Falta de títulos "é constrangedora", reconhece presidente do Grêmio

Bolzan faz balanço dos 5 primeiros meses no cargo e projeta


Fonte: Correio do Povo

Falta de títulos é constrangedora, reconhece presidente do Grêmio
Bolzan faz balanço dos cinco primeiros meses no cargo e projeta "lutar na ponta de cima do Brasileirão" | Foto: Lucas Uebel/Grêmio/Divulgação CP

Na próxima semana Romildo Bolzan Jr. completará cinco meses como presidente do Grêmio. O colunista do Correio do Povo Hiltor Mombach conversou com o mandatário gremista, que fez um balanço da gestão até agora e projetou o futuro. Muito franco nas respostas, Bolzan reconheceu que a falta de títulos do Tricolor Gaúcho é "constrangedora", mas salientou que a equipe sempre batalhou por lugares de destaque e que quebrar esse tabu mudará a visão geral sobre o assunto.

Leia a entrevista abaixo:

O senhor acha que o Grêmio vem diminuindo o seu tamanho nos últimos anos quando o assunto é futebol?

A falta de títulos é constrangedora e dá esta impressão. No entanto fomos vices campeões brasileiros, chegamos a semifinais da Copa do Brasil. Disputamos Libertadores. O Grêmio não se apequena e um título dará nova dimensão a esta questão.

Esperava encontrar o clube em melhor ou pior situação financeira?
O diagnóstico das dificuldades já sabíamos. Fixamos a política de austeridade. Não é um resultado rápido, por respeito a contratos, sob pena de prejuízo maior. Fixamos metas para 2015, 2016, 2017 e 2018 e os resultados já são perceptíveis.

O que deu certo e errado nestes cinco meses?
O certo é que os reflexos no primeiro trimestre já estão acontecendo do ponto de vista financeiro. Fizemos um novo plantel, rejuvenelização (mais de 50% são formados em casa), rigoroso controle de despesas. O errado foi não ganhar o título, mas virá com o tempo.

Quase todo o mesmo grupo de trabalho do presidente Fábio Koff foi mantido. Um grupo que nada conquistou. Há muita pressão por mudanças?
Pressões existem em qualquer grupo que dependa de resultado. O grupo é muito bom. Mudou o padrão de alçada, principalmente a autonomia financeira de decisão. Uma nova orientação é uma questão de adaptação. Com o grupo que trabalhamos os resultados virão.

O senhor ainda não definiu um vice de futebol. Por quê?
Vamos debater isso mais de perto. Respondo pela vice-presidência de Futebol em conjunto com o César. O momento de agregar mais um de fora talvez esteja chegando.

Na sua gestão vieram Braian Rodríguez, Galhardo, Cristian Rodríguez, Erazo, Maicon, Douglas e Marcelo Oliveira. Como o senhor avalia os reforços?
Erazo, Maicon, Douglas, Marcelo Oliveira são titulares. Braian em adaptação, vai dar respostas melhores com o tempo. O Galhardo terá que se firmar. O Cristian Rodríguez foi uma fatalidade de lesões. Esperávamos muito mais dele e sua contribuição. Para as possibilidades, a média de resultados é boa.

Quem está tocando as negociações com a OAS para compra da Arena?
Os negociadores contratados junto comigo e o CA, na mesma linha do presidente Koff até seu pleno retorno.

O treinador Felipão não tem poderes demais?
Não. Isso é um mito. Seu estilo leva as pessoas a terem esta impressão. Comigo é um homem de diálogo e deliberação colegiada. Se submete as regras e adere ao projeto do clube. Fazer exigências faz parte do seu trabalho e ainda bem que as faz.

Kleber não joga mais do que Braian Rodríguez?
A decisão sobre o Kleber é de várias ordens. Lamento não ter havido a possibilidade de colocação em outro clube. Compará-lo a outro jogador seria temerário, posto que o Brian recém chegou e o Kleber está aqui há três anos, com os resultados conhecidos.

O senhor fala em juvenelização, mas na sua gestão vieram Braian Rodríguez, Galhardo, Cristian Rodríguez, Erazo, Maicon, Douglas e Marcelo Oliveira. Não há jogadores iguais ou melhores na base do clube?
Mesclar é o melhor caminho. Tenho muita esperança no Raul, Gabriel, Júnior, Walace, Araújo, Artur, Balbino, Lincol, Everton, Mamute, Tiago, Leo, Moisés e outros. Agrego a estes o Luan, que é uma realidade. Como não podemos deixar de ser competitivos, vamos mesclando até encontrarmos nosso ideal.

O senhor teme que o Grêmio dispute o Campeonato Brasileiro apenas para não cair?
Não, tenho convicção que temos time para frequentar a ponta de cima. O final vamos ver.

A informação é de que não virão reforços. O ano será de pagar contas. Confere?
Virão reforços criteriosamente escolhidos para complementar o plantel. Não muitos.

Ainda tem muitos esqueletos do armário?
Toda a organização tem. Nosso papel é enterrá-los definitivamente e o faremos.

Que contribuição Rui Costa e Cesar Pacheco têm dado?
Grande, principalmente nesta nova política de austeridade. Temos que construir um elenco capaz de nos dar respostas e ajustá-lo com uma boa convivência. Ambos contribuem muito para o equilíbrio. São muito experientes. Quero testemunhar que o grupo do ponto de vista da responsabilidade e comprometimento é exemplar.

O senhor já pensou em convidar alguém da Oposição para comandar o futebol?
Não. Nada é impossível no entanto. Tenho mantido muitos contatos com todos os grupos, inclusive os declaradamente de oposição. Na minha cultura de formação gremista, acima de tudo somos gremistas. Quem dá enfoque meramente partidário do ponto de vista interno comete um erro comportamental. Não terei nenhum constrangimento se, em algum momento, tiver que fazer um convite. Não é o caso do momento.

Para encerrar, uma palavra de alento ao torcedor gremista.
Clube organizado e em dia é premissa de sucesso no campo. A autoestima do torcedor é um título, mas estar organizado faz parte disso. Estamos neste caminho e somos competitivos. Buscaremos, de modo incessante, o título tão desejado.

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