Um raio x do primeiro time do Grêmio de Roger Machado

Foto: LUCAS UEBEL / Grêmio/Divulgação

Ninguém duvida que o Grêmio melhorou. Na comparação com o período de Felipão, a evolução foi tática e também em temperamento. Mas é importante lembrar que a avaliação se limita somente ao jogo da estreia do novo treinador, contra o Goiás. Corinthians e São Paulo são os novos desafios de Roger Machado. ZH faz um raio X do novo time que começa a ser montado.

Cinco pontos que melhoraram

Marcação — Esta talvez tenha sido a melhor notícia do novo Grêmio que Roger tenta montar. Mesmo sob sol forte e num gramado com dimensão superior a todos os outros do país, o time marcou com em todas as partes. E não apenas do meio para trás, mas abafando a saída de bola do Goiás, com Pedro Rocha, Mamute e Luan.

Menos erros de passes — Como o time jogou por aproximação, cumprindo à risca as orientações dos treinamentos, a taxa de passes errados caiu. Foi decisiva, nesse particular, a participação dos volantes Walace e Maicon. Diferentemente de Fellipe Bastos, que prefere lançamentos, mais propensos a erros, eles optaram por passes curtos.

Compactação — Treinamentos em gramado curto servem para aprimorar a marcação. Os jogadores são forçados a executar a jogada em espaço mais reduzido, o que melhora a posse de bola. Mais compactado, o time também diminui a margem de erro de passes e diminui a possibilidade de contra-ataques.

Velocidade — Ao apostar em jovens do meio para a frente, Roger retirou do time a característica de lentidão na transição para o ataque. Sem um armador clássico, como Douglas, o time optou pela troca de passes rápida, conduzido por Giuliano. Resta saber como será o procedimento quando Douglas estiver em condições de retornar.

Meias próximos à área — A orientação valia para Douglas, que não participou do jogo, mas foi bem assimilada por Giuliano. No gol contra o Goiás, ele fez papel de centroavante, ao aproveitar a sobra da dividida entre Renan e Galhardo para marcar. Roger aprecia meias que penetrem na área, como finalizadores.

Cinco pontos que precisam melhorar

Defesa — Melhor defesa do último Brasileirão, a zaga do Grêmio tinha no aproveitamento nas bolas aéreas e por baixo um de seus pontos fortes. Neste ano, a realidade se alterou. Alguns minutos de pressão do Goiás no início do segundo tempo mostraram um certo desentendimento entre Geromel e Rhodolfo. Mas a tendência é o crescimento.

Jogadas pela direita — Galhardo teve uma de suas melhores atuações desde a chegada, em janeiro. Foi decisivo no gol de Giuliano. Ainda assim, precisa evoluir bastante no apoio. Houve inúmeros momentos da partida em que o espaço abriu-se a sua frente para o apoio e ele não soube aproveitar.

Jogadas pela esquerda — Marcelo Oliveira criou um lance de perigo para o Goiás no segundo tempo, quando acertou a trave com um chute. Ainda é pouco para um time com a ambição do Grêmio. Como sua característica forte é a marcação, nem sempre se sente seguro para avançar, algo que fazia com maior naturalidade no Gauchão.

Melhor armação — Apesar do crescimento do time, ainda é visível a falta de um armador eficiente. Time sem criatividade tem menor chance de fazer gols. E abusa da ligação direta, o que facilita o trabalho dos marcadores. A direção busca um jogador que alie qualidade técnica com velocidade de execução.

Finalizações — A chance desperdiçada por Mamute no primeiro tempo é emblemática das dificuldades do ataque. Roger percebeu e tem pressa em melhorar. No treinamento de ontem, ele posicionou os atacantes dentro da área, com a orientação de driblar o zagueiro e imediatamente concluir a gol.

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