Roger apresentação Grêmio técnico (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
Na primeira fala como treinador do Grêmio, Roger Machado deu o tom do sentimento para o novo desafio: citou orgulho por voltar para casa. Mais do que isso, vê seu DNA tricolor, por ser ex-jogador formado no clube, como uma vantagem em relação aos demais técnicos.
Nesse misto de saudosismo e otimismo para o presente, o treinador foi apresentado no CT Luiz Carvalho, para substituir Felipão no comando do time. Sua estreia será no domingo, às 16h, diante do Goiás, no Serra Dourada, pela quarta rodada do Brasileirão.
Quem abriu a entrevista coletiva foi o presidente Romildo Bolzan Júnior. Confirmou novamente o encantamento que tivera ao falar por cerca de 20 minutos com o treinador de 40 anos na noite de segunda-feira. Desejou sorte no retorno ao "seu clube". Como bom funcionário, Roger endossou as palavras do mandatário, num discurso de resgate da identidade tricolor.
- Quando o senhor tocou na minha formação como cidadão e desportista, eu fiz quase toda nesse clube. Formado como homem. É um orgulho acima de tudo poder estar no comando dessa instituição centenária. Voltar para casa é uma satisfação, um prazer enorme. Tenho a absoluta certeza de que a gente pode construir algo muito positivo, resgatar muita coisa, reviver muitas alegrias, construindo uma equipe competitiva, que o nosso torcedor se identifique - afirmou.
Por duas vezes, Roger falou em DNA gremista. E, confiante, vê esse elemento como trunfo. O treinador é prata da casa, foi campeão como lateral-esquerdo com Luiz Felipe Scolari e recentemente trabalhou como auxiliar técnico de Caio Júnior, Vanderlei Luxemburgo e Renato Gaúcho.
- Trago dentro de mim o DNA da cria da casa. O que me permite identificar com muita clareza o que o torcedor almeja ver no time do Grêmio. Essa é a vantagem competitiva que tenho, por viver toda a minha vida aqui dentro - analisou.
Ao ser questionado sobre a qualidade do grupo, foi na contramão de declaração recente de Felipão, de que haveria ao menos seis elenco superiores no Brasileiro. Roger optou por valorizar o elenco e não polemizar.
- Brasileiro é muito equilibrado e hoje temos elenco de jovem com qualidade e de jogadores com rodagem e também de qualidade. Então estamos no mesmo patamar de outras equipes que postulam conquistas no Brasileiro. Claro que preciso ter o discernimento de onde temos que melhorar, mas isso parte muito da confiança do jogador, da autoestima deles. Se elevar o nível deles, tecnicamente vou ter uma resposta melhor, mas não passa por qualidade o problema.
Romildo e Roger na entrevista de apresentação do novo treinador (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
> Veja mais trechos da entrevista coletiva:
ESQUEMA TÁTICO
Com relação à formatação de equipe, o mais importante é eu conseguir, antes de qualquer esquema tático, identificar as características dos jogadores e o modelo mais adequado para explorar isso. Tenho que formatar comportamentos dentro de campo que nos permitam vencer. Fala-se muito na modernidade, mas ser moderno é ser intenso e estar concentrado. É conseguir aplicar todo o seu talento em prol de um indivíduo de grupo, coletivo. Fui um jogador de defesa, mas, como lateral, circulava por todas as partes do campo. Quero uma equipe competitiva, com a cara do Grêmio, jogando um bom futebol.
INSPIRAÇÕES COMO FELIPÃO E RENATO
Eu também posso citar outros treinadores que, como jogador e auxiliar, foram importantes para a minha construção. Trago dentro de mim o DNA da cria da casa. O que me permite identificar com muita clareza o que o torcedor almeja ver no time do Grêmio. Essa é a vantagem competitiva que tenho, por viver toda a minha vida aqui dentro. Mas há uma diferença entre você ser um auxiliar e você gerir um grupo, administrar um grupo.
VANTAGEM POR CONHECER O CLUBE
O que me trouxe de volta ao clube foi a minha recente trajetória como treinador no Interior, mas também a minha trajetória como formado dentro do clube. Ter vindo da categoria de base do clube me permite ver muitas coisas que eu consiga intervir e colaborar com a minha capacidade como treinador.
ANSIEDADE EM COMEÇAR
Queria o mais rápido possível viver a experiência do gramado, já poder fazer a leitura do que estava vendo e estar próximo do grupo para que sintam que estou presente e a partir desse momento ir formando a unidade. Estou ansioso para o dia de amanhã (quarta-feira), para estar logo efetivamente mais próximo da minha realidade, que é a bola.
QUALIDADE DO GRUPO
Brasileiro é muito equilibrado e hoje temos elenco de jovem com qualidade e de jogadores com rodagem e também de qualidade. Então estamos no mesmo patamar de outras equipes que postulam conquistas no Brasileiro. Claro que preciso ter o discernimento de onde temos que melhorar, mas isso parte muito da confiança do jogador, da autoestima deles. Se elevar o nível deles, tecnicamente vou ter uma resposta melhor, mas não passa por qualidade o problema. É mais o modelo certo, estratégia e também resgatar a identidade e a sintonia com nosso torcedor e fazer com que isso vire a energia, o combustível, juntar com a qualidade para render bem.
BRASILEIRÃO
Brasileiro é um campeonato duro, difícil e longo, que premia a equipe com regularidade, mas regularidade alta. É um dos campeonatos mais difíceis do mundo.
USO DE JOVENS
Facilita bastante. Estou por dentro desse grupo, conheço 90% dele e 100% dos meninos da base. Como você frisou, a minha ultima passagem pela comissão técnica permanente eu tinha a com responsabilidade de fazer a transição da base com o profissional, de passar essa minha vivência para eles. Conheço com profundidade as características desses jogadores e vou ter facilidade para identificar o que eles podem oferecer e o que podem colocar à disposição pra mim.
Há uma cultura a ser implantada, da utilização de jogadores jovens, que foram lançados quando eu comecei. O ajuste financeiro é uma parte apenas, do contexto financeiro das suas escolhas. Tenho um grupo de jovens talentosos, que precisam da tranquilidade para desenvolver seu melhor potencial. Eu tenho jogadores mais experientes que podem ser o suporte emocional, o guarda-chuva, como eu digo. Eu acredito muito em fazer o Brasileirão e o resto das competições de acordo com a grandeza que o nosso clube sempre fez.
A CARA DE ROGER
Na medida em que o time tem um jeito de jogar, parte disso é em função dos jogadores, das características. Mas a construção é a do dia a dia, gradativamente. No final de semana, alguma coisa dará pra ver. Três dias de treino, no nosso universo, no universo brasileiro, três treinos é bastante tempo, dá para fazer muita coisa. No domingo vai dar pra ver, sim, alguma coisa que eu acho importante para o Grêmio.
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Nesse misto de saudosismo e otimismo para o presente, o treinador foi apresentado no CT Luiz Carvalho, para substituir Felipão no comando do time. Sua estreia será no domingo, às 16h, diante do Goiás, no Serra Dourada, pela quarta rodada do Brasileirão.
Quem abriu a entrevista coletiva foi o presidente Romildo Bolzan Júnior. Confirmou novamente o encantamento que tivera ao falar por cerca de 20 minutos com o treinador de 40 anos na noite de segunda-feira. Desejou sorte no retorno ao "seu clube". Como bom funcionário, Roger endossou as palavras do mandatário, num discurso de resgate da identidade tricolor.
- Quando o senhor tocou na minha formação como cidadão e desportista, eu fiz quase toda nesse clube. Formado como homem. É um orgulho acima de tudo poder estar no comando dessa instituição centenária. Voltar para casa é uma satisfação, um prazer enorme. Tenho a absoluta certeza de que a gente pode construir algo muito positivo, resgatar muita coisa, reviver muitas alegrias, construindo uma equipe competitiva, que o nosso torcedor se identifique - afirmou.
Por duas vezes, Roger falou em DNA gremista. E, confiante, vê esse elemento como trunfo. O treinador é prata da casa, foi campeão como lateral-esquerdo com Luiz Felipe Scolari e recentemente trabalhou como auxiliar técnico de Caio Júnior, Vanderlei Luxemburgo e Renato Gaúcho.
- Trago dentro de mim o DNA da cria da casa. O que me permite identificar com muita clareza o que o torcedor almeja ver no time do Grêmio. Essa é a vantagem competitiva que tenho, por viver toda a minha vida aqui dentro - analisou.
Ao ser questionado sobre a qualidade do grupo, foi na contramão de declaração recente de Felipão, de que haveria ao menos seis elenco superiores no Brasileiro. Roger optou por valorizar o elenco e não polemizar.
- Brasileiro é muito equilibrado e hoje temos elenco de jovem com qualidade e de jogadores com rodagem e também de qualidade. Então estamos no mesmo patamar de outras equipes que postulam conquistas no Brasileiro. Claro que preciso ter o discernimento de onde temos que melhorar, mas isso parte muito da confiança do jogador, da autoestima deles. Se elevar o nível deles, tecnicamente vou ter uma resposta melhor, mas não passa por qualidade o problema.
Romildo e Roger na entrevista de apresentação do novo treinador (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
> Veja mais trechos da entrevista coletiva:
ESQUEMA TÁTICO
Com relação à formatação de equipe, o mais importante é eu conseguir, antes de qualquer esquema tático, identificar as características dos jogadores e o modelo mais adequado para explorar isso. Tenho que formatar comportamentos dentro de campo que nos permitam vencer. Fala-se muito na modernidade, mas ser moderno é ser intenso e estar concentrado. É conseguir aplicar todo o seu talento em prol de um indivíduo de grupo, coletivo. Fui um jogador de defesa, mas, como lateral, circulava por todas as partes do campo. Quero uma equipe competitiva, com a cara do Grêmio, jogando um bom futebol.
INSPIRAÇÕES COMO FELIPÃO E RENATO
Eu também posso citar outros treinadores que, como jogador e auxiliar, foram importantes para a minha construção. Trago dentro de mim o DNA da cria da casa. O que me permite identificar com muita clareza o que o torcedor almeja ver no time do Grêmio. Essa é a vantagem competitiva que tenho, por viver toda a minha vida aqui dentro. Mas há uma diferença entre você ser um auxiliar e você gerir um grupo, administrar um grupo.
VANTAGEM POR CONHECER O CLUBE
O que me trouxe de volta ao clube foi a minha recente trajetória como treinador no Interior, mas também a minha trajetória como formado dentro do clube. Ter vindo da categoria de base do clube me permite ver muitas coisas que eu consiga intervir e colaborar com a minha capacidade como treinador.
ANSIEDADE EM COMEÇAR
Queria o mais rápido possível viver a experiência do gramado, já poder fazer a leitura do que estava vendo e estar próximo do grupo para que sintam que estou presente e a partir desse momento ir formando a unidade. Estou ansioso para o dia de amanhã (quarta-feira), para estar logo efetivamente mais próximo da minha realidade, que é a bola.
QUALIDADE DO GRUPO
Brasileiro é muito equilibrado e hoje temos elenco de jovem com qualidade e de jogadores com rodagem e também de qualidade. Então estamos no mesmo patamar de outras equipes que postulam conquistas no Brasileiro. Claro que preciso ter o discernimento de onde temos que melhorar, mas isso parte muito da confiança do jogador, da autoestima deles. Se elevar o nível deles, tecnicamente vou ter uma resposta melhor, mas não passa por qualidade o problema. É mais o modelo certo, estratégia e também resgatar a identidade e a sintonia com nosso torcedor e fazer com que isso vire a energia, o combustível, juntar com a qualidade para render bem.
BRASILEIRÃO
Brasileiro é um campeonato duro, difícil e longo, que premia a equipe com regularidade, mas regularidade alta. É um dos campeonatos mais difíceis do mundo.
USO DE JOVENS
Facilita bastante. Estou por dentro desse grupo, conheço 90% dele e 100% dos meninos da base. Como você frisou, a minha ultima passagem pela comissão técnica permanente eu tinha a com responsabilidade de fazer a transição da base com o profissional, de passar essa minha vivência para eles. Conheço com profundidade as características desses jogadores e vou ter facilidade para identificar o que eles podem oferecer e o que podem colocar à disposição pra mim.
Há uma cultura a ser implantada, da utilização de jogadores jovens, que foram lançados quando eu comecei. O ajuste financeiro é uma parte apenas, do contexto financeiro das suas escolhas. Tenho um grupo de jovens talentosos, que precisam da tranquilidade para desenvolver seu melhor potencial. Eu tenho jogadores mais experientes que podem ser o suporte emocional, o guarda-chuva, como eu digo. Eu acredito muito em fazer o Brasileirão e o resto das competições de acordo com a grandeza que o nosso clube sempre fez.
A CARA DE ROGER
Na medida em que o time tem um jeito de jogar, parte disso é em função dos jogadores, das características. Mas a construção é a do dia a dia, gradativamente. No final de semana, alguma coisa dará pra ver. Três dias de treino, no nosso universo, no universo brasileiro, três treinos é bastante tempo, dá para fazer muita coisa. No domingo vai dar pra ver, sim, alguma coisa que eu acho importante para o Grêmio.
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