Koff e Odone se enfrentaram em eleição em 2012
Foto: Diego Vara/Agência RBS/Arquivo
A política do Grêmio ferve. A polêmica de sexta-feira, envolvendo Romildo Bolzan Júnior, Eurico Miranda e o técnico Doriva, virou o tema preferido dos conselheiros. Enquanto situacionistas defendem o presidente, a oposição faz reparos a seu comportamento e teme por prejuízos ao clube, por ter cutucado um adversário poderoso e influente. Mais um capítulo do terceiro turno eleitoral, uma característica do clube desde 1996.
Ao criticar, durante a semana, "a autofagia" do Grêmio, o presidente Romildo Bolzan Júnior já havia trazido à tona o acirrado e interminável debate político interno, que, para muitos, está na raiz das dificuldades vividas dentro de campo nos últimos 14 anos. Bolzan comentava as declarações de Felipão, que vê o Grêmio dividido hoje em facções.
— A divergência política nos apequena — constatou o presidente.
Não houve referência direta a qualquer grupo político. Conhecedores dos bastidores do clube entendem, contudo, que o recado presidencial possa ter como alvo até mesmo gente que trabalhou por sua eleição e hoje se ressente da falta de maior espaço nas decisões. Em vez do terceiro turno, em que vencedores e derrotados passam a gestão inteira em conflito, o que se tem, agora, é o chamado fogo amigo, na opinião de Eduardo Magrisso, do Movimento Grêmio Independente (MGI).
Com experiência na vida pública — foi prefeito de Osório e presidente estadual do PDT —, Bolzan criou no clube conselhos políticos, destinados a ouvir reivindicações dos grupos que ajudaram a elegê-lo. Ainda assim, não escapa de críticas de alguns integrantes desses mesmos grupos, sobretudo através das redes sociais.
— É gente do segundo escalão interno, que gostaria de estar um degrau acima — interpreta um conselheiro ligado à direção.
A demora na escolha de um vice-presidente de futebol pode ser reflexo da falta de unidade política. Alguns dos nomes examinados pelo presidente sofrem restrições de parte do Conselho de Administração. E o processo não avança, em prejuízo da equipe.
— O vestiário é sensível a essa divisão. Se o torcedor, de fora, percebe que o clube está dividido, o que esperar do jogador? — avalia Renato Moreira, que compôs a diretoria de Fábio Koff e hoje está na oposição.
Confira os bastidores eleitorais desde 1996
O final do mandato de Fábio Koff, em 1996, logo após a conquista do bicampeonato brasileiro, acirrou a luta política interna do Grêmio. A partir daí, lideranças do peso de Paulo Odone, Cacalo e José Alberto Guerreiro, além do próprio Koff, passaram a ter envolvimento direto a cada eleição, seja como candidatos ou apoiadores, alternando vitórias e derrotas. A cada eleição segue-se o chamado terceiro turno, em que o grupo derrotado passa a exercer forte oposição. A falta de conquistas em campo acirra a divisão.
Na eleição de 2004, o associado passou a ter direito a voto, o que estimulou a criação de diversos movimentos — hoje, são 14. Pouco a pouco, os chamados "cardeais" do clube começam a sair de cena, abrindo uma etapa de transição na vida política do clube.
Confira um resumo das disputas políticas nos últimos 19 anos, com os personagens mais significativos:
1996 — Apoiado por Koff, Cacalo derrota José Alberto Guerreiro.
1998 — Guerreiro derrota Saul Berdichevski, candidato apoiado por Koff e Cacalo
2000 — Guerreiro derrota Adalberto Preis, que é apoiado por Cacalo. Na semana final da campanha, José Otávio Germano, que estava na chapa de Preis, passa para a de Guerreiro. Koff faz discurso contra Carlos Biedermann, que apoiava Preis, e também passa para o lado de Guerreiro.
2002 — Por consenso, Obino é eleito presidente do centenário do clube (2003)
2004 — Obino indica Preis, que é derrotado por Odone, na primeira eleição com voto direto do associado
2006 — Odone é reconduzido sem necessidade de eleição
2008 — Com o apoio de Koff e Cacalo, Duda Kroeff é eleito contra Vicente Martins, apoiado por Odone
2010 — Odone ganha no primeiro turno de Airton Ruschel, que não conseguiu apoio de lideranças de peso.
2012 — Koff derrota Odone
2014 — Apoiado por Koff, Bolzan derrota Bellini, que concorre sem apoio declarado de ex-presidentes
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Foto: Diego Vara/Agência RBS/Arquivo
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Ao criticar, durante a semana, "a autofagia" do Grêmio, o presidente Romildo Bolzan Júnior já havia trazido à tona o acirrado e interminável debate político interno, que, para muitos, está na raiz das dificuldades vividas dentro de campo nos últimos 14 anos. Bolzan comentava as declarações de Felipão, que vê o Grêmio dividido hoje em facções.
— A divergência política nos apequena — constatou o presidente.
Não houve referência direta a qualquer grupo político. Conhecedores dos bastidores do clube entendem, contudo, que o recado presidencial possa ter como alvo até mesmo gente que trabalhou por sua eleição e hoje se ressente da falta de maior espaço nas decisões. Em vez do terceiro turno, em que vencedores e derrotados passam a gestão inteira em conflito, o que se tem, agora, é o chamado fogo amigo, na opinião de Eduardo Magrisso, do Movimento Grêmio Independente (MGI).
Com experiência na vida pública — foi prefeito de Osório e presidente estadual do PDT —, Bolzan criou no clube conselhos políticos, destinados a ouvir reivindicações dos grupos que ajudaram a elegê-lo. Ainda assim, não escapa de críticas de alguns integrantes desses mesmos grupos, sobretudo através das redes sociais.
— É gente do segundo escalão interno, que gostaria de estar um degrau acima — interpreta um conselheiro ligado à direção.
A demora na escolha de um vice-presidente de futebol pode ser reflexo da falta de unidade política. Alguns dos nomes examinados pelo presidente sofrem restrições de parte do Conselho de Administração. E o processo não avança, em prejuízo da equipe.
— O vestiário é sensível a essa divisão. Se o torcedor, de fora, percebe que o clube está dividido, o que esperar do jogador? — avalia Renato Moreira, que compôs a diretoria de Fábio Koff e hoje está na oposição.
Confira os bastidores eleitorais desde 1996
O final do mandato de Fábio Koff, em 1996, logo após a conquista do bicampeonato brasileiro, acirrou a luta política interna do Grêmio. A partir daí, lideranças do peso de Paulo Odone, Cacalo e José Alberto Guerreiro, além do próprio Koff, passaram a ter envolvimento direto a cada eleição, seja como candidatos ou apoiadores, alternando vitórias e derrotas. A cada eleição segue-se o chamado terceiro turno, em que o grupo derrotado passa a exercer forte oposição. A falta de conquistas em campo acirra a divisão.
Na eleição de 2004, o associado passou a ter direito a voto, o que estimulou a criação de diversos movimentos — hoje, são 14. Pouco a pouco, os chamados "cardeais" do clube começam a sair de cena, abrindo uma etapa de transição na vida política do clube.
Confira um resumo das disputas políticas nos últimos 19 anos, com os personagens mais significativos:
1996 — Apoiado por Koff, Cacalo derrota José Alberto Guerreiro.
1998 — Guerreiro derrota Saul Berdichevski, candidato apoiado por Koff e Cacalo
2000 — Guerreiro derrota Adalberto Preis, que é apoiado por Cacalo. Na semana final da campanha, José Otávio Germano, que estava na chapa de Preis, passa para a de Guerreiro. Koff faz discurso contra Carlos Biedermann, que apoiava Preis, e também passa para o lado de Guerreiro.
2002 — Por consenso, Obino é eleito presidente do centenário do clube (2003)
2004 — Obino indica Preis, que é derrotado por Odone, na primeira eleição com voto direto do associado
2006 — Odone é reconduzido sem necessidade de eleição
2008 — Com o apoio de Koff e Cacalo, Duda Kroeff é eleito contra Vicente Martins, apoiado por Odone
2010 — Odone ganha no primeiro turno de Airton Ruschel, que não conseguiu apoio de lideranças de peso.
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