Gremistas deram piques no gramado para medir questões como velocidade (Foto: Lucas Uebel/Grêmio FBPA)
Corridas, dois toques, cruzamentos e finalizações. Uma rotina à qual os jogadores e até mesmo torcedores estão acostumados. Ainda mais no reinício de treinos, após um período - ainda que curto - de férias. Porém, antes de calçar as chuteiras e cuidar do relógio observando o ritmo no cronômetro, é necessário passar por uma bateria de exames. Um trabalho elaborado por pessoas que não aparecem tanto quanto os homens de frente da comissão técnica. Assim como ocorreu na pré-temporada gremista, o novo período de exercícios só começa após os fisiologistas desvendarem todos os meandros das situações de cada atleta.
Assim, o técnico Enderson Moreira e o preparador físico Fábio Mahseredjian têm um mapeamento dos tricolores e de como expor o cronograma de atividades.
No grupo profissional do Tricolor, são dois os responsáveis pela área. José Leandro e Rafael Gobbato trabalham com números e dados científicos sobre cada um dos integrantes do elenco. Em época de volta das férias, a demanda é ainda maior. Os jogadores têm de passar pelos mesmos testes da pré-temporada, em janeiro, quando retornam da folga após o término do Brasileirão. A parada é incomum, uma vez que a pausa acontece por conta da Copa do Mundo. Mas é comemorada. A coleta de dados ajudará a fazer um comparativo entre a condição de início e meio do ano.
- Agora é o mesmo princípio da pré-temporada. A gente refaz as avaliações e faz um comparativo. Eles fizeram testes de esteira, de potência e arranque, com piques de 15 a 30 metros no gramado, e o teste “ioiô”, de 20 metros e que vai trocando a velocidade até o limite em que eles aguentam. Também tem testes bioquímicos, através do sangue, e de composições corporais para medir questões como percentual de gordura - explicou Rafael Gobbato ao GloboEsporte.com, em conversa realizada no Olímpico.
Fisiologista grêmio porto alegre (Foto: Paula Menezes/GloboEsporte.com)
Rotina no clube
Existem testes que podem ser feitos de maneira regular, e outros em um período de tempo mais espaçado. O de piques no gramado, por exemplo, é possível de ser feito de 15 em 15 dias, se os fisiologistas desejarem. Isso porque o jogador não precisa ser retirado do treinamento, como no caso da esteira, uma vez que os equipamentos necessários são colocados no campo. Os exames mais complexos são realizados em um intervalo de três a quatro meses.
Avaliações de jogadores, no entanto, acontecem diariamente. Através de um GPS colocado no pulso dos atletas, Leandro e Gobbato controlam o volume de treinamento de cada um. Em cada atividade, é selecionada uma amostra de cerca de 30% do elenco para os estudos. Após a atividade, os dados vão para tabelas elaboradas pelos fisiologistas.
- O GPS dá a velocidade, então se falamos que ele precisa correr a 14 km/h, ele controla por ali. E ajuda a ter o controle quantitativo. Podemos saber se ele correu 70 km por semana, por exemplo, e aí ajuda a programar os treinamentos. Todos os resultados a gente passa para o Enderson (Moreira) e o Fabio (Mahseredjian). É um trabalho integrado.
Fora do padrão
Entre os atletas do elenco, há um considerado incomum. Não somente pelos resultados dos exames, mas sim pela capacidade física combinada com a idade. Zé Roberto, que fará 40 anos no próximo mês, é um grande exemplo de atleta consciente dos cuidados que precisa ter no dia a dia. Tanto que, ao ser perguntado sobre o experiente boleiro, Gobbato o classifica como “fora do padrão”.
- Zé Roberto é fora do padrão. Ele é acima da media, é um atleta que a gente não pode comparar com outros. É acima da média. Ele se cuida muito, dificilmente tem lesão, dificilmente teve lesão na carreira, muito por mérito dele.
Curso nos EUA
Para qualificar o setor de fisiologia, Gobbato usou as férias para, em parceria com o Grêmio, ir a um congresso sobre o tema. De 27 a 31 de maio, assistiu a aulas e palestras no encontro promovido anualmente na American College of Sports Medicine, em Orlando, na Flórida. Na volta, comentou sobre as novidades e o aprendizado com os colegas de setor.
GPS é usado por jogadores (Foto: Paula Menezes/GloboEsporte.com)
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Corridas, dois toques, cruzamentos e finalizações. Uma rotina à qual os jogadores e até mesmo torcedores estão acostumados. Ainda mais no reinício de treinos, após um período - ainda que curto - de férias. Porém, antes de calçar as chuteiras e cuidar do relógio observando o ritmo no cronômetro, é necessário passar por uma bateria de exames. Um trabalho elaborado por pessoas que não aparecem tanto quanto os homens de frente da comissão técnica. Assim como ocorreu na pré-temporada gremista, o novo período de exercícios só começa após os fisiologistas desvendarem todos os meandros das situações de cada atleta.
Assim, o técnico Enderson Moreira e o preparador físico Fábio Mahseredjian têm um mapeamento dos tricolores e de como expor o cronograma de atividades.
No grupo profissional do Tricolor, são dois os responsáveis pela área. José Leandro e Rafael Gobbato trabalham com números e dados científicos sobre cada um dos integrantes do elenco. Em época de volta das férias, a demanda é ainda maior. Os jogadores têm de passar pelos mesmos testes da pré-temporada, em janeiro, quando retornam da folga após o término do Brasileirão. A parada é incomum, uma vez que a pausa acontece por conta da Copa do Mundo. Mas é comemorada. A coleta de dados ajudará a fazer um comparativo entre a condição de início e meio do ano.
- Agora é o mesmo princípio da pré-temporada. A gente refaz as avaliações e faz um comparativo. Eles fizeram testes de esteira, de potência e arranque, com piques de 15 a 30 metros no gramado, e o teste “ioiô”, de 20 metros e que vai trocando a velocidade até o limite em que eles aguentam. Também tem testes bioquímicos, através do sangue, e de composições corporais para medir questões como percentual de gordura - explicou Rafael Gobbato ao GloboEsporte.com, em conversa realizada no Olímpico.
Fisiologista grêmio porto alegre (Foto: Paula Menezes/GloboEsporte.com)
Rotina no clube
Existem testes que podem ser feitos de maneira regular, e outros em um período de tempo mais espaçado. O de piques no gramado, por exemplo, é possível de ser feito de 15 em 15 dias, se os fisiologistas desejarem. Isso porque o jogador não precisa ser retirado do treinamento, como no caso da esteira, uma vez que os equipamentos necessários são colocados no campo. Os exames mais complexos são realizados em um intervalo de três a quatro meses.
Avaliações de jogadores, no entanto, acontecem diariamente. Através de um GPS colocado no pulso dos atletas, Leandro e Gobbato controlam o volume de treinamento de cada um. Em cada atividade, é selecionada uma amostra de cerca de 30% do elenco para os estudos. Após a atividade, os dados vão para tabelas elaboradas pelos fisiologistas.
- O GPS dá a velocidade, então se falamos que ele precisa correr a 14 km/h, ele controla por ali. E ajuda a ter o controle quantitativo. Podemos saber se ele correu 70 km por semana, por exemplo, e aí ajuda a programar os treinamentos. Todos os resultados a gente passa para o Enderson (Moreira) e o Fabio (Mahseredjian). É um trabalho integrado.
Fora do padrão
Entre os atletas do elenco, há um considerado incomum. Não somente pelos resultados dos exames, mas sim pela capacidade física combinada com a idade. Zé Roberto, que fará 40 anos no próximo mês, é um grande exemplo de atleta consciente dos cuidados que precisa ter no dia a dia. Tanto que, ao ser perguntado sobre o experiente boleiro, Gobbato o classifica como “fora do padrão”.
- Zé Roberto é fora do padrão. Ele é acima da media, é um atleta que a gente não pode comparar com outros. É acima da média. Ele se cuida muito, dificilmente tem lesão, dificilmente teve lesão na carreira, muito por mérito dele.
Curso nos EUA
Para qualificar o setor de fisiologia, Gobbato usou as férias para, em parceria com o Grêmio, ir a um congresso sobre o tema. De 27 a 31 de maio, assistiu a aulas e palestras no encontro promovido anualmente na American College of Sports Medicine, em Orlando, na Flórida. Na volta, comentou sobre as novidades e o aprendizado com os colegas de setor.
GPS é usado por jogadores (Foto: Paula Menezes/GloboEsporte.com)
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