendo como chefe Gilmar Rinaldi, que até o dia anterior era empresário de jogadores.
O diagnóstico inicial do 7 a 1 feito por Gilmar foi que o boné com #forçaNeymar e outras manifestações de solidariedade ao atacante, cortado da Copa por levar uma joelhada do colombiano Zúñiga, atrapalharam o time.
Em termos táticos, Dunga aboliu o centroavante fixo na área (Fred não foi mais chamado). Nos amistosos, invencibilidade. Mas na primeira competição oficial, a Copa América, o time desandou. A equipe, sem dinâmica na frente, falhou lá trás (não é, Thiago Silva?). A eliminação, novamente sem Neymar (agora suspenso) foi nos pênaltis.
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Na formação de jogadores, um dos pontos atacados no pós-7 a 1, a situação é igual. Os clubes, cada um por si, têm a responsabilidade de lapidar os jovens. Apesar do fim da regulamentação de agentes de futebol, os empresários ainda são muito presentes na vida da garotada, levando talentos para fora do país. Outra batalha é para reduzir a idade mínima que um jogador pode ser registrado. Hoje, é 14 anos. A tentativa é colocar em 12, para trabalhar mais cedo com os possíveis craques.
No âmbito da Seleção Brasileira, a coordenação do setor mudou. Caiu Alexandre Gallo, após a má campanha no Sul-Americano sub-20. Mas a gestão do caso foi controversa. Gallo convocou o time para o Mundial e deu lugar a Rogério Micale três dias antes da apresentação do grupo. Mesmo assim, o Brasil chegou à final da competição, mostrando um desenho tático mais moderno. Os técnicos da sub-15 e sub-17 também mudaram, depois que Erasmo Damiani deixou o Palmeiras para coordenar a base da CBF. Nos clubes, o entendimento é que há mais diálogo com o setor.
Técnicos
Os treinadores tupiniquins não acham espaço na Europa, estão perdendo mercado no Oriente Médio e só tem achado certa confiança nos emergentes mercados da Ásia, como a China. A discussão sobre o nível atual de capacitação dos técnicos brasileiros emerge a cada dia. O modelo tático da Seleção montado por Felipão na Copa foi apenas um "aperitivo". É verdade que a rotatividade nos clubes é alta e a classe não tem estabilidade, mas os "professores" brazucas estão perdendo em prestígio lá fora para argentinos e chilenos, por exemplo. É claro que os jogadores são diferentes, mas a comparação do que é feito no Brasil em termos táticos e o que acontece nas ligas europeias é desleal. Mais do que um Oceano Atlântico de distância.
São raros os que tentam alguma qualificação no exterior. Falar em técnico estrangeiro na Seleção, então? Quase uma blasfêmia para a maioria. Por ora, a CBF tem concentrado as primeiras conversas da classe por melhor preparo. Mas, como ocorre com outros projetos, nada muito aprofundado.
Gestão dos clubes
Em geral, no começo do ano, a competição é para ver quem contrata mais. No meio do ano, para ver quem deve menos meses de salário. A Medida Provisória que refinanciaria as dívidas com a União se arrasta porque a maioria dos cartolas bate o pé em relação a algumas contrapartidas. O fair play trabalhista, que foi colocado no regulamento de todas as divisões do Brasileiro, não "pegou", mesmo com atrasos nos clubes.
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